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[Resenha] A Culpa é das Estrelas – John Green

A Culpa é das Estrelas
Título: A Culpa é das Estrelas
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Ano: 2013
Páginas: 288
A culpa é das estrelas narra o romance de dois adolescentes que se conhecem (e se apaixonam) em um Grupo de Apoio para Crianças com Câncer: Hazel, uma jovem de dezesseis anos que sobrevive graças a uma droga revolucionária que detém a metástase em seus pulmões, e Augustus Waters, de dezessete, ex-jogador de basquete que perdeu a perna para o osteossarcoma. Como Hazel, Gus é inteligente, tem ótimo senso de humor e gosta de brincar com os clichês do mundo do câncer – a principal arma dos dois para enfrentar a doença que lentamente drena a vida das pessoas.
Inspirador, corajoso, irreverente e brutal, A culpa é das estrelas é a obra mais ambiciosa e emocionante de John Green, sobre a alegria e a tragédia que é viver e amar.

O que eu achei de A Culpa é das Estrelas?

Este é um dos meus livros favoritos. Inicialmente escrito para o público adolescente, A Culpa é das Estrelas ficou um tempão cozinhando na minha lista de leitura, justamente porque eu achei que ia ler e não ia gostar. Estava vindo de uma série de leituras de livros de vampiros seguida por uma série de livros eróticos, levada pela onda da trilogia Cinquenta Tons de Cinza. Achei que o livro ia ser bobinho demais pra mim, deixei ele lá esperando.

Mas qual não foi a minha surpresa quando eu fui finalmente pegar o livro pra ler, sem ler sinopse, sem perguntar para amigos nem nada., e acabei me apaixonando de um jeito irreversível pela escrita do John Green e pelos personagens que ele criou.

Hazel é uma adolescente que tem um câncer terminal. Foi diagnosticada com câncer na tireoide, mas já está com metástase nos pulmões. Adora ler, e seu livro favorito é Uma Aflição Imperial, um livro que acaba com uma frase pela metade. Hazel já não frequenta a escola, pois vive bastante debilitada e uma das coisas que mais detesta é ter que carregar o carrinho com o cilindro de oxigênio por aí. Ela acaba cedendo ao apelo dos pais e volta a frequentar o grupo de apoio aos pacientes com câncer, da sua cidade.

É nesse grupo que ela conhece o Augustus Waters, um garoto lindo, que está indo lá pela primeira vez. Ele perdeu a perna devido ao osteossarcoma e por isso anda com uma prótese. Eles acabam fazendo amizade e ficando bastante próximos, inclusive de Isaac, um garoto que também frequenta o grupo e que tem câncer nos olhos.

Gus gosta muito de jogar videogame com Isaac, e também gosta muito de ouvir música e ler. Ele acaba se apaixonando por Hazel e os dois ficam cada vez mais tempo juntos, até que ela por fim admite também estar apaixonada. Pronto, temos um romance.

Um romance dos bons: fofo, divertido, empolgante. Mas ainda assim, um romance que tem como figuras principais e secundárias, jovens com câncer, o que confere ao livro uma carga de drama altíssima e, com isso, muitas emoções.

A Culpa é das Estrelas foi absolutamente bem escrito e bem revisado, o que acontece com a maioria – senão todos – os livros que eu já li que foram publicados pela Editora Intrínseca. A história é simples, não há enredos paralelos, a não ser a história de Isaac e o término brusco de seu namoro, mas isso tudo está intimamente ligado ao enredo principal. John Green é direto e tem uma abordagem bastante diferente de tudo o que estamos acostumados quando se trata de câncer. A narrativa dele emociona sem ser melosa, conseguimos sentir o que acontece com os personagens sem que eles sejam o estereótipo de doentes terminais que normalmente são retratados nos livros.

Hazel e Gus tem diálogos em que é muito analisada a relação deles com as pessoas ao redor, além da forma como eles encaram o câncer e, consequentemente o tempo limitado de vida que possuem, em decorrência disso.

A Culpa é das Estrelas foi uma das minhas melhores leituras de 2013, uma das que mais mexeu comigo, junto com Extraordinário, que já foi resenhado aqui, e O Oceano no Fim do Caminho, que em breve ganhará também uma publicação aqui no blog. Recomendado para leitores de todas as idades, para ler sem medo de se emocionar e se envolver.