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[Música] The Hardway – DC Talk

DC Talk. Uma banda cristã que fez muito sucesso nos anos 90 e que eu conheci na minha época de adolescente. Foi um amigo que me apresentou um CD da banda e eu me apaixonei logo de cara.

Até então, para uma menina que havia acabado de sair da Igreja Batista – não porque queria, mas porque a vida aconteceu assim – e que só conhecia alguns hinos do HCC e os corinhos congregacionais (que diga-se de passagem, nunca mais houve iguais), era inimaginável conceber música em louvor a Deus com um toque moderno e variado em estilos.

DC Talk é a preferida desde sempre. Mesmo com novas bandas surgindo o tempo todo e me emocionando profundamente, ainda assim o lugar que a banda ocupou em minha evolução em relação aos meus gostos musicais ainda não conseguiu ser tomado por nenhuma outra banda. E pela memória afetiva que me traz, acho isso algo difícil de acontecer.

O primeiro álbum que eu ouvi foi Free at Last, o último da banda com um estilo mais voltado para o rap/hip-hop e o que, na minha opinião, abriu as portas para os grandes sucessos que vieram depois… Jesus Freak, Welcome to the Freak Show (o álbum ao vivo cujo repertório abrangias as músicas do Free At Last e as do Jesus Freak) e o Supernatural, o último álbum de inéditas antes do fim da banda nos anos 2000.

O fato é que na época eu fiquei um tempão sem devolver o CD para o meu amigo, escutei todas as músicas um milhão de vezes, decorei todas as letras (e sei cantar todas até hoje, incluindo os versos em rap e as falas e vinhetinhas entre as músicas – shame on me!) e fiz até uma camiseta com uma foto deles, para um trabalho da escola. Eu assinava newsletters sobre eles, estava cadastrada em todos os sites de fã-clubes e de informações sobre eles.

Tudo isso em uma época em que a internet apenas começava e em que a idéia de ir aos Estados Unidos para um show deles era simplesmente um sonho, algo inacessível. Eu nunca fui. A banda acabou, cada um foi pro seu lado, mas a minha ligação com as músicas, com as vozes de cada um deles, com as letras que me diziam tanto, nunca deixou de existir.

Todos eles com seus estilos absolutamente diferentes, fizeram um grande trabalho como DC Talk. Mesmo na época da banda, era fácil perceber o quanto cada um deles era diferente do outro e identificar em cada música e época, as concessões que um fazia ao estilo musical do outro. Era lindo de se ver. Entretanto, a separação era inevitável, justamente por essas diferenças.

Até hoje, quando ouço, consigo me transportar de volta a outras épocas e consigo relembrar vários momentos legais da minha adolescência, em que a música deles esteve presente, ainda que ninguém soubesse disso.

Eu procuro nem pensar nos infinitos boatos de DC Talk Reunion, porque desde 2000 são tantos, que já deixei de acreditar… Já houve dois cruzeiros que eu não pude participar porque o valor em reais fica impossível pagar. Mato minha vontade de ter assistido um show deles pelo YouTube.

Mas… por andam os três? Kevin foi vocalista do Audio Adrenaline e agora segue em carreira independente, com vários trabalhos lançados no Spotify, Michael é vocalista do Newsboys e o Toby tem sua própria banda e tem feito um excelente trabalho lançando novos artistas também.

Pra esse post, escolhi uma música do primeiro CD que eu ouvi deles e que me emociona SEMPRE.

Com vocês, The Hardway:

Gostou? Você gosta de DC Talk? Conta pra mim sua história com a banda, a música que mais gosta e se tem alguma música que gostaria de ver aqui!

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[Resenha] A Canção da Órfã – Lauren Kate

a canção da órfã

Título: A Canção da Órfã
Autor: Lauren Kate
Editora: Record
Ano: 2019
Páginas: 322

Veneza, século XVIII. Época em que as pessoas usavam máscaras durante a maior parte do ano; quando os amantes, em suas gôndolas, erguiam seus disfarces sob pontes para trocar um beijo; quando a música era a maior de todas as artes. Em uma era de excessos, dois órfãos – uma soprano e um violinista – sonham em ter uma família e um lugar que possam chamar de lar. Duas almas atormentadas que se entregam à música e aos mistérios das calli da cidade, em cidade, em busca de amor e redenção.

A Canção da Órfã é o livro de estreia no gênero de romance histórico de Lauren Kate. A autora ficou conhecida pela série Fallen, um romance jovem adulto sobre anjos. Não li essa série, pois o tema não costuma me chamar a atenção, mas reconheci o nome da autora quando A Canção da Órfã chegou no final do ano passado pela caixinha do Clube de Romance da Carina Rissi.

A história é sobre Letta e Milo, dois órfãos que viviam no orfanato Incuráveis. Eles foram abandonados quando ainda crianças, por suas mães e não tinham outra escolha a não ser seguir o que o destino os havia reservado. Mino, como homem, provavelmente arrumaria um emprego e deixaria o local. Já Letta, como outras mulheres, seguiria a carreira de cantora da igreja, caso conseguisse uma vaga no coro.

Ela e suas companheiras de orfanato não podiam sair sozinhas, muito menos fazer parte do carnaval, que parecia ser algo constante na Veneza do século XVIII, em que a história se passa. Os dois se conhecem por acaso, quando Letta, em uma de suas idas ao telhado para pensar sobre a sua vida e imaginar como seria ter uma vida como a das mulheres que via ali de cima.

Ao compartilharem seus sonhos e o amor pela música, além de uma música em comum, nasce ali uma grande amizade, que logo se transforma em amor. Entretanto, algumas reviravoltas da vida, além de diferenças nos sonhos de cada um acabam separando o caminho dos dois e cada um vai seguir seu caminho.

