Publicado em Reflexões

Feliz Aniversário de Dez Anos!

Esse mês eu completo dez anos de blog. Não fiquei famosa, não virei youtuber, nem influenciadora com dezenas de parcerias com editoras, marcas e autores. Não migrei meu conteúdo para o Instagram e, apesar de meio mundo dizer que ninguém mais lê blogs, continuo insistindo no formato escrito, mais por amar fazer isso do que por achar que vai virar “trabalho”. Ainda não escrevi meu romance, só um conto que publiquei na Amazon (e alguns vários em antologias diversas) nem sou constante aqui como gostaria, mas esses dez anos de idas e vindas geraram muitas reflexões interessantes.

Comecei com a intenção de registrar as minhas leituras, de um jeito bem pessoal, mas tentando escrever textos com fundamento, que expressassem algo que tinha me chamado a atenção com aquela leitura. Não me adaptei ao formato dos blogs que faziam sucesso, pois não queria que meu espaço de reflexão pessoal virasse um catálogo de propagandas gratuitas para editoras, na esperança de ganhar uns livrinhos no final. Sem contar que, no meio do caminho do meu blog literário, foi nascendo a vontade de escrever sobre temas aleatórios, aí mudei para um nome que não me restringisse (o meu nome mesmo 😊).

Hoje eu prefiro demorar um pouco mais a escrever, mas fazer algo legal, que sirva para alguma coisa, ao invés de publicar algo que daqui a alguma semanas não fará mais sentido algum. No fim, mesmo escrevendo uma ou outra reflexão, a categoria de resenhas do blog é uma das mais acessadas e esses são os posts mais encontrados nas buscas do Google e que continuam sendo úteis mesmo depois de anos. Quero que de agora em diante, outros textos, além das resenhas, possam ter essa característica. Ainda estou elaborando o que vem por aí.

Já melhorei tanto meu estilo de escrita desde que comecei! Não só os textos de ficção que tenho estudado e praticado nos últimos anos, mas também a escrita específica para cá. Ler os textos antigos e os novos me mostra na prática a diferença que a escrita rotineira faz (mesmo que bem espaçada por aqui).

Para os próximos dez anos eu desejo muita escrita, muitas resenhas, muita reflexão e se Deus permitir, uma presença mais constante por aqui. Desejo que os conteúdos em texto continuem sendo produzidos não só aqui, mas que eu possa ser uma a mais a inspirar pessoas a escreverem e apostarem nessa plataforma que eu tanto gosto. Feliz aniversário de blog!

Publicado em Resenha

[Resenha] Redimindo o Seu Tempo – Jordan Raynor

Título: Redimindo o seu tempo: Sete princípios bíblicos para ser intencional, presente e extremamente produtivo

Autor: Jordan Raynor

Editora: Pilgrim

Ano: 2022

Páginas: 299

Sinopse: Como administrar o meu tempo? Como ser mais produtivo? Como honrar e glorificar a Deus em meio a tantas atividades? Como ter equilíbrio entre os afazeres e o tempo? Todas essas questões perpassam a nossa mente ao longo da vida. Administrar os nossos recursos da melhor maneira possível para a honra e glória de Deus é um grande desafio. Mas devemos encará-lo! Em seu novo livro, o escritor e empreendedor norte-americano, Jordan Raynor, nos ensina como Jesus geriu o seu tempo na terra e como podemos segui-Lo em questões básicas dos nossos dias. Por meio de 7 princípios bíblicos, encontramos um manual para sermos intencionais, presentes e extremamente produtivos, para a honra e glória de Deus.

A última leitura de um dos meus clubes do livro foi o Redimindo o Seu Tempo, do Jordan Raynor. Inicialmente, pensei em fazer uma série de textos sobre cada um dos princípios que ele aborda. Mas ao longo da jornada de várias semanas e todas as reflexões que fizemos, entendi que o melhor caminho seria um post só, com a resenha, ainda que ficasse um pouco mais longa.

O livro é bem prático e traz uma série de ferramentas e práticas que podemos usar na gestão do nosso tempo. Para quem fala inglês, o site da obra traz vídeos, planilhas e PDF de tabelas que podemos usar para cada uma das atividades propostas. Entretanto, como o próprio autor faz questão de deixar claro, o livro não é uma mera ferramenta. Apesar de compilar conhecimentos de autores e métodos conhecidos, seu interesse é nos levar a refletir sobre porque nos organizar, porque queremos tempo livre e, sobretudo, a realinhar nosso coração e prioridades conforme a Palavra de Deus.

Quem me conhece sabe que, apesar de viver correndo com mil atividades e sempre lutando com a bagunça da casa, gosto muito de estudar produtividade e gestão do tempo, para usar tanto no escritório quanto em casa. Por ter muita clareza sobre o tanto que me falta, estou constantemente aprendendo métodos, testando formas de trabalhar melhor e mais rápido e identificando maneiras de não deixar as demandas domésticas caírem sobre a minha cabeça. E, por mais que eu não seja um desses gurus de gestão do tempo, já andei dando meus conselhos e ajudando alguns amigos por aí, quanto ao assunto.

Aprendi em minhas andanças pelo mundo corporativo que fazer certo da primeira vez leva menos tempo do que ter que ficar arrumando um serviço malfeito depois. Também aprendi que, dá para otimizar o tempo se criarmos processos e agruparmos as tarefas por tipo. Nem sempre dá para fazer assim quando estamos falando de serviço doméstico, mas conseguimos adaptar bastante.

Quando pude migrar de um trabalho operacional em uma empresa com processos e procedimentos padronizados mundialmente para uma atividade criativa em uma empresa que tinha horror a padrões, meu desafio foi colocar em prática o que aprendi. Apesar de não ter pressão da instituição, mesmo assim, criei rotinas para a minha atividade e, em menos de dois meses, tinha relatórios, dados para apresentar e uma excelente reputação quanto à minha organização dentro da equipe.

