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[Resenha] Extraordinário – R. J. Palacio

extraordinário

August (Auggie) Pullman nasceu com uma síndrome genética cuja sequela é uma severa deformidade facial, que lhe impôs diversas cirurgias e complicações médicas. Por isso ele nunca frequentou uma escola de verdade…até agora.

Todo mundo sabe que é difícil ser um aluno novo, mais ainda quando se tem um rosto tão diferente. Prestes a começar o quinto ano em um colégio particular de Nova York, Auggie tem uma missão nada fácil pela frente: convencer os colegas de que, apesar da aparência incomum, ele é um menino igual a todos os outros.

O que eu achei de Extraordinário?

Extraordinário conta a história de Auggie Pullman, um garoto que nasceu com uma síndrome de origem genética e que, por conta disso, teve que passar por diversas cirurgias, o que acabou gerando uma série de complicações médicas, e a principal sequela é uma severa deformidade facial. Por conta disso, Auggie nunca havia frequentado a escola. Ele era ensinado em casa, por seus pais.

Porém, eles entendem que para o melhor desenvolvimento do filho seria importante que ele passasse a frequentar uma escola normal, com colegas normais, e o matriculam no colégio. Agora, Auggie terá que enfrentar os olhares dos colegas e dos professores e aprender a lidar com o fato de ser uma criança diferente em um ambiente completamente novo.

O principal esforço de Auggie é fazer com que as pessoas o tratem como o garoto comum que ele sente ser, apesar de sua condição especial. Por sua deformidade física, é quase que natural as pessoas olharem para ele de um jeito diferente e a maioria delas tem receio de se aproximar e tocá-lo, simplesmente porque ele não tem um rosto que se encaixa no padrão.

Auggie tem bastante receio de tudo o que vai enfrentar na escola, pois mesmo que só tenha 10 anos de idade, já sofreu o suficiente em razão de sua deformidade. A maioria dos alunos o deixa sozinho, mas Summer parece não se importar com a aparência diferente de Auggie e decide ser amiga dele.

Na contramão do tratamento que recebe das pessoas de fora, a família de Auggie e todas as pessoas que estão diretamente envolvidas com ele sentem um amor muito grande pelo garoto, e o fazem se sentir especial. Auggie sabe que é diferente, inclusive para a sua família, ainda que em um sentido positivo. Ainda assim, ele gostaria de ser apenas comum.

A forma de narrativa de Extraordinário nos permite compreender – e amar – ainda mais o Auggie. Cada capítulo é narrado pelo ponto de vista de um personagem. Ora é o Auggie, ora um de seus pais, ora a irmã ou algum de seus amigos. Com isso, vamos construindo quem é o Auggie em cada um dos círculos sociais que frequenta, e como cada pessoa que faz parte de sua vida o enxerga, e como a vida dele impacta a vida de cada uma delas.

É impossível não se identificar em algum momento da narrativa de Extraordinário com o personagem. Todos nós temos dentro ou fora de nós algo que nos torna especiais, diferenciados, extraordinários. Todos nós somos comuns e peculiares em uma certa medida.

Extraordinário tem momentos mais descontraídos e outros bastante comoventes. No meu caso, os momentos comoventes foram bastante intensos. Eu me emocionei bastante com a história e com a lição que ela passa.

Em linhas gerais, a trama de Extraordinário é clichê, mas a lição que há por trás de tudo é que é o grande mérito da autora. Mesmo sendo um roteiro já conhecido, conseguimos nos envolver com a história, nos apaixonar pelo personagem e tirar uma série de ensinamentos. E é isso que torna Extraordinário recomendado a qualquer um que aceite se emocionar com a história desse garoto, para todas as idades e para os amantes de qualquer gênero literário.