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Sobre livros que não gostamos

É difícil acontecer, mas algumas vezes me deparo com livros os quais não consigo engrenar na leitura. Por mais que eu tente, não consigo me prender na história e nem mesmo me identificar com qualquer dos personagens.

Quando isso acontece, eu acabo passando tempo demais com o livro, ao invés de trocá-lo por outro, deixar pra ler depois. Eu sempre insisto na leitura. Quase sempre, no fim das contas, eu consigo tirar algo de bom da história e ainda fazer uma avaliação positiva. O que eu me pergunto é: porque perco tanto tempo com algo de que não estou gostando, se eu tenho tantos outros livros me esperando?

Não sei por que essa mania besta de achar que não posso largar um livro antes de tˆ-lo terminado. Estou lendo três livros ao mesmo tempo.

Um estou amando, logo devo acabar e publico a resenha para vocês.

O segundo, estou lendo desde outubro, mas como é um estilo meio auto-ajuda e eu não consigo ter tanta paciência com isso, ele sempre vai ficando de lado e eu vou acabar abandonando, se não conseguir finalizar a leitura ainda esse ano.

O terceiro é um que eu estou lendo impresso. Comprei baratinho na Feira do Livro e gostei muito da sinopse. Mas a leitura não anda, não consigo engrenar. Como eu comprei na esperança de que o livro fosse tão bom quanto a sinopse indicava, pelo tema e pela proposta do autor, ainda prossigo na leitura, mas confesso que também vou dar um prazo para mim mesma até o final do ano.

Se eu não conseguir ler esses livros até o fim nesse último mês do ano, vou parar tudo, reorganizar a minha lista de leitura para 2014 e quem sabe, lá na frente, quando muita água já tiver passado por baixo desta ponte aqui, eu não consiga terminar a leitura, hein?

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[Resenha] Quem é você, Alasca? – John Green

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Título: Quem é você, Alasca?
Autor: John Green
Editora: Martins Fontes
Ano: 2010
Páginas: 240
Miles Halter é um adolescente fissurado por célebres últimas palavras que, cansado de sua vidinha pacata e sem graça em casa, vai estudar num colégio interno à procura daquilo que o poeta François Rabelais, quando estava à beira da morte, chamou de o “Grande Talvez”. Muita coisa o aguarda em Culver Creek, inclusive Alasca Young, uma garota inteligente, espirituosa, problemática e extremamente sensual, que o levará para o seu labirinto e o catapultará em direção ao “Grande Talvez”.

O que eu achei de Quem É Você, Alasca?

Este é um tipo de livro que se você olhar só a capa e o título não vai pensar em ler. É aquela leitura que, não fosse por seu autor, ficaria escondida no fim da lista de livros a serem lidos, candidata a nunca se tornar um livro lido na sua meta de leitura do Skoob.

Porém, como eu já havia lido o Teorema Katherine e A Culpa é das Estrelas, e me tornei a típica leitora do John Green, que leria até a lista de supermercado dele, como muitos dizem por aí, ler Quem é você, Alasca? não seguiu esse processo. Quando vi que o livro era dele, já coloquei imediatamente na minha lista de leitura e, claro, ele passou na frente de muitos outros que eu tinha – e tenho – que ler.

O livro conta a história de Miles Halter, o Gordo, que vai estudar em um colégio interno, em busca de uma vida diferente do marasmo que vivia em sua cidade. Até então, Miles era solitário. Sem namorada, sem amigos, era fascinado pelas últimas palavras das pessoas antes de morrer. Ao se deparar com as últimas palavras de François Rabelais, “Saio em busca de um grande talvez”, ele toma a decisão de dar um rumo completamente diferente para a sua vida. Sua intenção é descobrir o grande talvez ainda em vida, o que o leva ao colégio onde parte de sua família havia estudado, ainda que seus pais tenham deixado bem claro para ele que isso não seria necessário.

Chegando ao colégio, ele se aproxima de Chip Martin, o Coronel, com quem dividirá o quarto. O Coronel, que estuda ali mantido por uma bolsa de estudos, tem uma memória incrível e aversão aos Guerreiros de Dia de Semana, os garotos ricos que voltam para as casas dos pais nos finais de semana.É o Coronel que apresenta Miles aos seus amigos, o japonês Takuma e Alasca, a garota misteriosa, de olhos verdes, geniosa e impulsiva. Alasca é linda e por estar envolvida em uma certa atmosfera de mistério, todos acabam se apaixonando por ela. Mas ela tem um namorado, que estuda em outra cidade e toca em uma banda. Alasca e Miles tem em comum o amor pela literatura.

Através dessa característica deles, somos levados juntamente com os personagens de Quem é você, Alasca?, a questionar o mesmo que Simón Bolívar em suas últimas palavras “Como sairei deste labirinto?” A partir desta citação Miles e seus amigos fazem diversas reflexões.O leitor é levado a refletir muito sobre o que nos faz ser quem somos, chegando à conclusão de que são nossas experiências de vida, nossas cabeçadas e acertos e até mesmo os relacionamentos que travamos com as pessoas com quem convivemos. Tudo isso vai montando o grande quebra-cabeça que é nossa existência, tão complexa para ser compreendida por nós mesmos. Esse grande emaranhado de características é que forma e justifica quem nós somos. Cada um tem motivos fortes o suficiente para ser como é, inclusive Alasca em todo seu enigma.

