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Feliz Aniversário de Dez Anos!

Esse mês eu completo dez anos de blog. Não fiquei famosa, não virei youtuber, nem influenciadora com dezenas de parcerias com editoras, marcas e autores. Não migrei meu conteúdo para o Instagram e, apesar de meio mundo dizer que ninguém mais lê blogs, continuo insistindo no formato escrito, mais por amar fazer isso do que por achar que vai virar “trabalho”. Ainda não escrevi meu romance, só um conto que publiquei na Amazon (e alguns vários em antologias diversas) nem sou constante aqui como gostaria, mas esses dez anos de idas e vindas geraram muitas reflexões interessantes.

Comecei com a intenção de registrar as minhas leituras, de um jeito bem pessoal, mas tentando escrever textos com fundamento, que expressassem algo que tinha me chamado a atenção com aquela leitura. Não me adaptei ao formato dos blogs que faziam sucesso, pois não queria que meu espaço de reflexão pessoal virasse um catálogo de propagandas gratuitas para editoras, na esperança de ganhar uns livrinhos no final. Sem contar que, no meio do caminho do meu blog literário, foi nascendo a vontade de escrever sobre temas aleatórios, aí mudei para um nome que não me restringisse (o meu nome mesmo 😊).

Hoje eu prefiro demorar um pouco mais a escrever, mas fazer algo legal, que sirva para alguma coisa, ao invés de publicar algo que daqui a alguma semanas não fará mais sentido algum. No fim, mesmo escrevendo uma ou outra reflexão, a categoria de resenhas do blog é uma das mais acessadas e esses são os posts mais encontrados nas buscas do Google e que continuam sendo úteis mesmo depois de anos. Quero que de agora em diante, outros textos, além das resenhas, possam ter essa característica. Ainda estou elaborando o que vem por aí.

Já melhorei tanto meu estilo de escrita desde que comecei! Não só os textos de ficção que tenho estudado e praticado nos últimos anos, mas também a escrita específica para cá. Ler os textos antigos e os novos me mostra na prática a diferença que a escrita rotineira faz (mesmo que bem espaçada por aqui).

Para os próximos dez anos eu desejo muita escrita, muitas resenhas, muita reflexão e se Deus permitir, uma presença mais constante por aqui. Desejo que os conteúdos em texto continuem sendo produzidos não só aqui, mas que eu possa ser uma a mais a inspirar pessoas a escreverem e apostarem nessa plataforma que eu tanto gosto. Feliz aniversário de blog!

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E eu que já era slow blogger e nem sabia?

Slow blogging é uma ~tendência~ no mundo dos blogs, e tem a ver com escrever e produzir conteúdo com calma, respeitando os nossos processos. E já tem alguns anos que esse espaço segue assim, sendo alimentado quando eu consigo escrever algo decente e com o mínimo de cuidado. Descobri, navegando à toa pelas páginas por aí que eu já era slow blogger e nem sabia!

Não vou virar aqui uma advogada da tendência, até porque eu detesto essa história de enfiar todo mundo dentro do mesmo padrãozinho e produzir uma infinidade de posts iguais, como se a cultura blogger fosse uma coisa enlatada e que devesse obedecer a templates pré-definidos. Acho sim que cada pessoa tem que encontrar seu caminho e ir criando conteúdo com a sua cara. Nada impede de buscar inspiração em outros textos ou posts, mas daí a isso virar uma regra e um peso sobre as nossas costas tem uma bela distância.

Quando eu comecei o blog isso tudo aqui era mato eu fui toda inocente querer conversar sobre livros na internet. Alguns posts depois e eu já tinha descoberto a bolha dos blogueiros literários e fui pressionada pela onda da padronização que existe nesse nicho. Em pouquíssimo tempo eu percebi que os blogs postavam resenha uma vez por semana, entrevistas uma vez por mês, tags periodicamente e também vários posts com os principais lançamentos de mil editoras. Tinha “conteúdo” pra postar todos os dias. Só que… bem, eu não queria ser um catálogo de pesquisa sobre livros. Eu sempre tive a intenção de que o blog fosse um espaço de troca entre os meus pensamentos e as opiniões de quem me lesse. Descobri rápido demais que a maioria das pessoas lia as resenhas e não comentava nada e que os blogs que tinham sessenta e tantos comentários eram os que faziam um tipo de gincana chamado “top comentarista”. Ai, gente… preguiça.