Agora sou autônoma, mas atendo um cliente com processos estabelecidos e fluxo de informação organizado, e aplico esse conhecimento para melhorar o trabalho que entrego. Ao mesmo tempo, desenvolvo rotinas para acelerar minha produção e dos colegas. Em um ano, hoje sou referência para alguns assuntos na equipe e é muito bom esse reconhecimento.

Mas, voltando ao livro, embora eu conhecesse várias práticas de gestão do tempo, nunca havia relacionado cada uma com aspectos importantes da vida espiritual e familiar, muito menos elencado prioridades sobre quais áreas atender primeiro. Então, a leitura foi uma ferramenta de alinhamento do coração e de entendimento dos meus motivos, para além de meras ferramentas para aprender e aplicar.

Dito isto, começar a olhar para o todo das minhas atribuições foi crucial, e melhor do que separar a minha vida entre tradução, casa, leituras. Sem contar que, ao ler um livro escrito por um homem empresário, a tentação de querer descartar o livro ou de querer forçar abordagens onde elas não se aplicam é grande.

A principal noção que temos ao ler o livro é de elencar prioridades. Então, estabelecer uma vida devocional deve ser nosso primeiro foco. Depois disso, eliminar as distrações e os excessos de informação e de ruídos. Isso vai nos abrir os olhos para tempo que estava desperdiçando e que podemos usar para algo útil. Depois disso, o descanso, desde noites bem dormidas, passando pelas pausas entre as atividades do dia e chegando ao descanso semanal.

Este é um dos meus desafios e uma das práticas que estou desenvolvendo ao longo das semanas, desde que terminei a leitura do livro. Ter um dia de descanso do trabalho é essencial e eu negligencio bastante.

Nas últimas semanas, estou colhendo bons frutos dessas pausas e da melhor reorganização do tempo entre atividades. Apesar de não estar com tudo rodando perfeitamente como a engrenagem de uma empresa, e de não estar fazendo várias coisas por minha conta, aprendi que posso me valer de ferramentas de gestão de tempo tanto quanto de ajudas externas. Isso tira um peso enorme das minhas costas.

Por exemplo, por mais que eu lave e seque roupas na máquina, há aquelas que é melhor secar no varal e há épocas em que faz mais sentido, com o clima de onde eu moro, secar tudo no varal. Há as que não passo, mas não abro mão de passar outras por isso, meu tempo para essa atividade precisa ser protegido. Além disso, por mais que eu lave boa parte da louça na máquina, tem peças que devem ser lavadas à mão, por mais que eu tenha uma diarista uma vez na semana, devo organizar a casa todos os dias, dar conta da roupa e da louça, fazer compras e por e tirar mesa para as refeições. Em resumo: por mais que as ferramentas ajudem e economizem um bocado de tempo, ainda nos sobra trabalho para exercer em cada área da nossa vida. De forma mais inteligente e otimizada, mas mesmo assim, trabalho. E, se sobra mais tempo para alguma atividade remunerada que possibilite ter acesso a mais ferramentas, ótimo. Se sobra tempo para lazer e descanso, com a família e sozinha, melhor.

O principal resumo que fica dessa leitura, é que quanto mais otimizado o tempo, melhor, não para que eu fique de perna para o ar, mas sim que eu trabalhe de forma inteligente, descanse sem culpa e as coisas caminhem em um mínimo de ordem. Quando o caos vier — quem tem criança pequena sabe bem o que é uma virose — que seja mais fácil saber por onde começar a colocar ordem no caos e, com isso, refletir a imagem de Deus para aqueles que estão ao nosso redor.

Espero que vocês leiam o livro e depois venham aqui me contar o que aprenderam com ele.

Skoob

Publicado em Resenha

[Resenha] Vergonha – Brittainy C. Cherry

Título: Vergonha

Autora: Brittainy C. Cherry

Editora: Record

Ano: 2019

Páginas: 410

Sinopse: Um amor inesperado que surge de forma inusitada e arrebata a vida de Grace Harris. Grace Harris está perdida e sozinha em sua casa em Atlanta depois que o homem que ela pensou que ficaria a seu lado pelo resto da vida traiu sua confiança, partiu seu coração e saiu de casa, deixando seu casamento em suspenso. Grace resolve, então, passar o verão com a família em Chester, sua cidade natal, para respirar, dar um tempo de tudo. Sua vida está uma bagunça e o que ela precisa no momento é de um pouco de gentileza e compaixão.

Por incrível que pareça, Grace encontra isso na pessoa mais improvável de todas: Jackson Emery, a ovelha negra da cidade. Conhecido como a erva daninha de Chester, ele é sinônimo de encrenca, e não faz nada para mudar essa imagem. Tendo perdido na infância o que havia de mais valioso na vida, Jackson se tornou um homem amargurado e não dá a mínima para o que pensam dele. Os caminhos de Grace e Jackson acabam se cruzando de um jeito inusitado e a tristeza profunda que carregam atrai os dois como ímã. Ambos sabem que não foram feitos um para o outro, mas, como tudo vai acabar mesmo com o fim do verão, resolvem deixar rolar e se entregar a uma diversão passageira.

Porém, o que Grace não imaginava é que seu coração, já destroçado, seria obrigado a aprender que certos relacionamentos são capazes de causar dores muito profundas, e que é sempre preciso fazer uma escolha.

Vergonha, da Brittainy C. Cherry, foi o primeiro livro que terminei em 2023. Hesitei um pouco em publicar uma resenha aqui no blog e já fiz algumas reflexões no meu perfil do Instagram, que deixei salvas nos destaques. Mas, de alguma forma, mesmo que eu tenha gostado do livro, no geral, em respeito ao público que me lê aqui e lá, acho que é mais responsável fazer algumas observações sobre a obra, no geral e destacar alguns detalhes. Aqui no blog, será melhor por não ter a limitação de caracteres dos posts do feed do Instagram e nem preciso resumir tanto como em um story. Bem, vamos lá.