Quem é você, Alasca? me encantou por ser uma obra que traz, dentro de um relacionamento cotidiano de um garoto e seus amigos, as reflexões que todos acabamos fazendo, um dia ou outro. Quem somos nós? Quem é o outro? Achei interessante a forma como cada mistério no livro é questionado, ainda que não seja explicitamente solucionado, pois muito mais importante do que a resposta ou a conclusão a que chegamos, é o caminho que tomamos para buscar cada uma das nossas respostas.

O labirinto de Alasca e o grande talvez de Miles, para mim, são apenas a cenourinha na frente do cavalo. Algo que deve nos motivar a estar sempre caminhando para a frente, mas não necessariamente sendo considerado um fim em si mesmo. Amei Quem é você, Alasca?, como todo livro do John Green e recomendo para todos aqueles que, muito mais do que uma história cheia de elementos altamente emotivos ou surpreendentes, esteja a fim de refletir sobre a vida.

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[Resenha] Perdão Leonard Peacock – Matthew Quick

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Hoje é o aniversário de Leonard Peacock. Também é o dia em que ele saiu de casa com uma arma na mochila. Porque é hoje que ele vai matar o ex-melhor amigo e depois se suicidar com a P-38 que foi do avô, a pistola do Reich. Mas antes ele quer encontrar e se despedir das quatro pessoas mais importantes de sua vida: Walt, o vizinho obcecado por filmes de Humphrey Bogart; Baback, que estuda na mesma escola que ele e é um virtuose do violino; Lauren, a garota cristã de quem ele gosta, e Herr Silverman, o professor que está agora ensinando à turma sobre o Holocausto. Encontro após encontro, conversando com cada uma dessas pessoas, o jovem ao poucos revela seus segredos, mas o relógio não para: até o fim do dia Leonard estará morto.

O que eu achei de Perdão, Leonard Peacock?

Perdão, Leonard Peacock é o novo livro de Matthew Quick. Narra a história de Leonard, um garoto que, no dia de seu aniversário, decide matar seu ex-amigo, Asher Beal e depois se matar, para finalmente chegar ao super nada. Para fazer isso, ele quer terminar sua última missão que é entregar presentes e se despedir das quatro pessoas mais importantes da sua vida. A história do livro começa quando Leonard está tomando seu café da manhã e prossegue conforme ele se encontra com cada um dos seus amigos, e vai entregando cada presente.

Leonard é um garoto cabeludo, com um estilo meio largadão e que vive bastante solitário. Ele parece bastante depressivo e, apesar de ser muito inteligente e dono de um raciocínio perspicaz, acaba sendo absolutamente mal compreendido. Aparentemente, ele chegou em um ponto em que desistiu de se explicar, então, quando inevitavelmente, alguém o destrata ou o isola por algo que ele disse ou fez, ele simplesmente continua em silêncio e deixa pra lá.

Foram todos esses anos de abandono – pelo pai, que desapareceu depois de ter sido pego pela polícia enquanto fugia do país em razão das dívidas que acumulava com o governo americano e pela mãe, uma estilista que foi para Nova York enquanto ele ficava em South Jersey – que fizeram com que Leonard não pensasse em ter um futuro e não alimentasse mais esperanças. Ele vai matar Asher Beal e vai se matar.

Os momentos em que ele passa com cada um dos quatro amigos é bastante revelador. Conforme ele conversa com cada um, tenta, por meio do seu discurso, dar pistas do que irá fazer ao final do dia, mas aparentemente, não consegue transmitir sua mensagem. Isto porque, segundo o que ele acredita, as pessoas estão mais preocupadas em rotular e classificar os outros. Ele não consegue perceber uma preocupação real com relação aos desejos e necessidades das pessoas, mas entende que as pessoas simplesmente estão programadas para dar certas respostas, sem raciocinar.

Como a pessoa crítica que é, ele gostaria que os outros parassem pra pensar no que estão falando e demonstrassem uma real inclinação a compreender aquele com quem conversam. O relacionamento dele com Lauren, na minha opinião, é um dos mais marcantes. Ela é cristã e tenta a todo momento levá-lo para Cristo. Ela entende que o cristianismo é a resposta mais adequada para os problemas do mundo e das pessoas e desde o primeiro momento em que conversa com Leonard, tenta incutir nele essa mensagem. Ainda que esta seja a minha forma de ver o mundo, a caracterização de Lauren pelo autor reflete, na minha opinião, a exata impressão que os cristãos tem passado ao mundo: pessoas sem raciocínio lógico, sem capacidade de argumentação e meras máquinas que decoram uma verdade como certa e começam a repeti-la por aí, como papagaios e, quando um questionamento é mais profundo do que o conhecimento que eles tem, ou foge do script decorado, eles se fecham em seu mundinho e desistem de argumentar e abrem mão da possibilidade de adquirir ainda mais conhecimento e amadurecimento. Lauren é, como os cristãos, cheia de boas intenções, mas sem nenhum preparo para lidar com alguém que pensa diferente dela e crê em coisas opostas. Ela não está, como a maioria dos cristãos, preparada para um debate saudável em que ambos os lados apresentam seus argumentos e não tem maturidade para aceitar que precisa estudar mais isso ou aquilo, ou que sua argumentação pode estar furada em algum ponto.

