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[Resenha] Quando a Noite Cai – Carina Rissi

Título: Quando a Noite Cai

Autora: Carina Rissi

Editora: Verus

Ano: 2017

Páginas: 476

Sinopse: Briana Pinheiro sabe que não é a pessoa mais sortuda do mundo. Sempre que ela está por perto algo vai mal, especialmente no trabalho. Por isso é tão difícil manter um emprego. E a garota realmente precisa de grana, já que a pensão da família não anda nada bem. Mas esse não é o único motivo pelo qual Briana anda perdendo o sono. Quando a noite cai e o sono vem, ela é transportada para terras distantes: um mundo com espadas, castelos e um guerreiro irlandês que teima em lhe roubar os sonhos… e o coração. Depois de ser demitida — pela terceira vez no mês! —, Briana reúne coragem e esperanças e sai em busca de um novo trabalho. É quando Gael O’Connor cruza seu caminho. O irlandês de olhar misterioso e poucas palavras lhe oferece uma vaga em uma de suas empresas. Só tem um probleminha: seu novo chefe é exatamente igual ao guerreiro dos seus sonhos. Enquanto tenta manter a má sorte longe do escritório, Briana acaba por misturar realidade e fantasia e se apaixona pelo belo, irresistível e enigmático Gael. Em uma viagem à Irlanda, a paixão explode e, com ela, o mundo de Briana, pois a garota vai descobrir que seu conto de fadas está em risco — e que talvez nem mesmo o amor verdadeiro seja capaz de triunfar…

O que eu achei de Quando a noite cai?

Quando a noite cai é um romance da Carina Rissi, que eu comprei logo que foi lançado, em 2017, mas acabei lendo apenas este ano. Ele não faz parte de nenhuma série, por isso, como eu ainda tinha outras séries pra terminar e inclusive um volume da série Perdida, da própria autora, o livro foi ficando pra depois.

Embora a história envolva uma protagonista com seus vinte e poucos anos, nunca consegui me envolver com ela dessa forma. Acho que isso é culpa da capa, que me remete a uma criança e não a uma mulher. Além disso, a personalidade da protagonista é bem infantilizada, em relação a outras mocinhas que a Carina escreveu.

Talvez seja por isso que eu não tenha me animado muito com o livro desde o começo. E também deve ser por isso que esse livro nem fez tanto barulho na internet como os outros livros dela. Ainda assim, li o livro bem rápido. Aproveitei a onda de frio em um feriado prolongado e passei o dia com ele.

Quando a noite Cai conta a história de Briana Pinheiro, uma garota azarada e desastrada, que não consegue se manter em emprego algum. Ela é assombrada, todas as noites, por sonhos esquisitos, de um lugar e de uma época distantes, sempre com os mesmos personagens, entre eles o guerreiro Lorcan O’Connor.

Em um determinado momento, em mais uma tentativa desesperada de arrumar (e se manter) em um emprego para ajudar a mãe, já que a pensão da família anda de mal a pior, ela conhece Gael, um homem que é exatamente igual ao guerreiro que a visita todas as noites. E é pra ele que ela vai trabalhar, como assistente pessoal.

E aí, é claro que ela vai misturar tudo, vai acabar se apaixonando por Gael e a sua vida, que já era complicada, vai ganhar ainda mais elementos de confusão.

Gael é um homem muito rico, que conhece Briana ao quase atropelar a garota, num dos piores dias da vida dela. Quando eles passam a trabalhar juntos e, aos poucos, vão se aproximando cada vez mais, até se tornarem amigos, ele parece ir baixando a guarda e mostrando um lado de si que até então nem Lorenzo, seu amigo mais próximo, conhece.

Ele também se sente irresistivelmente atraído por Briana e, com o tempo e uma viagem à Irlanda para tratar de negócios misteriosos, não vai mais conseguir esconder o que sente.

Mesmo depois de se envolverem, Briana não consegue transpor certos limites que ele impõe. Há algo de misterioso envolvendo Gael que ela não consegue fazê-lo compartilhar, por mais que ele se mostre à vontade perto dela. Briana, é claro, não vai conseguir sossegar enquanto não descobrir o que diabos ele esconde.

A história mistura elementos do Brasil e da Irlanda, na era atual e em séculos passados, onde os sonhos de Briana acontecem. Carina sabe amarrar as pontas das duas histórias para que nada se perca no final e para que a nossa experiência seja a melhor possível.