Eu queria despertar conversas, despertar o prazer da leitura e falar o que eu achava das leituras que ia fazendo, boas ou ruins. Resultado: não consegui ser parte da bolha, tive parceria com poucas editoras e por pouco tempo e hoje, quase 9 anos depois, continuo com a mesma audiência e a mesma quantidade de comentários e interações por post.

Ruim? Não acho. Descobri um novo perfil para o meu blog e que, hoje, depois de tanto tempo no ar, começa a me mostrar que eu estou no caminho certo.

O meu diferencial é ser slow blogger

Os padrões de post dentro de cada nicho e os milhares de blogs iguais deixaram de ser a melhor opção. Agora sobrevivem os que souberam se diferenciar quando perceberam que saíam milhares de posts iguais todos os dias e que isso não ia dar em boa coisa.

E daí que tantos blogs façam book haul, recebidos, primeiras cem páginas, resenha etc.? E daí que a maioria dos blogs literários viraram um repositório de links que redireciona para um canal do YouTube? Todos fazem isso, ou pelo menos a maioria que seguiu o bonde e conseguiu uma grande audiência, mas o que eles fazem de diferente que chama a atenção de autores e editoras. Pode ter certeza que é isso que mantém os melhores blogs no ar.

No meu caso, o diferencial é justamente escrever sobre tudo o que é assunto, em artigos um pouco mais longos e que tem como foco as pessoas que preferem consumir conteúdo em texto. Não tenho uma audiência enorme, mas quem procura resenhas bem feitas e reflexões fundamentadas, sabe que aqui é o lugar certo.

O conteúdo produzido no slow blogging sobrevive por mais tempo

Durante algum tempo e com algumas parcerias que eu fiz com autores e com editoras, tinha que fazer posts sobre eventos ou promoções relacionadas a livros, que ficavam no ar por apenas alguns dias. Passada a promoção, o post ficava lá e perdia o sentido… A sensação, quando eu mesma via aquele conteúdo no meu site era de ler a Revista Caras do ano passado na sala de espera do dentista.

Com o fim das parcerias e a abertura do nicho do meu blog de literário para pessoal, eu comecei a pensar em escrever conteúdos que não me dessem essa sensação de revista velha e que me agregassem alguma coisa, mesmo que fossem lidos depois de muito tempo. E não é que eu acabei descobrindo que isso acontece?

Como eu falei ali em cima, o blog já vai fazer 9 anos. Nos últimos tempos eu quase não tenho tido tempo de sentar pra escrever um post legal e, com isso, quem chega até aqui pela busca do Google é graças ao pouco que eu sei de uso de SEO, claro, mas também pelos temas que eu trato aqui. E mesmo sem posts novos por muito tempo, as visitas não pararam (em alguns meses tem até um pico, dependendo dos temas buscados).

E quer saber o que é melhor ainda? As pessoas tem comentado até mesmo em posts antigos, justamente porque o conteúdo é atemporal e continua atraente hoje. O bom de ser slow blogger é que a gente escreve menos, mas faz um texto mais elaborado, com cuidado, recheado de informações e isso pode demorar (slow, né?), mas traz seus resultados.

Então, sim, vou seguir a tendência slow blogger enquanto ela é tendência, mas só porque eu já era antes de ser modinha e só porque vou continuar sendo depois que ela passar! Tem mais algum slow blogger por aí? Sobre o que você escreve?

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A way with words

A minha lembrança mais antiga é de um brinquedo bem simples: um saco de letrinhas de plástico, que eu ganhei na infância, e com as quais eu amava brincar. Lembro de passar horas montando palavrinhas, separando por cores, colocando em ordem e tudo o mais que se pode fazer com um brinquedo desse tipo.