O relacionamento entre Leonard e Lauren me chamou muita atenção por causa disso. Como cristã, Lauren poderia ter significado um auxílio e um suporte a Leonard, no momento em que ele mais precisou, mas ela não teve capacidade de entender os sinais que ele mandava nem agir com um pouco mais de misericórdia e olhos de amor, que o poderiam ter salvo dele mesmo. Essa parte do livro nos faz questionar nosso posicionamento como pessoas. Independente da religião que você professa, se ela não faz de você uma pessoa melhor nem permite que você leve aos outros uma mensagem de paz e luz, que é o que o nosso mundo mais precisa hoje em dia, alguma coisa está muito errada.

O papel de Leonard na história é nos mostrar que existem pessoas que querem ser vistas, que precisam de consolo e atenção, mas não são fortes o suficiente para demonstrar isso claramente e depende de nós, aqueles que estão em volta, que convivem de perto, perceber que é necessário estender a mão. Ler os sinais e as entrelinhas. E se não for possível dizer isso claramente, simplesmente fazer uma oração, dar um abraço, oferecer um sorriso sincero.

O mundo precisa de mais amor. Por favor.

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Os méritos de Cinquenta Tons de Cinza

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Não, este não é mais um post sobre a trilogia Cinquenta Tons de Cinza, nem sobre a adaptação desta obra para os cinemas. Já há informação demais na internet sobre isso, então, o que eu tenho pra falar vai ser um pouco diferente.

Eu li os livros. Conheço muita gente que amou, muita gente que odiou e uma legião de mulheres que ainda acham o Christian Grey incomparável. Eu gostei. Por diversos motivos, mas este não é o foco aqui.

Eu já vinha lendo como uma desesperada, desde quando descobri o iPad e o iBooks. Comecei a abastecer minha biblioteca com livros nacionais e internacionais, e que eu já queria ler há muito tempo. Aí, surgiu essa febre de Cinquenta Tons de Cinza e eu, claro, fui ler. Muitas amigas lendo, uma febre geral na internet. Li os três livros em duas semanas. Até aí nenhuma novidade.

O que eu achei muito interessante foi o efeito que esses livros tiveram em mim e na maioria das pessoas que leram a trilogia. A partir do gosto em comum pela trilogia, descobri diversos grupos de leitores no facebook e comecei a ser exposta a todo tipo de literatura. Começamos a trocar dicas de leitura, tanto no estilo erótico quando diversas outras categorias de romances, ampliando o leque de opções de todos nós.

Até fiquei com muita vergonha de mim mesma por ser uma usuária tão ativa no facebook e apenas ter descoberto os grupos de leitores no ano passado. E fiquei muito aliviada também, porque eu descobri que não sou uma aberração por gostar tanto de ler… nesses grupos há milhares de leitores, que leem muito mais do que eu! Fiquei impressionada com tanta gente lendo um livro por dia e ainda cuidando de todos os outros afazeres. Descobri que ainda tenho muito que aprender com essa legião de leitoras!

Vira e mexe, entre os leitores, surge a pergunta: desde quando você lê? A resposta me espantou. A esmagadora maioria das mulheres passou a gostar de ler depois de ter lido Cinquenta Tons de Cinza. E o que é melhor, passaram a consumir literatura, internacional e nacional, erótica e chick lit, dramas, suspense e etc.

Eu achei interessante, porque durante muito tempo, quem gostava de ler era considerada uma categoria à parte, pessoas com um gosto peculiar e raro. Mas depois da febre do CEO bilionário, lindíssimo e com preferências sexuais um tanto diferenciadas, muitos leitores se reconheceram e passaram a se agregar em grupos dentro e fora da internet, partilhando cada vez mais sobre esse gosto em comum.

Mais ainda, muita gente que antes não lia, por preguiça, falta de interesse, falta de hábito ou simplesmente por deixar isso pra uma outra hora, percebeu que por dentro daquele mundo de páginas tem histórias interessantíssimas e aí, quando a trilogia acabou, foram atrás de mais um e viram que sim, em cada livro é uma emoção diferente.

Ainda que a história de Christian e Ana desperte as mais variadas reações, até de gente que nem se dispôs a ler os livros – pasmem! – creio que o sucesso da obra foi um sucesso não só para a autora e editoras ao redor do mundo. Na minha opinião foi uma vitória para a literatura, para os novos autores, despertou uma vontade de ler cada vez maior e incentivou a produção de novas histórias. De repente, tanta gente gosta de ler, fala-se tanto em eventos literários, autopublicação, novos escritores, fanfiction…

Um brinde aos novos leitores, qualquer que tenha sido seu primeiro livro!

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Mas você lê muito!

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Muita gente me pergunta como consigo ler tanto. Entre meus amigos são poucos aqueles que gostam de ler e, ainda assim, eles se espantam com minha afinidade com os livros, sejam eles físicos ou digitais.