Neste livro, temos as principais características da escrita dela, amadurecidas: personagens reais, perfeitamente imperfeitos, envolvidos em dilemas que poderiam afetar qualquer um de nós, na medida do possível, já que essa, diferente da maioria das obras dela, tem muitos elementos fantásticos e lendas.

Por falar em lendas, a caracterização das lendas antigas da Irlanda, o idioma gaélico, as descrições de ambiente, também são muito bem feitas. A trama da história é complexa e a Carina a desenvolve com detalhes. Talvez esse seja um ponto onde, por querer acertar demais, ela tenha deixado o livro se estender demais. No final, apesar de estar gostando muito, eu já queria que a história acabasse logo.

É uma boa leitura. Não é o melhor da Carina, mas diverte e passamos o tempo de uma forma bem gostosa. A escrita dela é feita pra nos envolver desde os diálogos até às descrições, então é fácil devorar metade do livro em pouquíssimas horas. E se você tem um quê pela Irlanda ou gosta de fantasia, esse livro é pra você!

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[Resenha] O Racionalista Romântico – John Piper e David Mathis

Título: O Racionalista Romântico – Deus, Vida e Imaginação na Obra de C. S. Lewis

Autor: John Piper e David Mathis (organizadores)

Editora: Monergismo

Ano: 2017

Páginas: 224

Sinopse

C. S. Lewis foi um dos cristãos mais influentes do século XX. Seu compromisso com a vida da mente e a vida do coração é evidente em clássicos como «As Crônicas de Nárnia» e «Cristianismo Puro e Simples» – livros que ilustram a conexão inquebrantável entre pensamento rigoroso e emoção profunda. 

Com contribuições de Randy Alcorn, John Piper, Philip Ryken, Kevin Vanhoozer, David Mathis e Douglas Wilson, este volume explora a vida, o trabalho e o legado de C. S. Lewis, enquanto destila-se a prazerosa verdade que estava no cerne do pensamento de Lewis: apenas Deus é a resposta para nossos anseios mais profundos e a fonte de nossa alegria sem fim.

O que eu achei de O Racionalista Romântico?

Comprei este livro em uma super promoção que a Editora Monergismo fez, um tempo atrás, mas como acontece com vários livros meus, este também acabou esperando bastante até que eu o pegasse pra ler. Resolvi lê-lo este ano, tanto porque estou planejando ler mais obras de C. S. Lewis quanto por ainda haver muito sobre ele que eu gostaria de aprender.

A leitura foi relativamente rápida. Tenho mantido uma rotina de leitura diária, o que me faz ler mais rápido, é verdade. Mas esse livro, além de curtinho, é uma compilação de diversos artigos, por vários autores diferentes. Isso torna a leitura ágil e muito proveitosa, pois podemos ler um artigo por dia e, assim, finalizar o pensamento daquele autor, antes de passar para o próximo.

A leitura de O Racionalista Romântico me fez ter mais vontade ainda de ler mais livros escritos por C. S. Lewis, pois os autores, conforme a premissa estabelecida no título, discorrem sobre o que ele pensava a respeito de cada tema abordado, sempre lançando mão de trechos de seus livros ou artigos. As menções a Nárnia me deixaram com vontade de reler as crônicas, que sempre me emocionam. Recomendo muito a leitura. Em seguida, deixo um pouco do que aprendi com ela.

Em O Racionalista Romântico, os autores nem sempre concordam com o posicionamento de Lewis, mas ainda assim, sua importância para o cristianismo e a literatura é celebrada a cada página. Aliás, a forma que Lewis utilizava para comunicar as verdades bíblicas é o ponto em comum de todos os artigos.

Neste livro, aprendemos que Lewis usou a imaginação para criar mundos, para desenvolver comparações que tornassem mais simples a apreensão das verdades bíblicas que queria transmitir. Ainda que tivesse posições pouco ortodoxas a respeito das Escrituras, sempre ressaltou sua importância em suas obras. Ele trabalhava habilmente com as palavras, escolhendo-as com cuidado para que cada aspecto de seu texto pudesse expressar aquilo que ele cria. A partir da comparação feita pela fantasia criada por Lewis, podemos aprender sobre a realidade de quem Deus é. Para ele, a imaginação é uma excelente maneira de aprender sobre a realidade.