Vergonha é um livro do gênero romance dramático, embora a capa leve a pensar que o conteúdo seja erótico ou até um new adult. Como eu já conhecia o estilo da autora, quando minha amiga recomendou a leitura, não me concentrei nesse detalhe e fui logo começar a ler.

A protagonista é Grace, uma filha de pastor, que começa a história vendo seu casamento desmoronar por uma traição de seu marido, Finn. Ela vai passar o verão em Chester, onde mora sua família e é lá que toda a trama se desenrola. Chester é uma cidadezinha pequena e, como tal, a maioria das pessoas sabe tudo da vida umas das outras. A fofoca rola solta, a família “dona” da igreja é considerada a realeza da cidade e as filhas do pastor consideradas as princesinhas perfeitas.

Na periferia disso, vive Jackson, um rapaz de 24 anos, que trabalha em uma oficina mecânica e cuida do pai alcoólatra. Ele começa a história vendo o casamento dos pais acabar e seu único amigo, o cachorro Tucker como suporte.

Enquanto Grace cresceu com uma aparente vida boa, cresceu sem decidir seus próprios caminhos. Engolida pelo estilo de vida de Chester e da reputação familiar que precisava manter, não sabe muito sobre si mesma e seus gostos. Quando seu casamento acaba, sente-se perdida, sem saber o que fazer e, ainda pior, quem ela é. Tudo isso piora quando, ao invés de receber apoio e acolhimento das pessoas de quem mais se esperaria isso, tanto sua mãe quanto a igreja a pressionam a aceitar o inaceitável e a lutar pelo que já nem existe mais. No boca a boca, Grace ai sendo mal falada e objeto de fofoca, provocando a ira de sua mãe, que vê a reputação da família ir pelo ralo.

Tudo isso ainda piora quando, em vários momentos, quem está na cena para salvar Grace do desespero é Jackson, que se tornou a ovelha negra da cidade, aquele para quem ninguém olha e com quem ninguém quer ser visto. Encontramos Jackson crescido, tendo perdido a mãe e sendo responsável por manter o pai vivo e a oficina dele funcionando, de onde vem o sustento dos dois. Jackson teve que abandonar sonhos e fazer o que se devia, desde muito pequeno. Forçado a amadurecer antes da hora, desprezado pela cidade inteira e considerado um monstro pela igreja e a família que a comanda, a última coisa que ele quer é contato com a princesa Grace.

Mas, não é isso que o destino parece querer e, vez após vez, os dois se encontram, até que passam a um tipo de relacionamento que “serve” aos dois. Jackson é o bad boy da cidade, que trocou o vício em drogas pelo “sexo para esquecer” e Grace é a mocinha perfeitinha que decide se rebelar. O relacionamento dos dois começa como pura troca física e, apesar da capa levar a crer que se trate de um livro com uma carga de sexo muito grande, os personagens mais FALAM sobre o assunto do que existem cenas realmente gráficas de sexo. Ainda assim, não recomendo para menores de idade.

Em resumo, esta é a história até a parte onde os conflitos começam e todos os dramas passam a desenrolar. Não costumo dar spoilers em minhas resenhas, nem ficar só no resumo básico da trama (senão não seria resenha), então coloco aqui algumas observações que acho importantes sobre a história em geral.

Eu gosto muito da escrita da autora e com Vergonha não foi muito diferente. O texto é fluido, os diálogos são dinâmicos e importantes e os capítulos são construídos de uma forma que não dá para simplesmente deixar o livro de lado. Eu só não devorei a história toda em dois dias porque minhas pequenas férias já acabaram e eu tinha muito trabalho. Como toda história da Brittainy, os dramas são a principal carga da história.

Nesse, como em Eleanor & Grey, trata-se de um universo mais adulto do que jovem. Talvez seja por isso que estranhei um pouco as escolhas dos livros que os personagens liam em algumas cenas na livraria. Pelo estilo de vida deles e as faixas etárias, eu imaginaria que eles lessem outras obras. Mas, também não é nada que eu não faça, afinal, olha a minha idade e os livros que eu gosto de ler. E os textos que eu gosto de escrever. Então, tudo bem.

Mas, ainda na livraria, um ponto que me deixou pensativa foi que os dois, Jackson e Grace, se refugiavam na livraria para ler por horas intermináveis. Cada um por seus motivos, mas o que eu quero dizer é que, no livro, as leituras deles e as conversas que surgem a partir disso são o ponto de contato que os permite começar a adentrar a vida um do outro, a saber o que eles pensam, do que gostam e como reagem na vida.

Apesar de se entregarem ao sexo o tempo todo, no livro o sexo é jogado de lado, como uma mera troca física, sem importância e que, sem dizer isso, mas deixando no ar, pode ser feita com qualquer um, por qualquer motivo, porque não é importante. Como cristã, meu posicionamento é bem diferente. Entendo que o sexo é importante, que tem seu lugar dentro do casamento e que não é só algo que se resuma ao aspecto físico e corporal. No livro, a banalização é tanta que apesar de todas as vezes em que o casal transa, a aproximação, carinho, vínculo só se forma quando eles se concentram em outras atividades, como por exemplo a livraria.

Toda a trajetória do livro, especialmente na vida do Jackson, é desenhada para mostrar uma pessoa buscando a libertação e a paz para si mesma, mas na obra, tudo acontece na direção errada e pelos motivos errados, se considerarmos a forma cristã de enxergar a realidade. Primeiro ele tenta encontrar seu refúgio nas drogas. Depois, para não usar a droga, ele sai fazendo sexo com qualquer uma da cidade. Depois, só com Grace e, ao mesmo tempo em que tenta se encontrar nela, a solução para sua libertação no livro está dentro dele mesmo. Acontece algo parecido com Grace.

