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[Resenha] Um Toque de Solidão – Danilo Barbosa

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Título: Um Toque de Solidão

Autor: Danilo Barbosa

Editora: Amazon

Ano: 2014

Páginas: 34

Quando duas pessoas completamente diferentes se apaixonam, tudo pode acontecer.
Bento, um nerd assumido, sabia que tinha se apaixonado pela tatuadora Ariel à primeira vista. Apesar de serem completamente diferentes, os dois tinham tudo para viverem o divertido “felizes para sempre”, mas um desentendimento pode colocar tudo a perder… E agora, como dar uma final feliz para esta história? Nada que “Um toque de solidão” não resolva!
Apaixone-se por esta história inusitada, onde você irá rever o quanto perdemos da vida nas nossas rotinas. Duvido que, ao terminar esse conto, não passe a rever os próprios conceitos.

O que eu achei de Um Toque de Solidão?

O conto Um Toque de Solidão, de Danilo Barbosa, conta a história de amor de Bento e Ariel, que tão diferentes, acabaram ficando juntos. Ele, um nerd apaixonado por computadores e ela, uma tatuadora. Tudo ia bem, até que o amor foi sufocado pelo trabalho, pelo sucesso profissional, que os fez parecer apenas amigos ao invés de amantes.

É nesse cenário que Bento se pergunta como é que havia deixado as coisas chegarem naquele ponto. Então, ele recebe uma visita nada convencional, que o faz refletir sobre tudo o que já aconteceu em sua vida, no estilo de vida que vinha levando e que o havia separado de Ariel. Bento fica cara a cara com a solidão.

A história de Um Toque de Solidão é belíssima, criativa e composta de uma forma quase poética. O texto de Danilo Barbosa é de uma qualidade excepcional, o que torna a leitura ainda mais prazerosa. A riqueza de vocabulário e a qualidade do trabalho final mostram que Danilo se dedica, assim como em suas outras obras, a um bom trabalho de revisão e edição.

A reflexão a respeito da solidão trazida pelo texto do Danilo é excelente e muito adequada ao mundo que vivemos atualmente, onde a tecnologia nos possibilita ter acesso a tanta coisa, ao mesmo tempo que nos limita e nos afasta das pessoas que estão próximas. A leitura é mais do que recomendada!

Adquira Um Toque de Solidão na Amazon.

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[Blogagem Coletiva] Foto(grafia) – Seja bem-vinda, criança

Este post faz parte da Blogagem Coletiva do grupo Coisas de Blogueiras, do Facebook. Este grupo visa reunir blogueiras de todos os nichos, para interação, trocas de dicas e tira-dúvidas, para que nossos blogs possam crescer juntos e de forma orgânica, sem recorrer a troca de seguidores.

O tema do mês de março é Foto(grafia), que consiste em escrever sobre uma foto que a gente goste. Infelizmente, por motivos alheios à minha vontade, não tenho uma foto que eu mesma tirei, por isso recorri às imagens com direitos de compartilhamento livre, no Google, para este post. Espero que gostem.

criança

Seja bem-vinda, criança. Aqui de onde estou, não posso vê-la. Você também não pode me ver. Mas sei que Deus, em sua sabedoria, guardará os seus caminhos e conduzirá seus passos. Desejo que um dia você O encontre. Espero que um dia você possa entender meus motivos e me perdoar por estar distante. Saiba que é necessário, ainda que muito doloroso, que eu me mantenha à distância.

Seja bem-vinda, criança. Gostaria de visitar você, de acompanhar seu crescimento, de rir com você e de poder mostrar que nem tudo é o que parece. Mas infelizmente, as coisas não são bem assim. É uma pena que tenhamos que ficar separadas contra nossa vontade – contra a minha, pelo menos. A minha oração é para que no futuro, quando suas ações e decisões dependam só de você, não existam mais barreiras entre nós.

“Você faz suas escolhas e suas escolhas fazem você.” Você ainda vai ouvir muito isso. Somente não se esqueça que algumas dessas escolhas interferem diretamente na vida de outras pessoas e que por isso, você precisa ter muito cuidado sempre.

Seja bem-vinda, criança.

“Então vamos viver. Um dia a gente se encontra”

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[Resenha] Belleville – Felipe Colbert

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Título: Belleville

Autor: Felipe Colbert

Editora: Novo Conceito

Ano: 2014

Páginas: 304

Se pudesse, Lucius aterrissaria em 1964 para ajudar Anabelle a realizar o grande sonho do seu falecido pai! De quebra, ajudaria a moça a enfrentar alguns problemas muito difíceis, entre eles resistir à violência do seu tio Lino. Claro que conhecer de perto os lindos olhos verdes que ele viu no retrato não seria nenhum sacrifício… Sem conseguir explicar o que está acontecendo, Lucius inicia uma intensa troca de correspondência com a antiga moradora da casa para onde se mudou. Uma relação que começa com desconfiança, passa pelo carinho e evolui para uma irresistível paixão – e para um pedido de socorro…

O que eu achei de Belleville?