Acontece que eu leio desde pequena. Hoje estava tentando lembrar quando tudo isso começou, mas não consegui identificar um livro ou uma data precisa. Aparentemente, eu sempre gostei de ler e a impressão que tenho é a de que eu já nasci acompanhada de muita leitura e sempre foi muito natural pegar um livro e simplesmente ler.

Tanto que, apesar de ficar cada vez mais crítica com relação à qualidade do que eu leio, é muito difícil um livro me desagradar completamente. Penso que a experiência da leitura, em si, é grandiosa e por isso, a leitura de uma história meio fraca ou um enredo que não toma o rumo que esperamos ainda assim é algo que me dá prazer.

Para aqueles que querem começar a ler mas sentem preguiça, ou tem a impressão que a história não os prende, digo que insistam. Talvez o melhor seja começar com um livro mais fininho, ou um livro de contos ou histórias mais curtas, onde a atenção não precise ficar presa por um tempo muito longo.

Com o tempo e a prática da leitura constante, passa-se a ler mais rápido e a tomar gosto pelos livros e, assim, fica mais fácil definir o seu estilo favorito e começar a selecionar outras leituras.

Hoje em dia, com a explosão de e-books e de novos autores, tanto no Brasil quanto pelo mundo afora, a chance de você encontrar algum de que goste é muito maior.

Para testar, você pode se cadastrar na Amazon.com.br e baixar para seu computador, tablet ou celular amostras de livros e ler um pedacinho. Se gostar, é só comprar. Ou então, pode ler resenhas. Aqui no blog mesmo tem várias que eu publiquei, de alguns dos muitos livros que eu já li (e continuo publicando, conforme minhas leituras avançam).

Se você fizer esse teste e se tornar um leitor, vai fazer esta blogueira muito feliz!Se quiser acompanhar meu progresso de leitura pelo Skoob, acesse meu perfil aqui.

 
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[Resenha] Procura-se um Marido – Carina Rissi

Procura-se um Marido
Título: Procura-se um Marido
Autora: Carina Rissi
Editora: Verus
Ano: 2012
Páginas: 476
Alicia sabe curtir a vida. Já viajou o mundo, é inconsequente, adora uma balada e é louca pelo avô, um rico empresário, dono de um patrimônio incalculável e sua única família. Após a morte do avô, ela vê sua vida ruir com a abertura do testamento. Vô Narciso a excluiu da herança, alegando que a neta não tem maturidade suficiente para assumir seu império – a não ser, é claro, que esteja devidamente casada. Alicia se recusa a casar, está muito bem solteira e assim pretende permanecer. Então, decide burlar o testamento com um plano maluco e audacioso, colocando um anúncio no jornal em busca de um marido de aluguel. Diversos candidatos respondem ao anúncio, mas apenas um deles será capaz de fazer o coração de Alicia bater mais rápido, transformando sua vida de maneiras que ela jamais imaginou. Cheio de humor, aventura, paixão e emoções intensas, Procura-se um marido vai fisgar você até a última linha.

O que eu achei de Procura-se um Marido?

Procura-se um Marido conta a história de Alicia, uma garota mimada e irresponsável, que vivia com o avô, um empresário muito rico, após a morte de seus pais. Por isso, nunca foi sua preocupação trabalhar e levar uma vida como a maioria das pessoas de sua idade. Ela gasta seu tempo viajando pelo mundo e se metendo em diversas enrascadas, deixando o avô sempre muito preocupado. Quando ele falece, seu testamento é aberto e descobre-se uma condição para que Alicia tome posse da herança: ela deve estar casada.

Esta poderia ser uma condição simples de ser cumprida, se não fosse por Alicia ter verdadeiro horror a casamento. Por isso, não lhe resta outra alternativa a ter que enfrentar a dura realidade e começar a trabalhar. Ou melhor, para Alicia, trabalhar nunca havia sido uma alternativa, por isso ela coloca em prática um plano mirabolante com a finalidade de burlar o testamento do avô e conseguir finalmente ser a herdeira da fortuna dele.

Só que enquanto não consegue levar o plano até o fim, Alicia tem que se submeter ao trabalho em uma das empresas do avô, e tem que suportar os novos colegas de trabalho, inclusive Max, um rapaz estúpido, arrogante, mas arrebatadoramente lindo, e que tira Alicia do sério o tempo todo.

A história de Procura-se um Marido é narrada em primeira pessoa, o que leva o leitor a embarcar em todas as intensas emoções expressadas por Alicia. Essa experiência torna a leitura muito mais empolgante e envolvente. Não consegui largar o livro enquanto não cheguei ao final da história.

O estilo de Carina Rissi, que não havia conhecido até ler este livro, me cativou muito. A escrita é leve e moderna, com um vocabulário moderno e adequado à realidade dos personagens, mas sem cair no coloquial demais. Essa é uma das maiores vantagens da autora, na minha opinião: escrever um texto moderno, atual, sem deixar cair a qualidade.