Mino vai seguir sua vida como aprendiz no estaleiro, enquanto Letta é promovida para o coro, e também ainda consegue cantar, algumas noites, em um cassino chamado La Sirena. Seus caminhos teriam tudo para não se cruzarem mais, se não fosse o destino, que deu seu jeitinho para que os dois se reaproximassem.

A leitura me agradou bastante. A autora traz elementos históricos bastante consistentes e podemos nos imaginar pelas ruas e canais de Veneza, desfrutando do Carnevale daquele tempo distante. A escrita é bastante poética e nos leva justamente para dentro dos sentimentos de Letta e de Mino. Cada evento que acontece nos alegra e nos emociona como se estivéssemos na pele dos personagens.

Talvez por isso, por ser tão real e tratar de sentimentos tão humanos, apesar de usar fatos que eram costumeiros em uma época tão distante, a narrativa em um certo ponto toma o ritmo da vida: lenta, morosa e sem muitas novidades por algum tempo. Mais ao final o ritmo se torna mais ágil, levando a um final belíssimo.

Eu recomendo muito a leitura. Não li tantos romances históricos na vida, mas já é um gênero que tem estado no meu radar e no qual eu quero investir em futuras leituras. Caso a Lauren Kate decida explorar mais este gênero, possivelmente lerei suas obras!

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[Resenha] Eleanor & Grey – Brittainy C. Cherry

Eleanor & Grey

Título: Eleanor & Grey

Autora: Brittainy C. Cherry

Editora: Record

Ano: 2020

Páginas:406

Quando me apaixonei por ele na juventude, eu não sabia muito da vida. Sabia dos sorrisos dele, das risadas dele, do frio na barriga que sentia quando ele estava por perto.
A vida era perfeita… Até que deixou de ser, e fomos forçados a seguir caminhos diferentes. Abandonei minha primeira paixão, me agarrei a nossas memórias e sonhei com o dia que o encontrava de novo.
Mas, quando meu sonho se tornou realidade, não foi como eu havia imaginado.

O que eu achei de Eleanor & Grey

Recebi este livro na caixinha do Clube da Carina. Foi o primeiro que gostei, entre os inéditos deste ano e considerando algumas exceções do fim do ano passado. Talvez por ser uma história ambientada em um mundo mais próximo da minha idade e realidade atuais, mas muito mais pela abordagem da autora aos temas tratados, que foi mais séria que os anteriores. Mas esse post é sobre Eleanor & Grey, não sobre as escolhas da Carina Rissi para seu clube. Por isso, vamos à história!

A história de Eleanor & Grey começa quando os dois personagens principais são adolescentes. Cada um vem de uma família completamente diferente e são pessoas completamente diferentes também. Eleanor vem de uma família amorosa e unida, mas é introspectiva e antissocial, fã incondicional de Harry Potter e a típica adolescente esquisita da escola. Grey, por outro lado, é lindo, um dos mais populares da turma, vive em festinhas. Seu ambiente familiar é completamente desestruturado, os pais são ausentes e vivem brigando quando estão em casa, mas ele passa a maior parte do tempo sozinho. Grey mora do lado rico da cidade, e Eleanor do lado mais simples, ainda que não seja uma pessoa pobre.

Mesmo sendo tão diferentes e vivendo em mundos que não se tocavam, os dois acabam começando a conversar e se conhecem melhor quando Ellie é forçada a ir em uma festa com sua prima, Shay. A partir de então, os dois desenvolvem uma amizade que acaba se tornando algo mais, mesmo que sem um nome definido e sem beijos apaixonados o tempo todo.

Quando a mãe de Ellie adoece gravemente e os pais dela decidem mudar para outro estado, para satisfazer ao último desejo dela de estar perto do mar, eles tentam manter a amizade, por uma troca de e-mails constante. Mesmo com todos os obstáculos, eles conseguem se conectar e se manter como um suporte mútuo. Entretanto, a vida acontece e, com a decisão do pai de Ellie de não voltar para onde eles moravam, a conexão entre Ellie e Grey se torna cada vez mais difícil. Os horários deles não batem, cada um tem seus compromissos e sua agenda maluca, e os e-mails se tornam raros e cada vez mais concisos. Até que eles se afastam completamente.

Nesse ponto a história dá um salto de 16 anos e encontramos Ellie, de volta à cidade onde morava antes da mãe adoecer, ainda trabalhando como babá, o que fazia desde o começo da história. Ela acaba de ser demitida de um emprego e está frustrada, mas recebe a recomendação de sua ex-patroa e tem uma nova entrevista, na casa de uma família muito rica. Ela consegue o emprego e fica muito surpresa quando descobre que seu novo patrão é Grey, que é pai de duas meninas, acabou de ficar viúvo e está muito diferente do que ela conheceu quando adolescente.

A vida dos dois teve muitos acontecimentos ao longo de todos os anos em que estiveram separados. Agora, em uma relação de trabalho, eles precisam aprender a lidar com o que conheceram inicialmente e a pessoa que tem diante de si agora. O amadurecimento dos dois fica claro quando, mesmo com todas as lembranças do passado, a vida presente se impõe entre eles e os leva a tomar suas decisões a cada capítulo.

O livro é narrado com pontos de vista intercalados entre Ellie e Grey, por isso conseguimos entender o que aconteceu com cada um deles no passado e também as suas reações no presente.

A história lida com temas maduros, com a vida que precisa de decisões pensadas e calculadas e por isso pode deixar a desejar no sentido da química da paixão adolescente que é predominante em livros do gênero new adult. Por isso, eu o classificaria mais como um romance contemporâneo. Os sentimentos que existem entre os protagonistas são sutis e colocados de forma delicada e sem passar por cima da realidade em que estão inseridos. Ainda assim, acredito que as duas cenas mais quentes inseridas no livro não precisariam existir, já que todo o restante da história foi escrito sem apelar para esse recurso.

Senti falta do desenvolvimento da história de alguns personagens, especialmente os pais do Greyson, ainda que no contexto geral fosse bem possível imaginar alguma coisa. De qualquer forma, é uma falha nessa segunda parte do livro.