Como cristã, isso me chama a atenção, pois a condição humana é tal que não dá para encontrar a salvação em nenhuma dessas coisas que os personagens buscaram. Muito menos dentro deles mesmos. A individualidade e a busca interior não são a solução para os problemas do pecado da humanidade. Cristo é. Não é se enfiando em uma busca desenfreada por nós mesmos que vamos encontrar as respostas. O ser humano não pode salvar a si mesmo.

No livro, o caminho retratado é esse da busca por si, mas agravada por algo que também me deixou pensativa e ainda mais triste. Os dois buscam apoio da igreja e dão com a cara na porta. Na verdade, dão com a porta na cara deles. Tudo o que os dois personagens encontram ao ir atrás da igreja e da família do pastor é julgamento, zombaria, regras a serem seguidas. A comunidade cristã retratada no livro joga na cara dos dois personagens que já estão na lama que a condição deles é péssima, que a presença deles ali “estraga a bela paisagem” e, algumas vezes de forma explícita, outras de forma sutil, são convidados a se manterem à distância.

Esse ponto acabou comigo de diversas formas. Primeiro, porque eu cresci na igreja e vi muito isso acontecer, de todos os lados dessa moeda. Já perdi as contas de quanta gente vi deixar a igreja porque não era aceita, não era acolhida ali dentro, onde se diz um lugar de acolhimento e de sarar feridas. Quantas vezes, eu mesma e muitas pessoas que eu conheço, acharam mais abraços e colo entre pessoas que não são da igreja? E posso falar? Os amigos mais chegados da minha família hoje são os que cresceram com o meu marido. Nenhum é da igreja. Não acho bonito ver cristãos sendo retratados daquela forma no livro, mas não posso negar que essa seja a realidade da igreja hoje.

Me faz chorar quando penso que essa é a imagem que passamos ao mundo. Que a imagem que as pessoas hoje tem de nós é de um bando de malucos, estúpidos, fanáticos, fofoqueiros e preconceituosos, que dão as costas ao necessitado (e aqui não estou falando de pobre só não). Fico pedindo pela misericórdia do Senhor pelo que temos feito ao invés de dar testemunho dele, como nos foi ordenado há milênios.

Vergonha é um livro que eu recomendo com ressalvas, por conta da capa e da questão do sexo, mas de cuja leitura gostei, por tudo que me fez pensar.

Avalie no Skoob.

Compre na Amazon.

Publicado em Dicas, Livros

Como estabelecer uma meta de leitura inteligente

Todo começo de ano nós gostamos de estabelecer algumas metas ou resoluções. Com o passar do tempo eu aprendi a estabelecer metas de leitura mais inteligentes e possíveis de serem alcançadas. Elas não só me ajudam a manter esse hábito que me faz bem mas também a encarar leituras que costumo adiar.

Estabelecer uma meta de leitura para o ano precisa considerar alguns detalhes: o tempo que você tem disponível, os livros que você quer ler e uma divisão racional entre eles. Também é importante conseguir medir seu progresso e avaliar se está avançando ao longo do tempo.

Como estabelecer uma meta de leitura?

A primeira coisa que você precisa ter em mente é que a meta é sua e deve refletir a sua realidade e a sua intenção ao estabelecê-la. Quem tem uma rotina apertada, como a minha, não vai conseguir ler a mesma quantidade de páginas de um adolescente que ainda não trabalha nem tem tantas obrigações curriculares. Conheça sua realidade e trabalhe a partir dela.

Ler é um hábito e para instituí-lo ou mantê-lo a constância é melhor do que a quantidade.

Vamos por a mão na massa?

Primeiro, saiba quanto tempo você tem. Vou me usar como exemplo ao longo do texto para você conseguir visualizar o que eu quero dizer. Embora minha rotina seja corrida, eu tenho pelo menos 15 minutos por dia. E já medi minha velocidade de leitura para saber que consigo ler em média 15 páginas nesse tempo.

Com esse número, eu cheguei à minha meta anual de 18 livros, que representa cerca de 5400 páginas (eu sei que consigo, pois no ano passado eu li quase 5 mil páginas, conforme o registro do Skoob). Embora seja um número baixo para o meu eu adolescente, esse é um objetivo que eu consigo cumprir. Lembre-se que no caso da meta de leitura, seu foco é a constância e não desanimar. Ainda que a meta seja baixa, se ela te mantém caminhando, é o que importa.

Vamos avaliar a meta que escolhemos?

Escolhida a sua meta inicial, vamos avaliá-la segundo um dos critérios mais legais que aprendi quando trabalhei em uma multinacional, lá em 2017: o sistema SMART. Smart significa inteligente em inglês e, além desse significado ser muito importante para a definição de metas, cada letra representa um critério que vamos usar para estabelecer as nossas metas de forma adequada.

Vamos saber mais, então, sobre o que essas metas significam e como aplicar esses conceitos ao estabelecer metas inteligentes de leitura para 2023. De novo, vou usar o raciocínio que eu usei para definir a minha meta pessoal, para você visualizar e conseguir adaptar para a sua realidade.

Specific = Específico

Uma meta precisa ser específica. Isso significa que dizer simplesmente “Eu queria ler mais” não é estabelecer uma meta. É só expressar um desejo com o qual não estamos nos comprometendo com seriedade. Uma meta específica permite que você crie um plano de ação para colocá-la em prática e, consequentemente, atinja melhores resultados. Assim, uma meta específica seria: Eu vou ler 18 livros até o final do ano. A partir desse número você consegue definir quais livros vai ler (se quiser definir a lista), quantas páginas por dia ou quanto tempo vai precisar dedicar a esse hábito.