As situações descritas pela autora são muito próximas à realidade, embora a história seja um tanto inusitada. Chegamos a pensar que pode acontecer conosco, mesmo assim. A trajetória das personagens de Procura-se um Maridorende muitas risadas e algumas lágrimas.

Procura-se um Marido é o romance ideal para quem quer sonhar acor dada.

A capa do livro é linda, a edição foi muito bem feita e cuidadosa com detalhes, como a revisão do texto e a diagramação. Absolutamente recomendado, para todas as idades!

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[Resenha] Cidades de Papel – John Green

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Título: Cidades de Papel
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Ano: 2013
Páginas: 368
Em Cidades de papel, Quentin Jacobsen nutre uma paixão platônica pela vizinha e colega de escola Margo Roth Spiegelman desde a infância. Naquela época eles brincavam juntos e andavam de bicicleta pelo bairro, mas hoje ela é uma garota linda e popular na escola e ele é só mais um dos nerds de sua turma.
 
Certa noite, Margo invade a vida de Quentin pela janela de seu quarto, com a cara pintada e vestida de ninja, convocando-o a fazer parte de um engenhoso plano de vingança. E ele, é claro, aceita. Assim que a noite de aventuras acaba e um novo dia se inicia, Q vai para a escola, esperançoso de que tudo mude depois daquela madrugada e ela decida se aproximar dele. No entanto, ela não aparece naquele dia, nem no outro, nem no seguinte.
 
Quando descobre que o paradeiro dela é agora um mistério, Quentin logo encontra pistas deixadas por ela e começa a segui-las. Impelido em direção a um caminho tortuoso, quanto mais Q se aproxima de Margo, mais se distancia da imagem da garota que ele pensava que conhecia.

O que eu achei de Cidades de Papel?

Cidades de Papel é mais um livro do John Green que eu li, me apaixonei e que me fez pensar bastante. É incrível como em uma história cheia de elementos cômicos, ele consegue esconder um drama e uma reflexão tão profundas. Os livros dele são a prova de que não podemos mesmo subestimar a literatura com foco no público adolescente.

Cidades de Papel conta a história de Quentin, um garoto no último ano do ensino médio que não vê a hora da escola acabar. Todos os dias. Ele vive uma vidinha mediocremente rotineira, junto dos seus melhores amigos, Ben e Marcus, cujo apelido era Radar, porque ele se parecia com um personagem de TV que tinha esse nome. Sua vida era sempre igual e ele bem que gostava daquilo. Estava com tudo planejado para ir para a universidade no ano seguinte. Havia namorado algumas garotas, e a história começa com ele tendo acabado um namoro. Nada com que ele parecesse se importar demais, já que sempre gostou de sua vizinha, Margo Roth Spiegelman. Eles se conheciam desde crianças, haviam passado algum tempo sendo amigos próximos, mas ao que parece no começo da história, quando cresceram não eram mais tão amigos. Margo era a garota mais popular da escola, rodeada por amigas patricinhas e parte de um grupo do qual nem Quentin, nem seus amigos, faziam parte.

Porém, um dia, depois de muito tempo, Margo aparece na janela de Quentin e o faz um pedido praticamente irrecusável. Ela queria que ele emprestasse o carro da mãe e ainda por cima fosse o motorista, para possibilitar um plano mirabolante de vingança contra o ex-namorado e algumas de suas ex-melhores amigar, dando ainda a chance de Quentin escolher uma pessoa de quem quisesse se vingar, como parte da recompensa pela ajuda.

Por estar apaixonado por Margo desde sempre, é claro que ele aceita. Por fim, ele passa uma das noites mais agitadas de sua vida, mas que no fim das contas, por ter sido como foi e por ter sido com Margo, ele considera como uma das mais divertidas.

Depois de passar a noite acordado com Margo, Quentin acaba se atrasando para a aula, enquanto Margo parece não ter se importado com a escola e ter ficado dormindo até mais tarde. Só que, ao contrário do que Quentin pensava, pode ter acontecido algo bem mais sério com Margo. Já são quatro dias sem aparecer e os pais dela buscam ajuda de um investigador.

No fim das contas, eles concluem que ela simplesmente fugiu, mas como tem dezoito anos, não há justificativa para colocar as forças policiais atrás dela. Para Quentin, porém, essa história esconde algum mistério maior e por isso ele se dedica a resolvê-lo. E com isso, sai em busca das pistas deixadas por Margo antes de seu desaparecimento. É aqui que começa a ação de Cidades de Papel. Nessa missão, ele vai contar com a ajuda de seus grandes amigos, vai ganhar a amizade de uma das amigas de Margo, com quem a garota aparentemente brigou sem motivo e que está tão preocupada com o desaparecimento dela quanto Quentin. Além disso, eles vão conseguir com o tempo, o respeito dos mauricinhos da escola, depois de algumas etapas da vingança de Margo.

Quentin se envolve cada vez mais em encontrá-la, nem que fosse pra ter a certeza de que estava morta – o maior medo dele. Durante toda a trama de Cidades de Papel, ele é forçado a sair de sua zona de conforto e percebe que muita coisa que acharia absolutamente essencial era simplesmente dispensável, não fosse por um motivo muito maior: o desaparecimento da garota por quem ele havia sido apaixonado a vida inteira.