Na verdade eu não lembrava desse brinquedo, até parar pra pensar sobre a pergunta do início do post. Veio aquela sensação boa, de nostalgia, quando lembrei das minhas letrinhas. Nem sei onde foram parar, pra quem minha mãe as deu quando eu cresci e comecei a brincar com as letrinhas no papel.

Foi aí que percebi que, não só a minha primeira lembrança é relacionada às letras, mas de certa forma, toda a minha trajetória na vida. Aprendi a ler e a escrever muito cedo e sempre gostei disso. Vivia perto de livros, em frente a estantes, perdida na seção de cadernos dos mercados e papelarias. Até hoje é assim.

As palavras são meu lazer, seja escrevendo um post pra cá ou lendo algum livro. Também são meu trabalho, na tradução. Estou sempre lendo alguma coisa, falando sobre o que eu li e escrevendo sobre isso. Nas férias, além de algumas outras coisinhas, voltei pra casa com cadernos e livros.

Não sei se é assim com todo mundo, mas no meu caso, percebi que não tinha mesmo como fugir desta minha trajetória. Se sempre gostei de ler e de escrever, nada mais normal do que trabalhar com texto o dia todo, e nada mais gostoso do que descansar colocando a mente em ordem em um diário, um post, ou me identificando com a mocinha de algum romance.

Não importa as voltas que o mundo deu, antes deste momento. O que começou com as letrinhas, voltou a elas, anos depois. Acho que tudo que acontece tem uma razão, que nem sempre a gente entende, mas o que é nosso, mesmo que afastado por um tempo, acaba dando um jeito de voltar. Com você também é assim?

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NaNoWriMo – Vem escrever um livro em novembro!

Era pra eu ter escrito outra coisa, mas nos últimos dias ando tão empolgada com o NaNoWriMo, que não consigo pensar em outro assunto pra falar aqui. Mas afinal de contas, o que é NaNoWriMo, pra que serve, e qual o motivo pra isso me deixar tão animada? Vou contar pra vocês um pouco mais sobre o que é o desafio, minha participação nos anos anteriores e algumas outras coisas que passam pela minha cabeça – e pela minha timeline – sempre que o desafio se aproxima.

nanowrimo

NaNoWriMo é o desafio que acontece em novembro, no qual os participantes escrevem um livro de 50.000 palavras ao longo dos trinta dias do mês. A premissa principal é a de permitir uma intensa experiência criativa com o prêmio final de ter uma história escrita por nós. A competição não é entre os participantes, mas de cada um consigo mesmo. Isso gera uma comunidade de pessoas que se ajudam, dão dicas, animam, motivam e tornam a experiência muito mais agradável, além de promover várias amizades.

Se você mora nos EUA ou Canadá, além de cadastrar seu perfil e criar a página de seu livro no site deles, ainda poderá participar de encontros presenciais, os chamados Write In, em que as pessoas se juntam pra escrever em algum café. Aliás, café é um dos principais combustíveis pra esse desafio, já que muita gente acaba escrevendo em horários alternativos, devido às suas atividades diárias e a necessidade de um ambiente tranquilo para conseguir ouvir as vozes dos personagens.

Mas mesmo se você mora aqui no Brasil, em algumas capitais pode ser que consiga um evento desses. Se não for o seu caso, você pode se conectar aos companheiros de desafio pelo Twitter ou Facebook, na comunidade de brasileiros no site e, assim, combinar de escrever em um mesmo horário, pela internet. O chat da comunidade brasileira é muito movimentado em novembro.

Você vai precisar de uma ideia básica, se quiser escrever conforme a inspiração surja ao longo do mês, ou então de um roteiro da sua história, uma ficha básica para os personagens e toda pesquisa que quiser fazer antes de começar a escrever a história, se você prefere um planejamento mais detalhado para ter no que se apoiar quando a inspiração resolver ir embora.