Measurable = Mensurável

Como eu disse antes, só dizer que vai ler mais não é bem uma meta. “Mais” é um termo amplo, que nem sempre vai te ajudar a ter constância ou a se desafiar quando o desânimo bater. Quando temos um alvo, é mais fácil definir o caminho a seguir e como vamos fazer para chegar onde queremos. Então, uma meta precisa ter um elemento que te permita medir seu progresso, para saber quanto você está se aproximando do seu objetivo ao longo do tempo.

Exemplos de metas mensuráveis possíveis:

  • 15 páginas por dia
  • um livro por mês
  • quinze minutos por dia
  • um capítulo por dia
  • 70 páginas por semana

As quantidades e as periodicidades variam conforme o seu objetivo, mas agora você já sabe que precisa ter uma forma de “medir” seu avanço no cumprimento dessa meta.

Attainable = Atingível

Se eu colocar na minha meta de leitura que quero ler 100 livros esse ano, eu vou chegar em dezembro frustrada. Já faz muito tempo que não passo de 50 livros por ano e a vez que eu cheguei mais longe foram 63 livros em 2015. Minha realidade hoje está mais perto de 30 (que eu quase alcancei ano passado) e sendo menos exigente ainda, 20. Não sei qual a sua realidade, mas minha média dos últimos anos me levaria a escolher uma meta de 24. Entretanto, minha meta profissional vai me fazer dedicar mais tempo ao trabalho em determinados dias, o que me fez baixar minha meta pessoal para 18. É pouco desafiadora para muitos amigos meus e parece uma loucura para outros, mas esse número eu sei que posso alcançar.

A ideia de ter uma meta de leitura não é aquela meta infinita, do mundo corporativo, que parece que nunca vamos bater e que sempre nos leva ao limite. A intenção é manter o ritmo constante e mostrar que, mesmo com pouco tempo, dá para avançar em entretenimento e em conhecimento.

Relevant = Relevante

Uma meta relevante é aquela que causa um impacto importante no que estamos buscando. VOu dar alguns exemplos da minha vida de leitura que podem te ajudar a definir a sua meta. No ano passado eu queria ler como forma de entretenimento, como sempre, mas queria encarar alguns livros que vinha adiando. Por isso eu fiz uma lista de clássicos e uma lista de livros de teologia que queria ler. Não li todos os que estavam na lista, mas certamente o ano passado foi o que eu mais li clássicos. Li quatro obras da Jane Austen e quero levar o desafio dos clássicos para esse ano, pois foi uma experiência em que aprendi muito e que me fez crescer muito como leitora e como escritora.

No seu caso, você pode definir um objetivo para a leitura. Se quiser conhecer mais sobre um assunto ou escolher gêneros e autores específicos, fica a seu critério. Alguns exemplos que podem te ajudar:

  • um clássico por mês
  • um livro da minha estante (que comprei e não li ainda) por mês
  • os cinco livros da série Percy Jackson e os Olimpianos esse ano
  • um livro de romance contemporâneo por mês

Time-based = Temporal

Aqui está o critério que vai te ajudar a ter um objetivo e também a estabelecer os marcos de avaliação da sua meta. Como assim? Explico. A meta tem que ter um período de tempo. Se eu disser que vou ler 18 livros, por exemplo, mas não disser até quanto, posso arrastar essa meta por anos e anos e isso não vai representar uma meta de leitura. Agora, se eu digo que vou ler 18 livros em um ano, eu já consigo determinar as “mini-metas” de quanto eu vou ler por mês, por semana e por dia. Fica mais organizado, mais fácil de visualizar o progresso e de saber, ao final do período todo (um ano), se eu bati a meta, se eu passei ou se cheguei perto.

Agora vamos juntar tudo?

Depois de conhecer cada critério, conseguimos estabelecer uma meta inteligente de leitura para 2023.

Temos:

Em 2023 (temporal) eu quero ler 18 livros (específico), dedicando-me cerca de 15 minutos (alcançável) para ler 15 páginas por dia (mensurável) e distribuindo essas leituras em 6 livros de teologia, 6 livros clássicos e 6 romances contemporâneos (relevante para os meus objetivos pessoais).

Agora é a sua vez. Para ajudar, siga esse padrão aqui:

Em 2023 eu quero ler _____ livros, dedicando-me cerca de _____ minutos para ler _____ páginas por dia e distribuindo essas leituras em ______________(descreva aqui os livros ou tipos de livros que quer ler até o final do ano).

Deu certo? Ficou com alguma dúvida ou tem algum comentário? Conta pra mim, que eu te ajudo no que for possível. Bora ler!

Publicado em Diário, Reflexões

O tipo de influência que eu gosto

Desde quando a moda das blogueiras sem blog começou, eu primeiro fiquei incomodada, depois com preguiça de continuar escrevendo aqui. Agora, cheguei em uma fase na qual eu deixei de me importar com o que as redes sociais estão forçando seus usuários a fazer e estou me dedicando a construir as bases daquilo que eu considero importante.

Ter um blog em um domínio meu, registrado, em uma plataforma em que eu tenho muita liberdade para fazer as coisas do meu jeito sempre foi mais parecido comigo do que uma rede social que muda a forma de entregar o conteúdo todos os dias. Sem contar que aqui, na minha casa, como diz minha amiga Marga, eu não fico refém de estilos e práticas que não tem nada a ver comigo. Nesses poucos dias em que voltei a escrever aqui, encontrei meu público, as pessoas que me leem, mesmo em um tempo de conteúdos tão rapidamente descartados. Meus textos são um retrato de quem sou hoje, em janeiro de 2023, mas também são tijolinhos que vêm construindo, há quase dez anos, um monte de conteúdo legal. As estatísticas do blog me mostram que resenhas e reflexões escritas há um tempão continuam sendo encontradas pela busca do Google e atraindo a atenção de quem gosta das mesmas coisas que eu. É para essas pessoas que eu escrevo.