Também aprendemos que Lewis também demonstrava, por meio do que escrevia, que a vida aqui nesta terra era apenas uma sombra, um antegosto do que ainda está por vir, quando vivermos finalmente com Deus. E ele deixava claro crer em um aspecto material desta vida futura, tanto do nosso corpo quanto da terra. Para ele, a nova criação implica em uma vida física, plena, livre do pecado, mas com tudo aquilo que Deus havia planejado desde o início para a humanidade. Ao mesmo tempo que devemos ansiar por essa vida futura, também é possível, por meio de um relacionamento com Deus, desenvolvermos um relacionamento correto com as coisas desta terra, desfrutando do que Deus nos oferece já agora, enquanto esperamos pela consumação de tudo.

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[Resenha] A morte de Ivan Ilitch – Lev Tolstói

a morte de ivan ilitch

Esta obra mostra a história de um burocrata medíocre, Ivan Ilitch, um juiz respeitado que depois de conseguir uma oferta para ser juiz em uma outra cidade, compra um apartamento lá, para ele, sua mulher, sua filha e seu filho morarem. Ao ir para o apartamento, antes de todos, para decorá-lo, ele cai e se machuca na região do rim, dando início à uma doença.

Título: A Morte de Ivan Ilitch
Autor: Lev Tolstói
Editora: BIIS
Ano: 2009
Páginas: 96

O livro conta a história de Ivan Ilitch, e de como uma doença inesperada o leva a questionar se vale a pena ou não continuar vivendo. Ele era um juiz de direito, com uma vida invejável e bem-sucedido, até que chega o momento de encarar o inevitável.

O que eu achei de A morte de Ivan Ilitch

O livro é curtinho e a leitura é rápida, mas seu impacto é bastante forte. Os questionamentos sobre a vida e a forma como a levamos é uma constante ao longo das páginas. A cada capítulo, pensamos sobre o sentido da vida, se deve mesmo haver algum significado para o que fazemos enquanto estamos nesta terra.

Sem poder fazer muito diante de sua triste realidade, Ivan Ilitch questiona a si mesmo, e passa sua vida em revista, tentando encontrar nas suas lembranças, os momentos que a tenham feito valer a pena.
O livro é incômodo e ao mesmo tempo uma boa leitura, pelas reflexões que provoca. O personagem principal, Ivan Ilitch, me irritou muito ao longo do livro e, com isso, não consegui muito me afeiçoar a ele, senão aos dilemas que enfrentava.

Talvez por serem questões que nos afetam a todos como humanos. A morte é a certeza que temos e algo pelo qual todos passaremos um dia. É interessante poder refletir sobre ela – e por que não, sobre a nossa vida, na pele de alguém que não soube muito bem como passar nem por uma, nem pela outra.

É um livro que dá pra ler em um dia, apenas. Recomendo.

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[Resenha] Simplesmente o Paraíso – Julia Quinn

Honoria Smythe-Smith é parte do famoso quarteto musical Smythe-Smith, embora não se engane e saiba que o dito quarteto carece sequer do menor sentido musical e tem esperanças postas que esta seja a última vez que se submeta a semelhante humilhação. Esta será sua temporada e com um pouco de sorte conseguirá um marido.

Durante um jantar, põe seus olhos em Gregory Bridgerton, um dos mais jovens da família Bridgerton. Sabe que não está apaixonada, mas ele parece uma opção mais que válida.

Marcus Holroyd é o melhor amigo do irmão de Honoria, Daniel, que vive exilado na Italia. Ele prometeu olhar por ela e leva suas responsabilidades muito seriamente. Odeia Londres e durante toda a temporada, permaneceu vigilante e intermediou quando acreditava que o pretendente não era o adequado.

Honoria e Marcus compartilham uma amizade, pouco atípica, fruto dos anos que se conhecem e que o torna parte da família.

Entretanto, um desafortunado acidente faz que ambos repensem sua relação e encontrem a maneira de confrontar o que surge entre eles, se tiverem coragem suficiente

Autora: Julia Quinn
Editora: Arqueiro
Ano: 2017
Páginas: 272

O que eu achei de Simplesmente o Paraíso?

Simplesmente o Paraíso conta a história de Honoria, uma das integrantes do quarteto Smythe-Smith, cuja fama já conhecemos em Os Bridgertons. Ela já está há algumas temporadas em busca de um marido para poder se livrar do calvário que é se apresentar com as primas, tão sem talento musical quanto ela. Mas, o recital é uma tradição familiar, e a felicidade da sua família é o mais importante para Honoria.