Se você não tiver ideia de nada para escrever, siga o conselho do organizador do NaNoWriMo e comece a pensar em um personagem. Segundo o que ele diz, se você tem um personagem, consequentemente tem uma história, pois toda pessoa tem um conflito, algo que deseja e faz alguma coisa para alcançar este objetivo. Pronto, aí está a sua história! Para mais informações leia o livro No Plot? No Problem!

Para os dias em que o bloqueio criativo aparece, seja pelo cansaço, seja porque você está sendo crítico demais com você mesmo e se deixando levar por pensamentos negativos do tipo que dizem que seu texto é ruim, que não vai dar em nada e que você não é capaz de escrever um livro, pode recorrer aos sprints, que são períodos em que os participantes marcam um tempo determinado no relógio e escrevem o máximo de palavras que conseguirem, com ideias sugeridas pelo próprio site ou então apenas uma escrita livre. Pode ser que ao fim dessas brincadeiras, uma ideia genial surja e você tenha material suficiente para escrever bem mais do que imagina.

A meta diária para conseguir as 50.000 palavras é 1.667. Dependendo da sua velocidade de escrita você precisará de mais ou menos tempo. E, claro, se quiser escrever mais do que isso, fique à vontade! Você vai estar mais próximo de alcançar a sua meta.

Eu acho esse desafio incrível. Primeiro porque, mesmo que eu sempre tenha pensado em escrever um livro, as atividades do dia a dia e as preocupações sempre colocavam isso de lado e por muito tempo eu esqueci. Hoje em dia eu sempre me lembro que há mais uma chance para fazer isso em novembro e finalmente tirar uma coisa da minha lista de coisas que quero fazer na vida. Além disso, conheci gente legal demais na internet, tive ideias interessantes e desenvolvi outras áreas além desta, a partir do momento em que me permiti sonhar com a possibilidade de ganhar o desafio. Aprendi coisas pra caramba, sobre escrita, sobre a vida e sobre mim mesma, ao participar das comunidades de escrita.

Eu passei por diversas experiências. Desde ter uma ideia genial a não ter ideia nenhuma, de ser afetada pelas histórias que eu inventei e lembrar de detalhes de coisas pessoais que eu coloquei nas minhas histórias, ainda que curtas e inacabadas. Em alguns dias eu tinha ideias e virava a madrugada escrevendo, enquanto em outros só conseguia bater a meta diária usando os sprints e as ideias dos colegas. Apesar de ser muito crítica comigo mesma, procurava não ler o que eu escrevia nos dias anteriores, pra não sair corrigindo tudo.

O que posso dizer no NaNoWriMo é que no meu caso é uma experiência quase terapêutica. Talvez você que lê isso pode achar que eu estou exagerando, mas a verdade é que cada um tem uma visão do desafio e do que ele proporciona a si. Mas garanto que você vai encontrar muita gente que conseguiu realizar o sonho de escrever um livro, ou então, se sente realizado por ter conseguido cumprir o desafio e além disso, que se diverte horrores com um projeto que une milhares de pessoas ao redor do mundo.

Mesmo eu tendo falhado nos anos anteriores, seja por uma má escolha da história, seja por eventos que me deixaram pra trás na meta diária e me desanimaram, eu não desisto de participar. A animação das pessoas envolvidas, a atmosfera de desafio em torno do mês e a vontade de vencer meus próprios bloqueios e terminar o mês com uma história no papel ao invés de na cabeça, é algo que me empolga. E, claro, falar de café, de personagens que mudam os rumos que você definiu (sim, isso acontece, não me pergunte o porquê), de bloqueios e de coisas aleatórias enquanto deveríamos estar escrevendo nosso livro é parte da festa. SIM, É UMA FESTA!

E eu já estou entrando no clima, com capa de facebook, listas no twitter e participando de tudo que é evento relacionado ao NaNoWriMo internet afora. Haja calendário pra colocar tudo isso em ordem! Mas vale a pena a diversão e eu garanto que, se você participar, vai querer voltar todo ano.

Vem comigo?