Fico extremamente feliz quando alguém cria um blog e começa a escrever seus pensamentos e até textos de ficção, inspirados em minha trajetória como blogueira (com blog) e escritora. Acho o máximo quando as minhas amigas me contam que estão lendo mais, porque se inspiraram no meu ritmo de leitura e nas coisas que eu publico sobre isso. Adoro conversar sobre livros e textos. As palavras fazem parte da minha vida e quando consigo tocar a vida de alguém com elas ou com as palavras que eu amei e foram escritas por alguém, sinto que a minha missão foi cumprida.

Não sou do tipo que faz do blog um catálogo, nem que vai fazer uma resenha só falando bem se o livro tem problemas. Houve um tempo no passado que me pediram para tirar do ar uma resenha sobre um livro que eu não gostei (e que eu critiquei com todo o respeito, é claro). Na parceria havia a cláusula de que eu não mentiria na resenha, mas ainda assim, acharam melhor não manter a publicação. Talvez por não ficar divulgando lançamentos nem propagandas sem qualquer contrato aqui no blog, as parcerias estejam meio paradas por enquanto. Quem sabe um dia elas voltam?

Mas o que eu gosto mesmo é de ir conversando com as pessoas sobre o que leio. Amo clubes de leitura por isso. Além de deixar as amigas com vontade de ler coisas novas, também saio de cada reunião com uma lista de livros que quero ler. Eu amo manter esse ciclo de recomendações e de influências e acho que é uma das formas de construir relacionamentos e conhecimento duradouros. Assim como o conteúdo que eu publico aqui.

Publicado em Diário, Reflexões

Sem querer criar expectativas…

Mas já criando.

E falhando miseravelmente.

O meu ano útil começou na primeira segunda-feira útil do mês e eu já estou atrasada. Claro que por mais que eu diga que não vou criar expectativas esse ano, eu tinha uma ideia (e um combinado) de trabalhar com mais intensidade durante a semana para poder dedicar os finais de semana à família e à igreja. Nem comecei e já deu errado. Com a loucura da rotina das festas, ontem fomos dormir tarde e hoje acordamos tarde. Até aí, tudo bem. Mas assim que eu fui acordada, fui interrompida antes do meu dia começar. Tem que esperar marido entregar pendência que era pra ter entregado antes das férias. Esperei. Fui levantando pra ir trabalhar e tem que esperar o marido ir ao banheiro. Já deu a hora do almoço, nem vai pro escritório, espera fazer a comida (é o marido que cozinha aqui em casa). Almoço (não sem interrupção, pois por mais que “agora ele está por conta da criança”, sou eu quem está vendo menino correndo com copo de vidro na mão, sou eu quem tem que parar para acudir menino chorando que quer a motoca que está no corredor, sou eu que tenho que ficar com um olho no meu prato e o outro no copo de suco de laranja que a criança vai chutar porque não olha por onde anda (igual ao pai).

Fiquei quinze minutos jogando uma porcaria de joguinho no celular, esperando pelo menos fazer a digestão antes de tentar começar meu dia de trabalho e fui gentilmente julgada por estar “mexendo no celular diante da criança sendo que eu mesma tinha sugerido pararmos de fazer isso”. Levantei e fui ao banheiro para tentar de novo. “Neném vai junto!” Terminei o serviço, fui fazer um café e fui para o escritório. Tudo aparentemente em paz. Criança jogando brinquedo, gritando e brincando com o pai. Os dois de férias, deixa eu tentar trabalhar.

Meu dia começa com a leitura da Bíblia. Eu decidi que não vou deixar isso pra depois, nem mesmo nos dias em que praticamente começo o expediente no fim do expediente, porque preciso manter algum relacionamento com Deus, já que ir à igreja fica prejudicado pelo atropelamento semanal que eu sofro das atividades de trabalho e de casa versus o quanto eu preciso produzir pra dar conta dos boletos que chegam religiosamente em suas datas definidas.

É o primeiro dia útil do ano e eu já vou ter que trabalhar de madrugada. É a primeira semana útil do ano e eu vou ter que trabalhar sem descansar, porque vou ter que dar conta de algum momento com meu filho na última semana dele de férias e depois que todo mundo que está de férias for descansar das atividades de lazer do dia, aí sim eu vou sentar para trabalhar. É só uma semana, eu sei. Logo vai todo mundo estar envolvido em suas atividades e me deixar em paz para exercer as minhas, mas me deixa bem frustrada começar o ano com essa sensação de atropelo que me arrastou até o final do ano passado. Me deixa frustrada ver que a leveza que eu tanto quero acabou ficando só nos desejos de ano novo, de novo! Bora trabalhar e torcer pra não ter um burnout.

Publicado em Uncategorized

Começamos de novo!

Vamos lá, mais um ano que começa, as expectativas inevitáveis na cabeça e alguns planos no papel. Estou aqui me controlando para nem querer começar a fazer alguma coisa logo no feriado e em pleno domingo, porque não vai rolar: estão nos esperando para um almoço de ano novo, tem jogos, brincadeiras e uma tarde inteira em família pela frente.

Já fiz o importante: comecei o devocional antes de qualquer coisa e já dei uma rascunhada em algumas ideias e atividades para a próxima semana. Pode ser que eu não escreva metade dos textos que listei, ou que acabe achando a ideia besta na quarta-feira, por exemplo, mas pelo menos não vou sair do zero quando quiser começar alguma coisa.

Hoje eu quero ler (e já tenho o escolhido da vez (um físico e um digital) e meus planos megalomaníacos querem que eu volte com as resenhas por escrito aqui… mas que eu grave em vídeo para jogar minha cara no mundo. Ainda tenho medo dessa parte, mas estou reunindo coragem pra fazer isso. Não sou das câmeras, sabe?