Por isso, cada temporada social em Londres é uma oportunidade de conseguir um marido, mas apesar de seu empenho, nenhum pretendente leva até o fim as suas intenções. 

Mal sabe ela que Marcus Holroyd, amigo de seu irmão Daniel, e praticamente parte da família desde a infância, é o responsável por seus fracassos neste aspecto.

Ele fez uma promessa a Daniel, quando este teve que deixar o país às pressas, de cuidar de sua irmã e garantir que nenhum mau partido se aproximasse dela.  

A amizade entre os dois foge dos padrões de contato entre um homem e uma mulher naquela época. Quando um acidente acontece e os força a passarem mais tempo juntos do que antes, eles começam a repensar a sua amizade e a se enxergar de forma diferente.

Honoria é uma personagem muito bondosa e, apesar de não ser uma das mulheres fortes que a Julia Quinn escreveu em Os Bridgertons, tem seus encantos e é essa suavidade dela que torna o primeiro livro da série algo único. 

O relacionamento entre ela e Marcus vai se desenvolvendo de uma amizade sólida e sincera, para um amor igualmente sincero. Desde o começo percebemos mudanças na forma como os dois veem um ao outro e, em várias ocasiões, fica inclusive muito claro para outros personagens, que o que eles sentem é muito mais do que uma simples amizade de infância.

Assim como os demais livros da autora, a trama de Simplesmente o Paraíso é bastante doce e divertida, escrita de forma a nos envolver do começo ao fim. O fato de estar relacionado ao universo de Os Bridgertons, é algo que me ajudou também a me apegar facilmente aos personagens desta nova série. Não vejo a hora de ler os próximos volumes!

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[Resenha] Você é Aquilo que Ama – James K. A. Smith

Você é aquilo que ama. Mas pode ser que você não ame o que pensa que ama.

Nosso coração é moldado fundamentalmente por tudo o que adoramos. Talvez sem perceber, somos ensinados a amar deuses rivais em lugar do verdadeiro Deus para o qual fomos criados. Embora tenhamos a intenção de moldar a cultura, nem sempre temos consciência de quanto a cultura nos molda. Em Você é aquilo que ama, James K. A. Smith nos ajuda a reconhecer o poder formador da cultura e as possibilidades transformadoras das práticas cristãs, redirecionando nosso coração para o que de fato merece nossa adoração.

Smith explica que a adoração é a “estação da imaginação”, capaz de incubar nossos amores e anseios de tal modo que os nossos engajamentos culturais tenham sempre Deus e o reino como referenciais. É por essa razão que a igreja e o culto em uma comunidade local de crentes devem ser o centro da formação e do discipulado cristãos. O autor engaja o leitor fazendo um uso criativo de filmes, obras de literatura e músicas e trata de temas como casamento, família, ministério de jovens, fé e trabalho. Além de tudo, também sugere práticas individuais e comunitárias para moldar a vida cristã

Autor: James K. A. Smith
Editora: Vida Nova
Ano: 2017
Páginas: 256

O que eu achei de Você é Aquilo que Ama

Em síntese, o livro trata dos hábitos espirituais, sua formação e sobre como nossas ações os refletem, mesmo que não pensemos nisso. Ademais, o autor também demonstra a formação dos hábitos e a sua ligação com aquilo que amamos intrinsecamente.

Nesse sentido, nossos amores podem não corresponder àquilo que dizemos amar, mas, ao que efetivamente molda nossas ações, nossas motivações por trás de cada ato. O autor chama estas práticas formadoras de liturgias, e ao longo de cada capítulo, traz diferentes abordagens para demonstrar como nossas práticas são moldadas e nos fazem amar outras coisas que não o próprio Deus.

Esta leitura me recordou muitas práticas que pela graça de Deus abandonei. Além disso, me fez olhar para várias outras coisas na minha vida, que precisam ser trabalhadas. Já que estou integrando o uso do planner na minha rotina diária, incluí ali alguns destes bons hábitos formadores.

Por exemplo, tenho usado o Lecionário como devocional. A forma como este livreto é organizado está bastante relacionada com o que lemos em Você é Aquilo que Ama. Tenho gostado muito de utilizá-lo e, assim, recomendo que você o faça.

O livro também ajuda muito na observação de coisas simples do cotidiano, que não estejam diretamente relacionadas à vida cristã. Assim, o livro também é uma ótima ferramenta na vida prática. Basta querermos pensar sobre nossos hábitos.