A trama é basicamente sobre segundas chances para o amor, ainda que nesse caso nada do que aconteceu para impedir que eles ficassem juntos tivesse sido por algum erro deles. A realidade da história está até nisso. Às vezes a vida, simplesmente, acontece e impede que os nossos planos sejam realizados da forma como os colocamos no papel. Pode ser que a gente tenha uma segunda chance, lá no futuro, mas isso também vai depender de como a vida vai acontecer…

Claro que, como cristã, eu não entendo essas reviravoltas como meros acasos. Eu sei que em tudo o que acontece tem o dedo de Deus, mesmo quando não conseguimos aceitar ou entender, no começo, o rumo que tudo tomou. E eu também sei que se alguém volta do passado, pra ficar ou apenas pra passar mais um tempo, significa que tem algum propósito de Deus ali.

Acredito que a leitura vale a pena. É um livro que prende a atenção e que cativa justamente pelo toque de realidade e proximidade com questões que lidamos nas nossas vidas. A tradução está bem feita, a edição também é caprichosa e a capa linda. Fiquei com vontade de ler os outros livros da autora, que eu vivo colocando no carrinho de compras da Amazon, mas ainda não trouxe nenhum pra casa.

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Liturgia do Ordinário

Este post não está marcado como resenha, pois ao invés de simplesmente escrever uma resenha, assim como fiz com a série de posts sobre o livro Socorro, não tenho tempo, achei mais interessante escrever sobre as reflexões que esse livro me trouxe.

O livro é o Liturgia do Ordinário, escrito por Tish Harrison Warren. Eu li a versão original, em inglês, pois a versão traduzida estava disponível apenas para assinantes da Box95, que eu parei de assinar há algum tempo.

Este livro traz uma série de reflexões sobre como cada acontecimento do nosso dia pode nos fazer refletir e aprender sobre Deus e as verdades sublimes do evangelho. Fiz alguns comentários breves aqui sobre o que me chamou a atenção em cada capítulo. A linguagem do livro é bastante simples e nos faz pensar bastante. Vale a pena a leitura.

Acordar: A primeira lição que aprendemos é a de que somos amados por Deus, independente do que façamos. O amor de Deus por nós não é dimensionado a partir de nossos esforços para chamarmos sua atenção.  

Arrumar a cama: Aqui aprendemos sobre as tarefas repetitivas, que nos ensinam, no dia a dia e na liturgia do nosso culto, a amar determinadas coisas. Assim como aprendemos em Você é aquilo que ama, essas repetições nos direcionam o coração a algo, que pode ou não ser Deus. Nossa vida inteira é formada de pequenos hábitos e práticas que repetimos todos os dias.

Escovar os dentes: Aprendemos que precisamos cuidar do corpo na medida certa. Não precisamos considerar o corpo desnecessário para nossa saúde espiritual, mas também não devemos ter uma preocupação exagerada com a estética ou com dietas e exercícios. Devemos cuidar do nosso corpo pelo que ele é. Uma criação de Deus, preciosa e amada e que está incluída no plano de redenção de Cristo. O fato de Jesus ter encarnado é uma prova de que nossos corpos serão renovados como o dele foi e estarão conosco pela eternidade. Nosso corpo deve fazer parte da nossa adoração, tanto na nossa vida ordinária, quanto em atos especialmente litúrgicos.

Perder as chaves: Aqui somos confrontados em nosso comportamento quando as coisas fogem do nosso controle. É muito fácil ser uma boa pessoa ou um bom cristão quando tudo está acontecendo conforme o que a gente planejou. É quando as coisas dão errado e o apocalipse acontece que as nossas falhas, quem nós somos debaixo de todas as capas que nos colocamos, se revela e ainda que momentaneamente vem a tona (e não é que este é exatamente o sentido de apocalipse?). Nesses momentos, não precisamos cair no sentimento de culpa, mas sim é essencial identificar aquilo em nós que não glorifica a Deus e confessar essas falhas a Ele e trabalhar para que elas sejam corrigidas. Esses eventos servem também para mostrar nossas verdadeiras lealdades e idolatrias. Quando algo sai de nosso controle, somos confrontados com os falsos deuses da vida confortável, da estabilidade, da segurança que constantemente colocamos no lugar de Deus em nossa vida.

Comendo sobras: Ainda que a nossa relação com a comida não seja meramente de alimentação, mas tenha diversos aspectos, entre eles o social e o emocional, a maior parte do tempo, nossas refeições são rotineiras e repetitivas. Assim como as refeições especiais são uma exceção, a nossa experiência com a igreja e a vida devocional é formada das diversas lições simples e constante, que nos fortalecem e nos nutrem para o dia a dia, não das coisas extraordinárias que podem acontecer de vez em quando. Nossa relação com a fé tem sido muito influenciada pela relação de consumo que trazemos de outras áreas da vida, porque temos buscado na igreja aquilo que nos agrada, diverte e chama a atenção, ao invés de encarar o culto como algo que oferecemos a Deus ou como um lugar onde somos nutridos naquilo que precisamos.

Brigar com meu marido: Este é mais um capítulo que traz um lado de nós do qual não nos orgulhamos. Aprendemos que ser pacificadores não é tão simples para ser aplicado nas relações mais próximas de nós. Somos testados o dia todo por aqueles que estão mais perto. Perdemos a paciência e magoamos com muita facilidade, mas também somos ensinados a perdoar e a pedir perdão todos os dias e várias vezes ao dia. 

Responder e-mails: Qualquer que seja a nossa atividade diária, por menor que seja a função, o trabalho não é um fim em si mesmo e não é feito para nós. Nossa satisfação pessoal e o reconhecimento dos outros é muito agradável, mas não pode ser o nosso objetivo. Ainda que não sejamos promovidos ou ganhemos mais, devemos trabalhar com a mesma motivação e qualidade, porque trabalhamos para Deus e para servir às pessoas, vivendo na prática os princípios bíblicos.