Belleville conta a história de Lucius, um rapaz de 20 anos que se muda para Campos do Jordão para fazer faculdade. Ele aluga uma casa na cidade, desocupada há bastante tempo e toda mobiliada. Logo no começo de sua vida ali, ao mexer nas coisas que já estavam na casa, ele se depara com uma fotografia antiga e instigante, de uma garota segurando uma caixa, ao lado de um buraco recentemente cavado junto a um pilar de madeira.

Provocado pela fotografia e atraído pelo olhar da menina, que parecia encantadora, Lucius resolve verificar se o que quer que fosse que a garota havia enterrado ainda estava ali. Ao chegar ao fundo da casa, ele vê que a estrutura de pilares ainda se encontra no terreno e, então ele cava até encontrar uma caixa, com uma carta dentro.

Ao ler, Lucius descobre que a estrutura de pilares que ele vê são as fundações da construção interrompida de uma montanha-russa que o pai de Anabelle, a moça da foto e que escreveu a carta, pretendia construir para ela. Por ter sido interrompido em sua tarefa, por uma doença que o matou, Anabelle resolve escrever a carta, em um passo de fé, pedindo ao próximo morador que a encontrasse para terminar a construção.

Cinquenta anos se passaram desde que a carta foi escrita. Lucius, porém, comovido pela história que havia lido, quando encontrou os projetos da construção, que provavelmente haviam sido desenhados pelo pai de Anabelle, fica cismado com esse assunto e, apesar de suas poucas economias, resolve tentar realizar o sonho de Anabelle.

O livro é contado pela perspectiva de Lucius e de Anabelle. Separados por décadas, cada um conta uma parte da história de Belleville, a montanha russa de madeira que é o ponto de encontro desses dois personagens.

As cartas de Anabelle e de Lucius, por algum motivo, conseguem escapar às barreiras do tempo e tornam possível algo apenas imaginado, mas praticamente impossível de acreditar. Torcemos pela história de Belleville, ao mesmo tempo em que nos angustiamos pelo desejo de Lucius de atender o pedido de Anabelle, ainda que ela não possa desfrutar do seu presente.

A história é contada de forma bastante poética, com uso de um vocabulário rico, que dá ao livro um tom mais emocionante. Apesar de ter gostado da história, este não foi um dos livros que li tão rapidamente, não pela qualidade da escrita, mas sim, pelo estilo dramático, já que atualmente estou buscando leituras mais leves e descontraídas, para me animar.

Mesmo assim, Belleville é uma história linda, cuja leitura recomendo!

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Oscar Literário da Minha Vida

 

Não sou muito de ver filmes, mas se eu tivesse que escolher as minhas adaptações literárias favoritas, e desse um Oscar para cada uma, pela importância que tiveram para mim, os escolhidos seriam estes filmes aqui:

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O mundo de Sofia: O livro, que é um dos que me inspirou a ler mais do que eu já lia, a estudar filosofia e até mesmo religião, teve uma adaptação para o cinema que não foi muito divulgada internacionalmente e nem é um espetáculo hollywoodiano. Fiquei sabendo do filme por uma amiga que descobriu o arquivo na internet e logo dei um jeito de baixar e assistir. O filme vem dividido em duas partes. A adaptação é bastante fiel ao livro e, mesmo com algumas coisas um pouco diferentes, foi uma experiência muito bacana poder ver na tela a história que me encantou por três vezes.

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A menina que roubava livros: Já comentei antes sobre a adaptação do livro para o cinema, então não preciso repetir tudo novamente. O que tenho a dizer sobre este filme é que, mesmo com algumas pessoas criticando a adaptação, achei que o filme ficou muito fiel ao livro. Pelo menos no quesito emoção, quem foi comigo ao cinema confirma minha opinião de que não ficou nada a desejar.

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O jardim secreto: Li o livro quando era criança. Acho até que quando eu li, já devia existir a adaptação para o cinema, mas eu nem sabia. Devo ter lido o livro umas duas vezes, de tanto que gostei da história. Já o filme, assisti meio no susto, num desses dias que a gente está mudando de canal e o filme está começando. A história é linda, a adaptação foi bastante cuidadosa e o resultado foi uma obra inesquecível, que todos devem conhecer.