Embora eu tenha levado um pouco mais do que meu tempo normal de leitura, a linguagem do livro não é complicada. Não só o livro nos provoca a refletir sobre o que fazemos e o porquê disso, como também estimula a mudar práticas, direcionando-nos a Deus e não a liturgias rivais. Portanto, este é mais um daqueles livros que vai para a minha lista de releituras, pois certamente vale a pena ser revisitado. Recomendo muito.

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[Resenha] Yonah: O Último Mal’ach – Giancarlo Marx

Título: Yonah: O Último Mal’ach

Autor: Giancarlo Marx

Editora: Canônica Editorial

Ano: 2016

Páginas: 72

Sinopse: Dentro de poucos dias a maior cidade do planeta será reduzida a cinzas. A descoberta coloca o astrônomo Yonah Mal’ach diante de um dilema moral: Avisar aos milhões de habitantes da capital e possibilitar a fuga do déspota que ocupa o trono há centenas de anos ou correr na direção oposta, cruzando o Mar de Sal rumo ao exílio na distante e exótica Tarshish?

Conheci o livro Yonah: O Último Mal’ach por meio de seu autor, Giancarlo Marx, que conheci nos grupos de Telegram dos quais faço parte. Fazia muito tempo que estava sem conseguir ler nada, seja por falta de tempo, cansaço ou ressaca literária, mas a experiência com Yonah foi bastante agradável.

Sempre gostei mais de romances e literatura mais leve, por isso, a princípio, talvez Yonah não me chamasse a atenção. Porém, a premissa da qual o Giancarlo partiu para construir a trama foi bastante interessante e isso me fez querer ler a história. O livro conta a história de um astrônomo que descobre que a maior cidade do planeta será destruída. Diante desta descoberta ele tem que escolher entre avisar os habitantes da cidade (e com isso, permitir que o imperador da cidade, que ocupa seu trono há séculos, possa fugir) ou então, fugir para Tarshish, que fica na direção oposta, enquanto espera o destino seguir seu curso.

A história se passa na Terra da Desolação, um lugar devastado pelo inverno nuclear, ameaçado por perigos escondidos em cada esquina. O protagonista, um velho que já passou por muita coisa e que tem forte apego pelo seu telescópio, a quem atribui suas descobertas, principalmente a última, e que dá ensejo à trama do livro.

O enredo é muito bem costurado, com detalhes que permitem que o leitor mergulhe na história e devore a história em poucas horas. A escrita é muito cuidadosa, sem erros e com uma edição e revisão muito bem feitas (o que me conquista definitivamente). Os personagens são profundos e o autor nos deixa com vontade de conhecer mais sobre cada um deles. Acho que esse universo da terra da Desolação merecia uma série de histórias para explorá-los. Que tal, Giancarlo??

O protagonista me deixou com diversos tipos de sentimentos. Ao mesmo tempo em que torcia por ele, em outros ele me irritava, pois ele tem reações que muitas vezes eu não esperava. Gostei muito da história, da vivacidade das descrições e da grata surpresa de ler uma excelente história fora da minha zona de conforto.

E você, já conhece Yonah: O Último Mal’ach? Conta pra mim nos comentários o que você achou!

Você pode saber mais sobre o livro aqui.

Comprá-lo ou alugar pelo Kindle Unlimited aqui.

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[Resenha] Mar de Rosas – Nora Roberts

Blog da Ju Mar de Rosas

Emma Grant é a decoradora da Votos, empresa de organização de casamentos que fundou com suas três melhores amigas de infância – Mac, Parker e Laurel. Ela passa os dias cercada de flores, imersa em seu aroma, criando e montando arranjos e buquês. Criada em uma família tradicional e muito unida, Emma cresceu ouvindo a história de amor dos pais. Não é de espantar que tenha se tornado uma romântica inveterada, cultivando um sonho desde menina: dançar no jardim, sob a luz do luar, com seu verdadeiro amor. Os pais de Jack se separaram quando ele era garoto, e isso lhe causou um trauma muito profundo. Ele se tornou um homem bonito e popular entre as mulheres, porém incapaz de assumir um compromisso. Quando Emma e suas três amigas fundaram a Votos, foi Jack, o melhor amigo do irmão de Parker, quem cuidou de toda a reforma para transformar a propriedade no melhor espaço para casamentos do estado.