Parada no trânsito: Aqui trabalhamos a questão da impaciência, quando temos que esperar as respostas de Deus. A impaciência é a raiz de todo problema em relação ao pecado, porque demonstra nossa incapacidade de esperar pelo que Deus está fazendo por nós. Ele está trabalhando em nós e através de nós, para nos levar até ele, então boa parte do que temos a aprender na vida tem a ver com espera, por mais que não estejamos acostumados a esperar por nada, nesse mundo acelerado em que estamos vivendo. 

Ligar para uma amiga: A comunhão entre amigos na igreja, entre pessoas que não seríamos amigos se não fosse pela fé em comum é a grande beleza da igreja invisível. Mais do que apenas uma amizade por interesses comuns o vínculo que existe é a fé. As necessidades da amizade (ligar para uma amiga, ou atender uma ligação de uma amiga), assim como a liturgia, ensina que somos chamados e respondemos a este chamado, constantemente, até que Jesus volte. Estamos indo até ele, mas também ele está vindo até nós.

Tomar chá: Precisamos aprender a entender a necessidade do lazer como parte de nossa rotina. Não podemos nos esquecer de fazer as coisas que gostamos, na medida certa, sem idolatrar o lazer a ponto de somente nos guiarmos por aquilo que amamos nem deixar de fazer coisas importantes para gastar tempo com atividades de entretenimento.

Dormir: O sono é uma necessidade básica do ser humano. É uma característica da nossa limitação, da nossa finitude e da necessidade que nosso corpo tem de se recuperar. É uma lembrança de que somos frágeis e não duraremos para sempre. Também é uma forma de nos lembrarmos todos os dias de que dependemos de Deus para nos levantarmos, para cuidar de nós enquanto não estamos conscientes e de termos a certeza de que ainda que não estejamos no controle de tudo o tempo todo, Ele está. Ele sabe muito bem o que precisamos e cuida de todas as coisas, mesmo depois que fechamos os olhos. 

Espero que este post tenha contribuído para as suas atividades diárias, em casa ou no trabalho, e até mesmo na igreja, e a refletir até mesmo sobre as coisas simples do seu dia a dia. Tem algo que não foi abordado aqui? Conta pra mim nos comentários!

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[Reflexões] Socorro, não tenho tempo – Parte 6

Nas semanas anteriores temos refletido sobre as lições aprendidas com a leitura de Socorro, não tenho tempo, da Carolyn Mahaney. Hoje, no último post da série, vamos falar mais especificamente sobre o tema Planejamento.

Até então, no livro, aprendemos sobre como definir nossas prioridades, como fazer uma análise da nossa vida para entender o que precisa de nossa ação no momento e especialmente, a colocar as nossas vidas e a nossa rotina louca nos pés de Jesus e aprender com ele.

Agora, numa parte um pouco mais prática, aprendemos sobre como colocar a mão na massa. Para que o nosso planejamento seja efetivo, precisamos de uma estratégia, senão vamos cair novamente nos mesmos erros. Aqui vão algumas dicas do que podemos fazer para melhorar nossa rotina:

Use uma Agenda

Temos que ter uma agenda e uma lista de tarefas. A partir disso, vamos conseguir nos organizar para as atividades que temos naquele dia específico. Precisamos saber com antecedência o que vamos fazer. Ao criar o hábito de usar uma agenda e colocar nela os compromissos para cada dia, conseguimos saber quanto tempo realmente temos disponível antes de começar.

15 minutos por dia para planejar

Você já acorda cansada e correndo contra o relógio, por isso deve achar que eu estou louca por sugerir que você pare por 15 minutos para organizar sua vida. A questão é quando a gente sai fazendo as coisas sem critério, terminamos o dia cansadas e sem ter a noção de quantas coisas fizemos. É importante estabelecer um plano organizado antes de começar, e realmente não precisamos de muitas horas pra fazer isso. Com 15 minutos do seu dia é possível desenhar um planejamento eficiente, que você vai aprender a adaptar com o tempo. Ao fazer isso, ao contrário de gastar tempo, no fim do dia você vai perceber uma economia de várias horas. Vai por mim.

Escolher o melhor tempo

Quando a gente se planeja com antecedência consegue decidir qual o melhor horário para fazer cada tarefa. Com exceção daquelas que tem hora marcada e que não podemos mudar, a maioria das tarefas do nosso dia podem ser feitas em um horário mais eficiente. Assim, você pode dedicar os horários em que está mais cansada ou com o raciocínio mais lento para fazer atividades mais automáticas ou operacionais, como dobrar aquela pilha imensa de roupas, ou organizar a sua mesa e gavetas do trabalho. E, com isso, você marca suas reuniões para seus horários mais produtivos e pode dedicar as horas do dia em que seu raciocínio está mais afiado para escrever relatórios, artigos, criar algo.

Algo que precisamos nos atentar é para não ficar empurrando com a barriga aquelas tarefas de que não gostamos. É preciso ter um plano até para estas coisas que não gostamos de fazer. A minha dica é começar por elas primeiro. Depois que você tiver acabado com aquilo que detesta fazer, as tarefas que sobram serão as mais agradáveis, e a lista vai ficando mais fácil de cumprir. Ou pelo menos mais prazerosa.

Fazer um pouco por dia

Às vezes queremos sair fazendo tudo e resolver todo o problema do mundo em um dia só. Não raro, criamos uma lista de tarefas que não conseguimos cumprir, porque para isso precisaríamos de um dia com 260 horas. O segredo para conseguir um objetivo é fazer um pouco por dia. A consistência e a regularidade do que fazemos nos tornará mais ágeis e com o passar dos dias teremos mais tempo para as outras coisas que precisamos ou queremos fazer.