Com Cidades de Papel somos levados a questionar não somente o que é realmente importante em nossas vidas, mas também a pensar sobre a forma como enxergamos as pessoas que estão ao nosso redor, por mais próximas que estejam. Será que a faceta que nos é mostrada é a verdadeira? Existe uma faceta verdadeira? Porque no fim das contas, somos uma janela e um espelho. Conseguimos ver algumas coisas através das pessoas, mas todas elas também são uma parte espelho, no qual vemos nada além de parte de nós.

Cidades de Papel é um livro absolutamente inesquecível.

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[Resenha] O Projeto Rosie – Graeme Simsion

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Título: O Projeto Rosie
Autor: Graeme Simsion
Editora: Record
Ano: 2013
Páginas: 320
Para se ter a vida de Don Tillman, não é preciso muito esforço. Às terças-feiras come-se lagosta com salada de wasabi (seguindo um roteiro com refeições padronizadas que evitam o desperdício de ingredientes e de tempo no preparo); todos os compromissos são executados de acordo com o cronograma – alguns minutos reservados para a prática do aikido e do caratê antes de dormir; uma hora para limpar o banheiro; três dias da semana reservados para suas idas à feira – e se, apesar dessa programação, algum desagradável contratempo surgir em sua rotina, não há nada que não possa ser solucionado com meia hora de pesquisa científica. Exceto as mulheres. Até o momento, a única coisa não esclarecida pelos estudos no campo de atuação de Don, a genética, é o motivo para sua incapacidade de arrumar uma esposa. Uma namorada ao menos? Ou até mesmo uma amiga para somar ao seleto grupo de amigos de Don, formado por Gene, também professor na universidade, e a mulher dele, Claudia, psicóloga e esposa muito compreensiva.

Para solucionar esse problema do modo mais eficaz, Don desenvolve o Projeto Esposa, um questionário meticuloso que irá ajudá-lo a filtrar candidatas inadequadas a seu estilo de vida: fumantes JAMAIS, e mulheres que se atrasam por mais de cinco minutos ou que usam muita maquiagem estão fora dos critérios pouco flexíveis que o levarão à mulher ideal.

O único problema é que um questionário desse tipo exige tempo e dedicação, duas coisas que começaram a diminuir exponencialmente no cotidiano de Don desde que ele conheceu Rosie: fumante, vegetariana e incapaz de chegar na hora marcada. Ou esse era o único problema até Rosie entrar na vida de Don e – despretensiosamente, uma vez que ela nunca se candidatou ao Projeto Esposa – mostrá-lo que a mulher ideal não existe, mas o amor, sim.

O que eu achei de O Projeto Rosie?

Don Tillman, o protagonista de O Projeto Rosie é um geneticista, nerd, que é totalmente avesso a imprevistos. Sua vida é absolutamente controlada pela programação que faz dos seus dias, contando até mesmo os minutos com as atividades mais irrelevantes. Tudo é cronometrado e controlado para que ele saiba exatamente quanto tempo tem e para qual atividade. Até mesmo sua rotina de exercícios físicos e de alimentação é toda planejada com a finalidade de economizar energia. Pela automatização de todas as tarefas de seu dia-a-dia, ele acredita que economizará energia e tempo. Estabeleceu um sistema de refeições programadas, pelo qual ele come exatamente a mesma coisa em cada dia da semana, já sabe o que vai comprar, onde vai comprar, quanto vai pagar e o tempo gasto no preparo de cada refeição. Don planeja até mesmo o tempo de cada atividade social, ainda que não sejam muitas e ele não seja nem um pouco preparado para esta atuação.

Ele só não conseguiu desvendar o mistério que envolve os relacionamentos e, como tudo em sua vida, resolve elaborar um planejamento para encontrar uma esposa. Já que ele não gosta de desperdiçar seu tempo, investe algumas horas na elaboração de um questionário detalhado, através do qual será possível selecionar a esposa perfeita. Ele estabelece os critérios e passa a participar de diversos encontros e atividades para solteiros, onde começa a colocar o seu questionário em ação. Depois de receber mais de 300 respostas de várias mulheres, inclusive via internet, Don está certo de que seus critérios, já bastante flexibilizados, após alguns encontros desastrosos, são adequados e que são as mulheres que não são feitas para ele.

Prestes a abandonar o projeto, ele conhece Rosie, uma mulher muito bonita, mas que não atende praticamente nenhum dos requisitos presentes no questionário de Don. Ela muda radicalmente vários aspectos da vida de Don, com seu jeito espontâneo e nada organizado, e é aí que a história começa a ficar boa.

O Projeto Rosie foi um livro que me chamou a atenção desde a capa. Ainda assim, por ser um autor que eu ainda não conhecia, achei melhor ler algumas outras coisas que estavam na minha meta de leitura antes de começar. Preciso parar de brecar meus instintos literários, porque esse livro foi muito bom!!

Quem é que não tem ou teve um amigo que ultrapassa os limites da nerdice? Don é esse cara, praticamente um Sheldon Cooper da literatura, e a caricaturização de alguns amigos meus.