E mesmo que pequeno, saiu um textinho para não deixar um buraco logo no primeiro dia do calendário, olha só. Mas eu quero saber também quais os seus planos para hoje, as expectativas para os próximos meses e se você gravaria (ou acha que eu devo botar a cara no TikTok, mesmo sendo de uma geração mais clássica (velha rs).

Publicado em Diário, Reflexões

Boas notícias para terminar o ano

Último dia do ano e enquanto meu filho faz a soneca eu aproveito para despejar palavras no papel. Como a minha postura em relação a planejamento e expectativas está diferente para 2023, não vou fazer uma lista de resoluções nem de livros para ler em 2022 (embora eu já tenha uma meta mais ou menos definida para o mês de janeiro, para acompanhar meus grupos de leitura coletiva). Ao invés de me colocar metas fixas e expectativas elevadas, eu vou focar em me manter no presente esse ano. Celebrar as conquistas e documentar a jornada, mais do que desejar algo que talvez nem esteja nos planos de Deus para mim.

Meu dia começou com boas notícias. Uma antologia para a qual enviei um conto me selecionou. Em breve conto mais detalhes sobre isso, mas pela data, eu estava achando que não tinha sido aprovada e receber esse e-mail foi um presente de fim de ano. Como disse uma amiga, a energia que faltava para demonstrar que não devemos parar.

Depois, em um momento raro de sossego no meio da manhã, vim montar minha semana no planner e fiquei muito feliz com o resultado. A cada dia, melhoro minhas habilidades de decoração, uso de adesivos e dos recursos que selecionei para me acompanharem nessa terapia em 2023. E estou feliz por ter esses minutinhos dedicados a uma atividade que eu gosto muito e que me ajuda a relaxar. Junto com o devocional diário e a minha sessão de escrita para o blog, planejar e enfeitar meu planner é um momento que reservo para mim e que tem me feito bem.

Espero que em 2023 eu consiga manter essa leveza que estou começando a exercitar nos últimos dias do “ano velho”. Também desejo que você consiga levar até o fim aquilo que se propuser a fazer e, claro, que tenha coragem de desistir e de deixar para lá aquilo que perder o sentido no meio do caminho. Que venham mais boas notícias por aí, seja nesse último dia, seja ao longo do próximo ano! Até 2023! <3

Publicado em Diário, Dicas

Como eu mantive a leitura em dia em 2022

Mesmo com a rotina apertada e a vida corrida.

Em 2022, uma das coisas que mais me deu orgulho, fora da área profissional, foi a quantidade de livros que li. Em um ano, foram 26 livros (27 se contar um que li no Kindle ontem, bem curtinho). É menos do que eu já cheguei a ler em tempos menos ocupados, mas é mais do que imaginei que conseguiria, considerando a vida que venho levando.

Em um ano em que trabalhei muito (e com perspectiva de trabalhar ainda mais no próximo, se Deus quiser, para atingir algumas metas que estabeleci), a leitura me ajudou a me situar em mim mesma e a preservar um momento que considero importante demais. O meu “momento de leitura”.

Algumas adaptações foram necessárias, é claro. A leitura bíblica foi postergada para um pouco mais tarde, depois de toda a rotina matinal do filho. Com ele na escolinha e o marido no trabalho, eu consigo os minutos sem interrupção que preciso para a minha porção diária das Escrituras. Nas férias, esse desafio é ainda maior, porque com todos em casa, não há a menor chance de ler um capítulo pequeno sem que eu seja interrompida pelo menos três vezes, pelo filho ou pelo marido. Mas, essa luta seguimos, pois não dá para ficar sem leitura bíblica.

Para as demais leituras, usei as estratégias básicas para aumentar o ritmo de leitura. Vou compartilhar aqui as que mais me ajudaram.

1 – Listas de Leituras:

Quando se trata de algum assunto ou gênero que eu sinto necessidade de ler mais, fazer uma lista de até 10 livros me ajuda a direcionar o que escolher a cada oportunidade. Um exemplo: este ano eu quis começar a estudar mais sobre o tema de Mulheres, Ministério, Feminilidade, Papel da Mulher etc. Já tinha alguns livros comprados, mas estavam todos espalhados pela casa e eu não lembrava de lê-los. Juntei tudo em uma prateleira, fiz a lista e comecei. Li dois, dos vários que estão lá. Pode ser pouco, mas é mais do que eu estava fazendo antes. E em 2023, pode ser que eu continue passeando por esse tema. Vamos ver.

2 – Clube de Leitura:

Adoro ler em grupo. Leio com um grupo de escritoras, com um grupo em uma livraria aqui da cidade, com as mulheres da igreja e agora vou ler com um grupo de cristãs da internet. Ter com quem conversar sobre os livros que amamos, xingar os que odiamos, mas principalmente compartilhar o amor em comum pela leitura é um grande estímulo para manter as metas de leituras semanais ou mensais (porque temos que terminar até o dia da discussão). Além disso, um clube de leitura normalmente tem escolhas de títulos que nem sempre escolheríamos se não fosse pelo grupo. E é uma delícia descobrir autores novos, gêneros diferentes dos que estamos acostumados e ampliar nosso repertório literário.

3 – Físico e Digital:

Ter um livro físico para ler, grifar, segurar, cheirar é uma delícia. Mas te limita quando você quer ler debaixo das cobertas e já com a luz apagada. O Kindle ajuda nesses momentos e naqueles em que não dá para levar o livro de papel. Fila de banco, espera de médico e outros momentos de ócio que podem ser preenchidos com uma boa leitura, adiantam sua meta e desviam sua atenção do Instagram. O livro físico fica para os momentos mais tranquilos e dedicados a sessões mais longas de leitura. E dá até para variar o tema entre o físico e o digital e arriscar ler mais do que um livro por vez.