Você não vai arrumar o armário das crianças em uma noite só, depois de passar o dia todo trabalhando no escritório. Você vai organizar uma gaveta. Aquela simples gaveta vai continuar organizada por semanas ou até meses, e no dia seguinte você vai para a próxima. Até que em menos tempo do que imagina você vai ter organizado o armário inteiro. Ao fazer isso em sua casa e em seu escritório, logo as engrenagens da sua rotina estarão rodando com mais suavidade.

Mas e quando os planos não acontecem como a gente quer?

Isso vai acontecer, sinto informar. E vai ser com mais frequência do que gostaríamos. Eu não preciso nem listar as coisas que podem acontecer na sua vida, porque você já está pensando em todas. Mas precisamos entender que a vida ideal só existe na nossa cabeça. Nossos planos, por mais que considerem muitas variáveis, como as agendas da nossa família e de nossos colegas de trabalho, podem ser interrompidos por algo inesperado.

E por incrível que pareça, a vida louca e cheia de interrupções em nosso planejamento ideal é exatamente a vida que Deus planejou para nós. Não devemos pensar que estes imprevistos são obra do inimigo ou da nossa incapacidade de sermos boas donas de casa, boas profissionais, mães, esposas, filhas, amigas ou qualquer que seja o papel que estamos considerando aqui.

Devemos entender que estes acontecimentos que não estão sob nosso controle são a forma de Deus nos ensinar a confiar que Ele está no comando de tudo. E que são estes eventos que poderão nos levar a exercitar tudo isso que aprendemos no livro, que é basicamente, colocar a nossa vida e os nossos planos aos pés do Senhor para que ele nos oriente a agir corretamente.

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[Reflexões] Socorro, não tenho tempo – Parte 5

Temos falado em alguns posts sobre as lições ensinadas no livro Socorro, não tenho tempo. A cada capítulo somos levadas a refletir sobre nosso papel com mulheres cristãs, na família, na igreja e na sociedade, quando desempenhamos uma atividade profissional fora do lar, ou à parte dele.

No post de hoje o tema é “Relacionamento”. As nossas amizades influenciam muito em como levamos as nossas vidas, seja para o bem ou para o mal. Por isso, é essencial aprender a identificar quais relacionamentos merecem nossa atenção mais dedicada e quais relacionamentos precisamos realmente abandonar.

Vamos começar por esses, pois o critério é bem simples. Você consegue identificar amizades que são essencialmente mundanas e não nos aproximam do Senhor? Estas pessoas, ao invés de nos levarem a termos um relacionamento mais próximo com Deus, ou a estudar mais a Palavra, acabam nos influenciando a ter uma prática de vida que é contrária à Palavra de Deus. Neste caso, quanto menos tempo estivermos envolvidas com essas pessoas, melhor. É importante ir se afastando deste tipo de amizades e buscar ter mais tempo investido em relacionamentos que nos aproximam de Deus.

Os relacionamentos que merecem nossa atenção, são, como já indiquei, os que nos aproximam de Deus. Devemos investir tempo em amizades que nos ajudam a melhorar como pessoa, que confrontam nossos pecados em amor e nos ensinam, com palavras e exemplos.

Além disso, devemos estar perto de pessoas que precisam de amizade. Sabemos o quanto é ruim estarmos sozinhas ou isoladas em um ambiente e devemos trabalhar para que as pessoas se sintam acolhidas em nosso meio, seja na igreja ou em outros locais. Eu já passei por essa situação de não me encaixar em nada e não é nada legal. No fim das contas, eu acabo me afastando de ambientes onde me sinto um peixe fora d´água, mas também não gosto de me sentir sozinha, por isso, investir em novas amizades e tentar criar alguns vínculos tem sido meu desafio nos últimos tempos.

Outro tipo de relacionamento que precisamos ter é aquele com pessoas que não professam a mesma fé que a nossa. Isso não significa que vamos nos distanciar da nossa fé, nem relativizar princípios bíblicos em nome da boa convivência, mas sim, que podemos aprender muito com estas pessoas, sobre como elas pensam e em como sua fé, se tiverem alguma, influencia seu modo de viver. Também pode ser uma boa oportunidade de desfazer preconceitos com relação aos cristãos, considerando os vários escândalos e polêmicas que tem sido televisionados nos últimos tempos, e o péssimo testemunho de algumas pessoas que acabam influenciando na opinião dos de fora e os afastando mais ainda do Evangelho.

O capítulo do livro traz alguns exemplos mais práticos de como investir ou se afastar de relacionamentos, conforme seja o caso, mas como eu havia dito, o propósito desta série de posts é trazer mais claros os pontos que me chamaram atenção. Se você leu o livro, me conte o que achou. Se não leu, mas tem algo a contribuir sobre esses textos, também me diz aí nos comentários a sua opinião!

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[Reflexões] Socorro, não tenho tempo – Parte 4

Se você ainda não viu os posts anteriores, eu tenho falado, a cada semana, sobre os aprendizados que tirei do livro Socorro, não tenho tempo. Este livro fininho traz ensinamentos muito relevantes para a nossa vida cristã, por isso, ao invés de fazer uma resenha dele, como faço para outras leituras, resolvi escrever um pouco mais sobre as lições que aprendi.

A primeira lição foi acordar cedo, e a segunda, assentar-se aos pés de Jesus. Hoje, quero falar sobre planejamento. Nesse capitulo, acredito que esteja a maioria das coisas que aprendi com esse livro. Primeiro, porque as autoras apresentam uma forma de planejamento que eu nunca tinha imaginado fazer. Além disso, elas indicam que esse planejamento deve levar em conta prioridades específicas, os pilares da vida de uma mulher cristã.

Segundo as autoras, devemos avaliar as diversas áreas da nossa vida e estabelecer um plano de ação para cada uma. A forma como elas fazem isso é separando um dia inteiro para esta tarefa, na qual farão um devocional, orarão por cada aspecto das suas vidas e traçarão um plano para conseguir atingir os seus objetivos em cada uma dessas áreas. O ideal é reservar um quarto de hotel ou um dia em que você sabe que estará sozinha em casa, para que possa fazer todo este trabalho sem interrupções.