Achei interessante a forma como o autor conduziu a história. Os personagens são muito bem caracterizados. O excesso de planejamento de Don, o jeito mulherengo de Gene e a forma espontânea de Rosie, que, ainda que não seja espalhafatosa, causa uma verdadeira bagunça na rotina estabelecida de Don. Não temos uma caracterização física perfeita de cada personagem, o autor se prende bem mais nos aspectos emocionais – ou racionais – de cada um deles. Mesmo assim, somos capazes de imaginar o que vai acontecendo em cada cena.

A reflexão trazida por O Projeto Rosie é a de que muitas impressões podem ser passadas de forma errada, caso nossa análise dos fatos seja feita de modo superficial. Nem sempre aquilo que parece o mais provável é a verdade, e o contrário também, às vezes aquilo que não damos nenhum crédito é a verdade. Aprendemos, ainda, que a racionalização de tudo pode nos privar de uma série de coisas boas e que, por mais que a otimização de tempo, espaço, dinheiro e energia mental seja uma forma excelente de planejar o dia-a-dia no trabalho, na vida pessoal esse mecanismo não é válido.

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[Resenha] Cante Para Eu Dormir – Angela Morrisson

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Título: Cante Para Eu Dormir

Autora: Angela Morrisson

Editora: Pandorga

Ano: 2011

Páginas: 358

Cante para eu dormir revelará a dura realidade da vida, a energia firme da amizade e mostrará que o verdadeiro amor transcende tudo. O livro conta a história de Beth, uma garota que sofre bulling e passa toda sua infância sendo rejeitada por sua aparência. As únicas pessoas a aceitá-la são sua mãe e seu melhor amigo, Scott. Mas tudo isso fica para trás quando ela é convidada para ser a vocalista do coral da escola e recebe a transformação que lhe dará a oportunidade de conhecer um amor que vai além de tudo, até mesmo da própria vida. Derek é tão lindo, tão doce, tão fantástico que Beth acha que não merece, mas quer experimentar, mesmo estando á milhas de distância. Porém, existem segredos não revelados entre eles. A história reúne as mais profundas emoções humanas: decepções, tristezas, alegrias, amores e paixão, muita paixão, que ficará gravada em cada coração por muito tempo, mesmo depois do término da leitura.

O que eu achei de Cante Para Eu Dormir?

Quando eu descobri Cante Para Eu Dormir, depois de diversas indicações do pessoal dos grupos literários dos quais eu faço parte no facebook, não tive coragem de lê-lo em seguida. Eu havia saído de uma série de leituras emocionantes e que exigiram de mim uma carga emocional bastante intensa, então, pela capa do livro, e por minhas companheiras de grupo terem expressado suas reações pós-leitura, achei melhor esperar quando estivesse um pouco mais estável para me dedicar à leitura desse livro.

Depois de um bom tempo, quando cante Para Eu Dormir tinha saído da berlinda nos comentários do pessoal, resolvi ler. Achei que a história, a princípio, teria um roteiro bobo e sem muitas surpresas, pela forma como tudo começou a ser apresentado na narrativa.

Cante Para Eu Dormir conta a história de Beth, uma garota cuja aparência não agrada e que é conhecida por todos na escola como “A Fera”. Ela é alta e desengonçada, usa óculos grossos e tem o rosto coberto de espinhas, o que mantém as pessoas afastadas. Abandonada inclusive pelo pai, que a rejeitou desde o nascimento, ela vive um constante medo de perder o que ainda tem.

Scott, seu melhor amigo, um garoto loiro de olhos azuis, é seu amigo desde a infância, é o único que se aproxima. Ele sente alguma coisa além de amizade por ela, e ela também parece sentir alguma coisa, mas o relacionamento deles nunca passou para outro nível.

Beth, porém, tem uma linda voz. Já há algum tempo ela participa de um coral, mas sempre fica meio escondida. Ela gosta muito de cantar e a sua participação no coral é uma das poucas chances que ela tem de se expressar verdadeiramente, de fazer algo que gosta.

É quando a solista do coral não pode participar de uma competição, que Beth aproveita a oportunidade para se mostrar e assumir uma posição de destaque, que a leva, junto com as colegas, a participar de uma Olimpíada na Suiça. A mãe de uma das garotas, inclusive, ajuda com diversos tratamentos de beleza e acaba transformando Beth em uma pessoa irreconhecivelmente linda.

É na Suíça que Beth conhecerá Derek, participante do Coral Amabile, de Londres, Canadá, um garoto misterioso, de rosto pálido e cabelos escuros. Os dois se apaixonam e ele será responsável por uma boa dose de auto-estima para Beth, pois a fará se sentir muito amada. Porém, ele esconde segredos que podem afetar a vida dela profundamente. Esse segredo o mantém afastado de Beth em alguns momentos, e muito evasivo, o que deixa Beth cada vez mais insegura.

A narrativa em primeira pessoa deixa a leitura de Cante Para Eu Dormir muito mais emocionante. Sofremos e nos emocionamos com a trajetória dos personagens, nos surpreendemos com as reviravoltas do enredo e principalmente, refletimos muito sobre o amor, a confiança, as perdas e o sofrimento. Desde o princípio o mistério de Derek me incomodou, o que me deixou sem gostar do personagem durante boa parte do livro. Só depois que as coisas foram ficando mais claras é que eu consegui me afeiçoar a ele e entender muita coisa. Até isso acontecer, eu era da torcida do Scott.