4 – Começar Pequeno:

Eu sabia que 2022 ia ser desafiador, como autônoma, com filho pequeno e prospectando clientes. Então, ao invés de colocar uma meta de quantidade, escolhi os temas. Quero participar dos clubes de leitura X, Y e Z e quero ler sobre o tema W. As periodicidades diferentes dos clubes me permitiam ler poucas páginas por dia e acompanhar as discussões. E à noite ao invés de mexer no celular, eu lia pelo menos dez páginas de algum deles. Foi assim, de pouquinho, que eu li quase 5 mil páginas esse ano. Faça as contas, são quase 14 páginas por dia. Uma quantidade perfeitamente possível, se você quiser tentar também.

5 – Não Romantizar o Momento da Leitura:

Claro que queremos uma poltrona confortável, um café quentinho, um clima agradável e nenhuma interrupção. Mas se você é casada, mãe, dona de casa, profissional, tem cachorro e mora numa cidade quente como a minha, não vai ter todas as condições perfeitas sempre. Na verdade, quase nunca. Aí, nessas horas o que a gente faz é espremer os momentos de leitura entre as pausas que fazemos. Exemplos (que dariam um post só deles):

  • Devocional: assim que deixa o filho na escola, aproveita um momento quieto e passa um café quentinho pra ouvir a voz de Deus.
  • Depois de algumas horas de trabalho diante do computador (ou entre uma atualização e outra do sistema): cinco ou dez minutinhos lendo um livro físico, para descansar os olhos da tela e pensar em um tema diferente.
  • Antes de dormir: ler com o Kindle agride menos o nosso olho do que ler no celular e ler um livro tem muito mais chance de nos ajudar a pegar no sono do que ficar rolando o feed do Instagram ou do Twitter.
  • Fazendo companhia pro cônjuge na sala: sabe quando o marido está vendo aquele filme que você não quer ver, mas você ainda quer ficar ali na sala juntinho? Pega seu livro e embarca em uma história que te agrada. Pode ser que ele se anime, faça uma pipoca ou busque um copo de suco pra você (nada de café à noite, hein?).
  • Como recompensa de algo que você não quer fazer: “se eu fizer tal coisa da minha lista de pendências, posso ler X páginas daquele livro”. Ajuda a sua produtividade e você ainda se diverte no processo.
  • No banheiro: já experimentou levar um livro ao invés do celular?
Publicado em Diário, Reflexões

Organização da casa para o novo ano.

Literalmente. E não.

Esse mês, depois de um ano inteiro tumultuado, como já venho comentando nos últimos textos, resolvi fazer um belo destralhe aqui em casa. Destralhe é uma palavra que vem da tradução literal de “declutter” e significa remover toda a tralha, tudo aquilo que não nos serve mais, de alguma forma. Percebi que precisava fazer isso em todos os cômodos da casa e em cada armário, gaveta e prateleira e coloquei a mão na massa em dezembro mesmo.

Se você já leu textos mais antigos, sabe que eu aplico uma mistureba de sistemas de organização aqui em casa (que no fim das contas vira o meu jeitinho particular de tentar dar conta disso tudo, ou pelo menos de saber por onde começar). O método que eu uso como base é o Clean Mama (da Becky Rapinchuck), mas tem aspectos e princípios do Flylady que eu também aplico, ou porque são parecidos com o método da Becky ou porque não tem ali e eu acho importante implementar. Também gosto da forma bastante personalizada da Flávia Ferrari e seus cronogramas de limpeza da casa, porque com eles eu consegui me desapegar um pouco dos dias fixados em que os dois principais métodos que eu sigo determinam para cada atividade.

Pois bem, em uma das minhas tentativas de criar uma forma mais personalizada de limpeza para a minha rotina (que muda mais do que eu gostaria), eu também comprei um curso de organização (com foco na organização de armários e áreas da casa, em geral) e também um curso de como dobrar tudo quanto é peça de roupa. Todos da Flávia Ferrari. Com isso, eu me animei e, depois de tirar mais da metade das minhas roupas e das roupas do meu marido, estou nesse processo de aprender a dobrar corretamente cada peça e guardar de forma que fique fácil de achar, prático e principalmente, mais tempo organizado.

A minha parte acabou recentemente. Eu praticamente dobrei os espaços disponíveis do meu armário e tirei sacolas enormes de roupas que não estava usando há anos, esperando emagrecer. Sem contar aquelas peças que achamos que vamos usar algum dia, mas que na verdade nem gostamos muito e guardamos por algum apego emocional. Foi tudo embora.

A cada sacola que eu tirava do meu quarto, um peso ia junto. Nada de energia esotérica não. Não acredito nessas coisas, vocês sabem. Mas a leveza da decisão tomada, do apego desfeito, de não precisar carregar o que não faz mais sentido. Organizei sem querer até um pouco da minha mente e do que eu valorizo nesses minutos diários de desapego e organização.

Dezembro está terminando e eu não estou nem perto de terminar o primeiro cômodo que comecei a organizar. Mas só com o que já fiz, entro em 2023 bem mais leve e carregando comigo só o que vale a pena manter. Também levo o aprendizado de que, assim como limpar é cíclico e constante, cuidados de higiene também são e o destralhe também tem que ser.

E foi assim que, depois de anos, eu consegui entender de verdade, porque esse item está na planilha de todos os métodos de limpeza e organização que eu encontro e tento aplicar. Porque aquilo que não serve, por mais que esteja escondido no armário, está ocupando um espaço desnecessário, pesando mais do que precisamos carregar e acumulando mais pó do que a nossa rinite aguenta. Então sim, todos os dias temos que tirar de casa aquilo que não serve, que é lixo, que não amamos e está só ocupando o lugar do que é realmente importante.

De repente, nem estou falando só de coisas. Mas isso você também já deve ter notado.