As prioridades que elas elencam, a partir das Escrituras, são as seguintes:

Crescer em Santidade

Devemos tornar nossos períodos de devocional mais frutíferos, buscando melhorar nosso tempo com Deus. É aqui nesta atividade que identificaremos as áreas da nossa vida que precisam de mudança. Ao buscar a santidade, estaremos mais preparadas para ouvir o que Deus tem a nos dizer para as outras áreas da nossa vida.

Amar a família

Aqui, devemos listar nossos familiares mais próximos e identificar qual deles precisa de mais atenção neste momento. Como essa avaliação deve ser repetida a cada seis meses ou um ano, essas pessoas e as ações que tomaremos mudarão. Devemos identificar, aqui, de que formas práticas poderemos demonstrar amor para estas pessoas.

Servir a igreja

Devemos avaliar nossa participação na igreja local e identificar se estamos desenvolvendo e aplicando nossos dons de maneira satisfatória para servir aos irmãos.

Comunhão com outros cristãos

Neste aspecto, devemos identificar os relacionamentos que temos, e criar um plano de ação para podermos exercitar a comunhão com outros cristãos. Também, devemos identificar se não estamos investindo em relacionamentos que impedem a nossa comunhão com Deus e com outros cristãos. O destaque aqui é que devemos aprender a investir em relacionamentos frutíferos com outros cristãos.

Evangelizar não cristãos

É muito importante identificar oportunidades de desenvolver, também, amizades com não cristãos, para que seja possível pregar o evangelho a eles. Por mais que seja importante termos tempo com amigos cristãos, não fomos chamadas para viver em uma bolha, e o relacionamento com pessoas que não são cristãs pode ser uma excelente forma de apresentar a graça de Jesus a elas. Os relacionamentos sempre foram a forma mais efetiva de evangelização, por isso, devemos ter tempo para estas amizades também.

Realizar seu trabalho

Seja qual for o seu trabalho, desempenhá-lo de forma excelente é uma forma de glorificar a Deus. Ainda que sejamos profissionais que atuam fora do lar, nossa família é nossa prioridade um, e devemos dedicar nossas forças para servir ao esposo e aos filhos, sem deixá-los de lado em nome do exercício profissional. É uma das coisas mais difíceis encontrar esse equilíbrio, por isso devemos colocar toda a nossa vida diante de Deus e ele nos ajudará a colocar as nossas prioridades na ordem certa, dando graça para que façamos as melhores escolhas.

Cuidar do corpo

Devemos também atentar para o cuidado com o nosso corpo. Precisamos identificar o que é preciso fazer para que nos cuidemos de forma adequada. Seja corrigir a nossa alimentação ou investir em atividades físicas, precisamos sim investir em nossa saúde física. Assim, teremos disposição para servir aos nossos familiares, para trabalhar, servir a igreja e ter uma vida feliz e saudável.

Conclusões

Uma dica importante é que não devemos tentar mudar tudo de uma vez só. É preciso identificar onde estamos precisando investir mais do nosso tempo e intensificar as ações para esta área. Com o tempo, a área em que investimos estará sob controle e equilibrada e assim poderemos continuar cuidando dela e identificar qual outro aspecto precisa de um pouco mais de atenção.

Outra coisa que precisamos enfiar na cabeça é que por mais que a vida esteja louca, precisamos tirar esse tempo de planejamento. Não devemos esperar que a vida fique sossegada para poder parar e fazer isso, porque infelizmente a tendência é de cada vez mais correria. As pressões que sofremos são o motivo pelo qual devemos sim nos planejar. A vida de Jesus é um exemplo da importância de retiros individuais para o desenvolvimento das demais áreas da nossa vida. Justamente por ter tantas demandas, é que ele se retirava para orar e buscar a orientação de Deus.

Como eu disse, esse capítulo está recheado de ensinamentos. Nem tudo o que aprendi aqui eu já coloquei em prática, mas pretendo começar a fazer esse planejamento geral da vida, colocar sob teste as dicas que este capítulo apresentou e ver o que funciona e o que não funciona na minha rotina.

Você já conhecia essa forma de planejamento? Como você organiza as várias demandas da sua vida?

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[Reflexões] Socorro, não tenho tempo – Parte 3

Continuando a falar sobre o livro Socorro, não tenho tempo, como tenho feito há algumas semanas, hoje quero falar sobre a segunda dica que as autoras trazem no livro.

A primeira dica, que é a de acordar cedo e não enrolar pra começar as atividades do dia, está intimamente ligada com a segunda, que é: assentar-se aos pés de Jesus.

Acordar cedo vai ser excelente para sua produtividade. Você vai começar a administrar seu tempo melhor, vai conseguir fazer mais coisas. Mas como mulheres cristãs, não queremos ser apenas produtivas, certo? Queremos que Deus seja glorificado em nossa vida, por isso, tirar um tempo para aprender com ele, é essencial para nós.

Segundo as autoras, o ideal é que você tenha contato com a palavra de Deus logo pela manhã, antes mesmo de se arrumar para o trabalho ou fazer o café da família. Claro que, se somos donas de casa e não precisamos sair para trabalhar, é só uma questão de reorganizar as atividades matinais pra poder colocar o devocional como a primeira coisa do dia, antes até que o resto da família acorde.

Se você, como eu, já acorda cedo demais e ainda assim precisa correr pra não perder a hora do trabalho, pode ser que precise encontrar outro momento para seu devocional diário. Eu acabo usando o trajeto até o trabalho para fazer isso. Sempre li alguma coisa nesse tempinho, mas depois da leitura desse livro, resolvi dedicar a primeira leitura da manhã para a Bíblia. Aí o livro fica pra hora do almoço ou pra viagem de volta. E vários outros momentos também.