É uma linda história, sobre a descoberta do amor e tudo o que ele traz consigo, desde as alegrias até as incertezas que nos obrigam a simplesmente confiar.

A história toda de Cante Para Eu Dormir é permeada com músicas e poesias, já que os dois são participantes de corais. Sempre há uma canção embalando os momentos mais marcantes do livro. Em alguns, é quase possível criar junto com Beth a melodia para seus poemas. Muito bem escrito e carregado de sentimento, é uma leitura linda, mas que não deve ser feita em qualquer momento. É preciso se preparar para ficar com as emoções à flor da pele.

Publicado em Resenha

[Resenha] A Culpa é das Estrelas – John Green

A Culpa é das Estrelas
Título: A Culpa é das Estrelas
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Ano: 2013
Páginas: 288
A culpa é das estrelas narra o romance de dois adolescentes que se conhecem (e se apaixonam) em um Grupo de Apoio para Crianças com Câncer: Hazel, uma jovem de dezesseis anos que sobrevive graças a uma droga revolucionária que detém a metástase em seus pulmões, e Augustus Waters, de dezessete, ex-jogador de basquete que perdeu a perna para o osteossarcoma. Como Hazel, Gus é inteligente, tem ótimo senso de humor e gosta de brincar com os clichês do mundo do câncer – a principal arma dos dois para enfrentar a doença que lentamente drena a vida das pessoas.
Inspirador, corajoso, irreverente e brutal, A culpa é das estrelas é a obra mais ambiciosa e emocionante de John Green, sobre a alegria e a tragédia que é viver e amar.

O que eu achei de A Culpa é das Estrelas?

Este é um dos meus livros favoritos. Inicialmente escrito para o público adolescente, A Culpa é das Estrelas ficou um tempão cozinhando na minha lista de leitura, justamente porque eu achei que ia ler e não ia gostar. Estava vindo de uma série de leituras de livros de vampiros seguida por uma série de livros eróticos, levada pela onda da trilogia Cinquenta Tons de Cinza. Achei que o livro ia ser bobinho demais pra mim, deixei ele lá esperando.

Mas qual não foi a minha surpresa quando eu fui finalmente pegar o livro pra ler, sem ler sinopse, sem perguntar para amigos nem nada., e acabei me apaixonando de um jeito irreversível pela escrita do John Green e pelos personagens que ele criou.

Hazel é uma adolescente que tem um câncer terminal. Foi diagnosticada com câncer na tireoide, mas já está com metástase nos pulmões. Adora ler, e seu livro favorito é Uma Aflição Imperial, um livro que acaba com uma frase pela metade. Hazel já não frequenta a escola, pois vive bastante debilitada e uma das coisas que mais detesta é ter que carregar o carrinho com o cilindro de oxigênio por aí. Ela acaba cedendo ao apelo dos pais e volta a frequentar o grupo de apoio aos pacientes com câncer, da sua cidade.

É nesse grupo que ela conhece o Augustus Waters, um garoto lindo, que está indo lá pela primeira vez. Ele perdeu a perna devido ao osteossarcoma e por isso anda com uma prótese. Eles acabam fazendo amizade e ficando bastante próximos, inclusive de Isaac, um garoto que também frequenta o grupo e que tem câncer nos olhos.

Gus gosta muito de jogar videogame com Isaac, e também gosta muito de ouvir música e ler. Ele acaba se apaixonando por Hazel e os dois ficam cada vez mais tempo juntos, até que ela por fim admite também estar apaixonada. Pronto, temos um romance.

Um romance dos bons: fofo, divertido, empolgante. Mas ainda assim, um romance que tem como figuras principais e secundárias, jovens com câncer, o que confere ao livro uma carga de drama altíssima e, com isso, muitas emoções.

A Culpa é das Estrelas foi absolutamente bem escrito e bem revisado, o que acontece com a maioria – senão todos – os livros que eu já li que foram publicados pela Editora Intrínseca. A história é simples, não há enredos paralelos, a não ser a história de Isaac e o término brusco de seu namoro, mas isso tudo está intimamente ligado ao enredo principal. John Green é direto e tem uma abordagem bastante diferente de tudo o que estamos acostumados quando se trata de câncer. A narrativa dele emociona sem ser melosa, conseguimos sentir o que acontece com os personagens sem que eles sejam o estereótipo de doentes terminais que normalmente são retratados nos livros.

Hazel e Gus tem diálogos em que é muito analisada a relação deles com as pessoas ao redor, além da forma como eles encaram o câncer e, consequentemente o tempo limitado de vida que possuem, em decorrência disso.

A Culpa é das Estrelas foi uma das minhas melhores leituras de 2013, uma das que mais mexeu comigo, junto com Extraordinário, que já foi resenhado aqui, e O Oceano no Fim do Caminho, que em breve ganhará também uma publicação aqui no blog. Recomendado para leitores de todas as idades, para ler sem medo de se emocionar e se envolver.