Mar de Rosas é o livro mais romântico e fofo da série Quarteto de Noivas. Emma, a sócia da Votos (empresa de organização de casamentos que ela e as amigas administram), é a responsável pela decoração e pelas flores dos casamentos realizados ali. Ela cresceu em uma família estruturada e amorosa, o que a fez acreditar fortemente no amor e desejar, com todas as forças, encontrar o seu par perfeito e um amor verdadeiro.

Jack, por sua vez, é o amigo delas, arquiteto responsável tanto pelos projetos da empresa como dos particulares. Melhor amigo de Delaney, ele assim como o amigo as ama como a irmãs. Sua convivência na casa e na empresa é livre e bem íntima, como se eles realmente fizessem todos parte da mesma família.

Tudo ia muito bem até que os dois perceberam que havia algo além de uma amizade fraternal entre eles. Quando se dão conta disso, eles ficam preocupados com os efeitos que isso poderia ter em sua amizade e nas pessoas à sua volta, pois temiam que caso tudo desse errado, eles não tivessem mais a mesma intimidade e liberdade que tinham.

Quando Jack rouba um beijo de Emma, e eles percebem que o que sentem é mútuo, descobrem ao mesmo tempo que não vão mais conseguir reprimir o desejo e também que não tem como o relacionamento deles dar certo, pois os dois são completamente diferentes. Emma é romântica e sonhadora e, por mais que tenha o homem que quiser aos seus pés, quer encontrar alguém com quem dividir a vida, assim como aconteceu com os seus pais.

Jack, por sua vez, ama seu espaço e a sua liberdade, e por mais que esteja muito a fim de Emma, os dois sabem que é algo apenas físico. Ou pelo menos é o que eles imaginam.

A narrativa de Mar de Rosas continua da mesma forma como no livro anterior. Nora Roberts alterna sutilmente entre os pontos de vista dos dois personagens principais e também, em poucos momentos, dos outros personagens. Isso dá uma ampla visão ao leitor do que está acontecendo, sem tirar a emoção da narrativa. Este, aliás, é um livro super fofo e que faz suspirar.

Como já conhecemos os personagens do livro anterior, é mais fácil mergulhar na história e se envolver com os personagens, embora não seja tão simples mudar de estar dentro da mente de Mac (do primeiro livro) para ver o mundo pelos olhos de Emma, já que elas são bem diferentes.

Mesmo assim, é uma leitura rápida e que certamente agrada quem gosta de um  bom romance. Li o livro muito rápido, tanto por ter gostado da história como por ter aproveitado para ler a série durante um período de férias. Recomendo!

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[Resenha] Álbum de Casamento – Nora Roberts

Blog da Ju - Álbum de Casamento

Título: Álbum de Casamento

Autora: Nora Roberts

Editora: Arqueiro

Ano: 2013

Páginas: 280

Quando crianças, as amigas Parker, Emma, Laurel e Mac adoravam fazer casamentos de mentirinha no jardim. E elas pensavam em todos os detalhes. Depois de anos dessa brincadeira, não é de surpreender que tenham fundado a Votos, uma empresa de organização de casamentos bem-sucedida. Mas, apesar de planejar e tornar real o dia perfeito para tantos casais, nenhuma delas teve no amor a mesma sorte que tem nos negócios. Até agora. Com várias capas de revistas de noivas no currículo, a fotógrafa Mac é especialista em captar os momentos de pura felicidade, mesmo que nunca os tenha experimentado em sua vida. Por causa da separação dos pais e de seu difícil relacionamento com eles, Mac não leva muita fé no amor. Por isso não entende o frio na barriga que sente ao reencontrar Carter Maguire, um colega de escola com o qual nunca falara direito. Carter definitivamente não é o seu tipo. Professor de inglês apaixonado pelo que faz, ele cita Shakespeare e usa paletó de tweed. Por causa de uma antiga quedinha por Mac, fica atrapalhado na frente dela, sem saber bem como agir e o que falar. E mesmo assim ela não consegue resistir ao seu charme. Agora Carter está disposto a ganhar o coração de Mac e convencê-la de que ela é capaz de criar suas próprias lembranças felizes.

O livro Álbum de Casamento é o primeiro da série Quarteto de Noivas, da Nora Roberts. É o primeiro que leio desta autora também. Sei que ela tem uma infinidade de livros publicados, mas por alguma razão eu ainda não havia lido. Comprei a série numa promoção e só esse ano consegui ler. Foi uma leitura rápida e muito agradável, que certamente me levará a ler outros livros dela.