Mas, independente da hora em que você vai fazer seu devocional, é importante pensar no motivo pelo qual as autoras falam disso como uma prioridade. Como cristãs, nossa prioridade deve ser ler a Bíblia e orar. Só depois de colocarmos nossos pensamentos e ações sob o crivo de Deus é que devemos seguir com nossos planos.

Quando nos sentamos aos pés de Jesus recebemos graça para lidar com o tempo; sabedoria para como nos comportamos; direção para as decisões que temos que tomar; e paz no meio de toda essa confusão que é a nossa vida.

Além disso, colocar nossa vida nas mãos do Senhor todos os dias, antes de começar a desempenhar qualquer coisa, nos ensina a sermos dependentes dele e a confessar que somos incapazes de fazer as coisas sem a ajuda dele.

Quando não colocamos nossa vida nas mãos de Deus, demonstramos com arrogância que não nos importamos com o que ele tem para nós.

Para ajudar a começar este hábito, defina o tempo que vai ser usado para o devocional. Se for de manhã, que hora, e qual duração. Este é o compromisso mais importante do seu dia, portanto, nada de flexibilizar demais.

Além disso, escolha um plano de leitura para seguir durante estes momentos. Temos a tendência de sempre escolher as passagens de que mais gostamos, ao passo que um plano de leitura ajuda a seguir ao longo de toda a Bíblia ou então um certo eixo temático que pode ser bem eficiente para esses momentos de devocional.

Desligue a televisão. Sem perceber, passamos tempo demais em frente à televisão ou computador, e quando nos damos conta, não temos mais tempo nem disposição para passar nosso tempo de qualidade com Deus. Sejamos firmes em restringir o tempo de televisão para que tenhamos um período de devocional produtivo e frutífero.

Eu tenho tentado manter uma certa rotina nas minhas manhãs. Na semana passada acordei um pouco mais cedo quase todos os dias e consegui ganhar um pouco mais de tempo sem prejudicar meu rendimento no trabalho ou ficar muito sonolenta. Vou tentar essa semana novamente.

Como você organiza seu tempo para o devocional? Conta pra mim nos comentários e vamos aprendendo umas com as outras!

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[Reflexões] Socorro, não tenho tempo – Parte 2

Na semana passada comecei a falar sobre o que eu aprendi com o livro Socorro, não tenho tempo, da Carolyn Mahaney e publicado pela Editora Monergismo.

Como eu havia comentado com vocês, vou contar com um pouco mais de detalhes sobre os pontos dessa leitura que me chamaram a atenção. O livro traz cinco dicas sobre como equilibrar nossas funções como mulheres, evitando o sentimento de frustração de não conseguir fazer tudo o que queremos.

Embora a premissa do livro parta do fato de termos muito o que fazer e pouquíssimo tempo, a primeira dica parece ir na contramão disso. Para saber orientar bem nossas ações e estabelecer sabiamente as nossas prioridades, precisamos nos sentar.

Planejamento é essencial. Quando estamos desesperados diante de tudo o que precisa ser feito no dia, parece ridículo pensar que a primeira coisa que precisa ser feita é sentar e programar nossas atividades. Eu já pensei assim. Mas de tanto correr atrás do rabo, fazer mil coisas e acabar o dia com a sensação de tempo perdido, resolvi começar a colocar em prática essa dica. Funciona.

A primeira dica do livro é acordar cedo. Se você trabalha fora, como eu, provavelmente tem que acordar cedo todos os dias. Mas calma, que tem coisas importantes pra nós aqui também.

Essa dica é essencial pra quem trabalha em casa, pois adiantar tudo o mais cedo possível torna o dia mais tranquilo, e ainda nos faz ganhar tempo para atividades que gostamos de fazer. Quando eu trabalhei de casa, acordava cedo, organizava tudo o que estava previsto pro dia e, em muitos dias, sobrava um tempo pra ler, escrever pro blog, sair com a minha mãe e até mesmo me dedicar a algum hobby.

Como hoje acordar cedo é uma rotina, já que eu tenho que estar na empresa em um horário determinado, o conselho muda um pouco, mas continua importante.

Nós ficamos cansadas. Quando o despertador toca, ficamos muito tentadas a apertar o soneca e ficar mais uns minutinhos na cama. Nós nós planejamos pra acordar em cima da hora, fazemos tudo correndo e já saímos de casa tão aceleradas, que fica difícil até acompanhar a velocidade dos nossos pensamentos. Quanto mais nos organizar pra que as coisas fluam corretamente.

E se a gente começasse a pular da cama assim que o alarme toca, e nos arrumarmos com foco, rapidamente, mas ao mesmo tempo sem afobação? Quando eu faço isso consigo até alguns minutinhos a mais pra me sentar com calma e pensar no meu dia, fazer uma oração e tomar um café quentinho.

Isso me ajuda a começar o dia com mais bom humor, o que afeta diretamente meu relacionamento com o meu marido e me ajuda a seguir ao longo do dia com mais tranquilidade. Sem aquela sensação de estar sempre atrasada.

Normalmente são necessários apenas dez minutos pra começar o dia bem. Nos próximos posts vou falar um pouco mais sobre o que fazer nesses primeiros dez minutos do dia, mas por enquanto, vamos ficar com a noção de simplesmente sair da cama assim que o celular tocar, certo?

A partir de amanhã, assim que o celular tocar, saia da cama, lave o rosto e se for necessário, já tome uma xícara de café.

Depois, se arrume o mais rápido possível, sem correr, mas sem enrolação. Deixar a roupa separado no dia anterior pode te fazer ganhar minutos preciosos de manhã.

Depois de cuidar de você, sua próxima prioridade é a família. Como mulher cristã é casada, quero buscar atender às necessidades do meu marido e do nosso casamento.