A série tem como foco a história das amigas Mac, Parker, Emma e Laurel. As quatro sempre gostaram de casamento e sempre brincaram disso, na infância, até que, quando cresceram, formaram uma empresa de organização de casamentos. O primeiro livro, Álbum de casamento, narra a história de Mackensie Elliot, uma mulher que cresceu acreditando que o casamento era, na verdade, fadado ao fracasso. Apesar de trabalhar coo fotógrafa para registrar os melhores momentos do dia mais feliz da vida de tantas pessoas, ela mesma não se via trilhando o mesmo caminho.

Porém, um antigo conhecido da escola aparece de forma inusitada e acaba mexendo com as emoções de Mac. Ele é um daqueles mocinhos inesquecíveis, românticos e tímidos. Carter me conquistou desde o começo com seu jeito inseguro e ao mesmo tempo engraçado. Professor de inglês, apaixonado pelo que faz e pelos alunos, quer fazer o possível para conquistar Mac, sua paixão de adolescente. Mas esbarra em uma série de obstáculos emocionais de Mac.

Além de ter que lidar com Carter e toda a bagunça que sua vida se torna por conta disso, a mãe de Mac, Linda, três vezes divorciada e totalmente abusiva, tanto emocional como financeiramente, volta a assombrá-la, perturbando-a nos momentos mais inoportunos. Ela confere um ar bastante dramático à história, pois acaba revelando aspectos da história de Mac que se complicam sempre que o assunto é Carter.

O livro é narrado em terceira pessoa, mas na maior parte do tempo o foco é em Mac, ainda que em diversos momentos há o foco nos demais personagens. A história é uma delícia de se ler, daquelas que não conseguimos largar até o final e que conseguem arrancar algumas lágrimas. Exatamente o meu tipo de livro. Recomendo muito!

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[Resenha] 9 Marcas de Uma Igreja Saudável – Mark Dever

9 marcas de uma igreja saudável

Título: 9 Marcas de Uma Igreja Saudável

Autor: Mark Dever

Editora: Fiel

Ano: 2007

Páginas: 312

O que constitui uma igreja saudável?

Uma grande congregação?

Estacionamento suficiente? Música vibrante?

Talvez você já leu obras sobre este assunto – mas não como esta. Nove Marcas de uma Igreja Saudável não é um manual de instrução para o crescimento de igrejas. É a recomendação de um pastor a respeito de como avaliar a saúde de sua igreja, usando nove qualidades negligenciadas por muitas das igrejas contemporâneas. Quer você seja líder, quer seja um membro envolvido no ministério de sua igreja, você pode cultivar essas qualidades em sua igreja, trazendo-lhe vida e nova saúde, para a glória de Deus.

O livro, que conheci na Conferência Fiel 2016, é uma leitura relativamente rápida. O título, em forma de lista, provavelmente remete o leitor a uma ideia de que o livro seja mais um daqueles manuais de como conseguir determinado resultado rapidamente. Entretanto, longe de ser um manual de estratégias e dicas de como colocar em prática um determinado modelo de igreja, a obra tem um enfoque totalmente diferente.

Mark Dever juntou, neste livro, reflexões e sermões pregados ao longo dos anos a respeito deste tema e, por isso, a leitura flui e se desenvolve como se estivéssemos ouvindo-o falar. Quem já assistiu alguma de suas palestras, ao vivo ou pelo YouTube, sabe que a clareza em expor suas ideias é uma marca de Mark Dever. Não é diferente com seu livro. Com frases curtas e objetivas, vocabulário simples e divisões dentro dos capítulos, chega-se diretamente ao ponto que se quer abordar e o leitor sente que seu tempo foi muito bem aproveitado.

Como bem destaca o autor em sua obra, o livro não busca esgotar o tema nas nove marcas, mas sim analisar estes nove aspectos que ele identificou como essenciais para que a saúde da igreja. Em cada um dos capítulos são exploradas estas características, demonstrando tanto a situação de uma igreja onde elas não estão presentes e fazendo o contraponto com exemplos em que podem ser reconhecidas. Além de exemplos práticos, o livro todo traz os fundamentos bíblicos para o que argumenta, descrevendo, várias vezes, o texto literal no corpo do livro, o que facilita bastante a leitura.

É um livro que serve muito bem tanto para quem está à frente de uma igreja quanto para quem quer, seja qual for a área de atuação, colaborar para sua melhora e crescimento, quanto para aqueles que pretendem identificar o nível de saúde do lugar onde estão. O livro traz alguns conselhos práticos sobre como atuar em algumas situações, mas o foco é em levar o leitor a refletir sobre cada um dos temas e buscar, dentro de seu contexto local, a melhor forma de colaborar com o corpo.

Foi o primeiro do Mark Dever que li e gostei muito. Em breve devo resenhar outro livro dele que estou lendo. Recomendo muito! Se você leu, vou gostar de saber o que você achou. Comente!

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[Resenha] Como se apaixonar – Cecelia Ahern

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Título: Como se apaixonar
Autor: Cecelia Ahern
Editora: Novo Conceito
Ano: 2015
Páginas: 352

Depois de não conseguir evitar que um homem acabasse com a própria vida, Christine passa a refletir sobre o quanto é importante ser feliz. Por isso, ela desiste de seu casamento sem amor e aplica as técnicas aprendidas em livros de autoajuda para viver melhor.
Adam não está em um momento muito bom, e a única saída que ele encontra para a solução de seus problemas é acabar com sua vida. Mas, para a sorte de Adam, Christine aparece para transformar sua existência, ou pelo menos tentar ajudá-lo.
Ela tem duas semanas para fazer com que Adam reveja seus conceitos de felicidade. Será que ele vai voltar a se apaixonar pela própria vida?

O que eu achei de Como se Apaixonar?

A protagonista de Como se Apaixonar, Christine, é uma leitora voraz de livros de autoajuda. Ela acredita que sempre haverá uma fórmula para solucionar e consertar as coisas e, por isso, quando se vê diante de um homem que pretende cometer suicídio, em uma situação inusitada, ela tenta dissuadi-lo usando tudo o que aprendeu em suas leituras, mas o homem se mata mesmo assim. Arrasada, ela começa a pensar em mudar sua vida e o primeiro passo que dá nessa direção é acabar com seu casamento morno e sem alegria. Mas, contrariando o ditado de que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar, ela se vê novamente diante de um homem que pretende tirar a própria vida. Num ímpeto, influenciada por todos os recentes acontecimentos, ela resolve tentar ajuda-lo e acaba fazendo um trato com ele, para tentar fazê-lo mudar de ideia em apenas duas semanas.
Apesar do tema complexo, o livro Como se Apaixonar é uma leitura leve e, apesar de não chegar a levar às lágrimas, mostra de forma bastante significativa os caminhos que uma pessoa percorre tanto para se conhecer quanto para compreender o outro e entender seus limites.
A escrita de Cecelia Ahern é fluida. A linguagem moderna e jovem não diminui a qualidade do texto e sua estrutura é muito bem composta. A tradução foi muito bem feita, apesar de algumas expressões bastante literais que encontrei ao longo do texto, mas nada que impedisse a continuidade da leitura ou que tirasse muito a atenção.
Os personagens são muito bem construídos e ajudam a compor o quadro que a autora quer mostrar ao final do texto. As diferentes personalidades das irmãs de Christine e o comportamento do pai, retratados com uma certa dose de humor e bem discretamente ao longo da história, contribuem para a compreensão da mensagem de Como se Apaixonar.
Tanto Christine quanto Adam, com todos os problemas que enfrentam, são personagens bastante verossímeis, apesar de se tratar de um romance com uma situação bastante inusitada que é a quase tentativa de suicídio dele.
Como se Apaixonar, ao mesmo tempo segue e não segue a fórmula mocinha-que-tenta-salvar-o-mocinho-problemático. Está claro que ela é a mocinha e ele é definitivamente problemático, mas este clichê foi tratado com uma certa ironia e um tom de crítica, ainda que o desfecho tenha sido o que foi. Ao longo de todo o texto a autora nos aponta os riscos de viver com base em manuais de conduta, em fórmulas que outros descreveram como infalíveis e moldar sua vida a partir das orientações de outros e não suas próprias experiências. Além disso, nos faz refletir também sobre a importância que correr alguns riscos tem para o nosso crescimento e amadurecimento.
Por tudo isso, a leitura de Como se Apaixonar é muito recomendada, tanto para quem gosta de pensar em assuntos mais profundos quanto para quem gosta de textos leves e agradáveis.