Isso pode significar deixar a mesa do café da manhã posta no dia anterior para que vocês façam a refeição juntos pela manhã, ou então preparar um lanche para ele levar ao trabalho.

Se você tem crianças, imagina que maravilha é ter tempo para preparar as lancheiras, vesti-los e sair de casa com mais calma?

Minhas amigas feministas devem estar torcendo o nariz pra essa parte do texto. Mas calma. Como cristão, meu marido atende minhas necessidades e cuida do nosso casamento, então da minha parte, posso identificar formas de cuidar dele também. Não há nada de degradante nisso, quando cada um exerce seu papel.

Sem contar que, se o dia começa em um ritmo mais ordenado, o trabalho que temos pela frente é desempenhado com mais tranquilidade também. Seja em casa, ao conseguirmos encadear cada tarefa doméstica de forma mais produtiva e deixando nosso lar aconchegante e confortável, seja no escritório, ao atuar em cada uma de nossas responsabilidades entregando-as com qualidade e mantendo a serenidade.

É difícil? Demais. Mas é um exercício que com o tempo vai nos moldando, e vamos nos acostumando a fazer as coisas dessa forma.

Eu ainda estou nesse processo. A leitura desse livro me ajudou a identificar algumas coisas que eu ainda tenho que aplicar na minha vida. Fico feliz de já ter como hábito algumas das dicas que elas dão e quero me esforçar para aplicar as outras.

Como você começa o seu dia? Você acha que acordar mais cedo pode te ajudar a ter um dia melhor? Conta pra mim como é a sua rotina matinal e se já aplica algum destes conselhos, o que isso mudou pra você.

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[Reflexões] Socorro, não tenho tempo! – Parte 1

Vivemos na correria. Temos uma lista interminável de compromissos que não conseguimos cumprir. Caímos exaustas na cama, com a sensação de ter trabalhado tanto e não termos realizado nada. Que atire a primeira pedra a mulher que nunca se sentiu assim.

Ainda mais hoje em dia, em que a maioria de nós precisa se desdobrar em várias versões. Infelizmente, a versão que sai pra trabalhar em um escritório fora de casa, acaba soterrando nossos outros papéis, ainda que saibamos que não é o ideal. Pelo menos no meu caso, é preciso tirar forças de onde nem imagino para conseguir fazer pelo menos um pouquinho pelas outras áreas da minha vida. E, na maioria das vezes, também é difícil não me frustrar com os meus resultados.

Até mesmo escrever um texto pequeno para esse blog demanda um esforço e um planejamento enormes! (Obrigada WordPress pelo agendamento de publicações!)

Tenho buscado em vários lugares e já li muito sobre organização dentro e fora do lar, sobre planejamento do tempo e sobre priorizar tarefas. Mas, como tudo na vida, não basta ler. É preciso praticar o que aprendemos, fixar os conteúdos e fazer com que se tornem parte da nossa vida.

Minha última leitura foi o Socorro, não tenho tempo. É um livro bem fininho, mas com lições poderosas, que eu quero começar a dividir com vocês. Eu ia fazer uma resenha, mas acredito que a partir do que li e aprendi, seria mais legal trazer conteúdo mais elaborado pro blog. Assim, se você leu o livro, pode trocar experiências comigo. E, se não leu, pode ser que os meus textos te inspirem a essa ou outras leituras.

Esse livro trata da administração do tempo por uma outra perspectiva. Traz dicas práticas, mas também uma abordagem cristã ao conceito de tempo e priorização de tarefas. Coisas que já ouvimos, mas que é bom lembrar com frequência. E, melhor ainda: se pudermos ir colocando as lições em uso desde o primeiro momento, tiraremos ainda mais proveito da leitura.

Por mais que tenhamos uma quantidade limitada e fixa de horas por dia para todas as nossas atividades, é essencial que a gente não se deixe levar por cada compromisso, pelas nossas necessidades ou pelas urgências da nossa família. Às vezes é bom sair do automático e analisar como temos feito as coisas. Assim conseguimos identificar onde pode ser melhor.

Precisamos aprender a refletir muito sobre onde queremos chegar, perceber se o que estamos fazendo vai nos levar pra mais perto do nosso objetivo. Será que sabemos quais são as nossas prioridades, a partir dos papéis que desempenhamos nesse mundo?

Algo que precisa ficar claro (e eu escrevo isso primeiramente para eu mesma ler) é que não vamos dar conta de tudo. Não vamos conseguir simplesmente riscar todos os itens da nossa agenda, porque a vida é dinâmica, temos muitos compromissos e as coisas normalmente caminham fora do que planejamos, em boa parte do tempo. Por isso é tão importante saber o que fazer primeiro e o que não fazer de jeito nenhum.

É difícil, mas temos que aprender a cuidar do nosso tempo, para que ele seja dedicado da maneira correta ao que realmente importa. A sabedoria estará em como vamos lidar com cada desvio, em como vamos usar nossas horas, para viver uma vida relevante no reino de Deus, contribuindo para o desenvolvimento da nossa família e para a vida de outros ao nosso redor.

A lição bíblica trazida logo no início do livro e que justifica todo seu desenvolvimento é a de que devemos observar nosso procedimento, aproveitando bem as oportunidades:

Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus.

A partir daí as autoras vão desdobrar cinco dicas de como aproveitar bem as oportunidades, para que glorifiquemos a Deus ao longo do nosso dia.

A partir do próximo texto, vou falar de forma mais aprofundada sobre estes assuntos e sobre os outros temas trazidos no livro. O objetivo não será fazer um resumão detalhado, pois queria realmente que vocês lessem o livro e também tirassem dele as suas próprias lições. Esse vai ser mais um diário de leitura, com as minhas impressões sobre o que as autoras escreveram, ok?

Vamos juntas pensar sobre estes temas, nas próximas semanas? Se você tiver algum comentário ou pergunta sobre o tema, comenta aí. Vou tentar te ajudar com o que eu puder. E vou buscar ajuda se não souber também!