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Cinquenta tons de Cinza: a obra, que está despertando comentários de todos os posicionamentos possíveis, ganhou meu respeito por captar a essência do livro e mostrar nas telonas aquilo que se tentava explicar para quem não leu a série: há muito por trás dos hábitos sexuais de Grey que merece ser descoberto. Já dei minha opinião e já fiz resenha desses livros, por isso, basta dizer que gostei da adaptação por ser sensual e muito bem elaborada, com uma trilha sonora de tirar o fôlego, assim como a história.

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A culpa é das estrelas: Um livro e um filme que conseguem nos fazer rir e chorar ao mesmo tempo. Uma história que tira o foco da doença e coloca sobre as pessoas e que nos permite questionar coisas demais, para uma simples obra para adolescentes. Entrou facilmente para a minha lista dos preferidos.

Este post faz parte da Blogagem Coletiva do Rotaroots, um grupo de blogueiros que busca resgatar a raiz dos blogs, de uma época em que isso era feito com amor, sem regras e sem mimimi.

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[Resenha] O Garoto do Bosque – Jen Minkman

o garoto do bosqueTítulo: O Garoto do Bosque

Autora: Jen Minkman

Editora: Babelcube Books

Ano: 2014

Páginas: 262

Julia é apaixonada por Michael há anos. Ele é o cara mais lindo da escola e ela não pode acreditar em sua própria sorte, quando eles finalmente ficam juntos, no baile de formatura. Seu sonho, contudo, não dura muito: depois de alguns encontros, ele friamente a dispensa, sem motivo aparente. As férias de verão começam com Julia se sentindo arrasada e com o coração partido. Mas então, ela salva Michael no bosque, quando ele sofre um acidente de moto sob uma pesada tempestade. Daquele momento em diante, sua vida vira do avesso. Michael está completamente mudado depois da pancada na cabeça que quase o matou… e ele a quer de volta. Mas por que ele está tão diferente? Será que ela conseguirá confiar nele desta vez? O garoto que partiu seu coração conseguirá conquistá-lo novamente?

O que eu achei de O Garoto do Bosque?

O Garoto do Bosque, de Jen Minkman, foi uma leitura bastante agradável. Eu tive o privilégio de traduzi-lo, então, minha leitura foi bastante minuciosa, criteriosa, justamente para poder produzir um trabalho final de qualidade, que fizesse jus à escrita da autora. Gostei muito do livro, apesar de ser um texto voltado para o público adolescente, até porque eu costumo gostar da maioria dos livros desse gênero, ultimamente.

O livro O Garoto do Bosque conta a história de Julia, uma garota que tem um relacionamento bastante peculiar com a natureza, especialmente as árvores da floresta que fica próxima à sua casa, em um bairro simples da Áustria. Ela sempre foi apaixonada por Michael, um garoto do colégio, super popular e que aparentemente não ligava para ela. Até o dia da formatura, em que eles finalmente ficam juntos. Ela não conseguia acreditar em sua sorte, até que, alguns encontros depois, ele simplesmente a dispensa da forma mais fria possível. Ela fica arrasada e, enquanto tenta se recuperar do trauma, sua vida toma um rumo inesperado.

Michael sofre um grave acidente na floresta, bem próximo ao lugar favorito de Julia, na floresta. Ela o salva, mas deste dia em diante nada será o que parece. Michael está diferente, aparentemente uma pessoa melhor. E a quer de volta…

Depois de tudo o que aconteceu entre eles e a forma como Julia foi desprezada, ela acha difícil conseguir confiar nele novamente. Ela busca o apoio de seus amigos e também de seu vizinho, um lindo garoto de olhos azuis, para superar o passado e tentar entender o que aconteceu com Michael.

O Garoto do Bosque é cheio de mistério, pois além da história de Julia com Michael e o que aconteceu com ele após seu grave acidente de moto, um episódio sinistro envolvendo a irmã dela, Anne, também garante uma boa dose de suspense à leitura. Além disso, temos momentos divertidos e muito romance, música e poesia.

A leitura desse livro é bastante envolvente. A forma como a autora escreve, utilizando elementos modernos misturados a poesias e músicas clássicas dão um ar especial ao livro. A utilização de alguns elementos de mitologia celta é responsável pela aura sobrenatural da história de O Garoto do Bosque e garante diversão para várias horas.

É uma ótima leitura para o verão, um livro para se ler nas férias, perto da piscina e com uma bebida gelada na mão.

O Garoto do Bosque está disponível no site da Amazon.

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[Resenha] Descobrindo Penelope – James Lawless

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A escritora de romances Penelope Eames, de trinta e três anos, muda-se para a Espanha para evitar seu pai opressivo e o irmão viciado em drogas, Dermot. Quando ela conhece Ramón, um jovem professor espanhol, ela é imediatamente atraída por ele e sente que a felicidade que a escapara durante toda a sua vida pode enfim ser sua. Entretanto, ela recebe um pedido de socorro de Dermot, dizendo que ele está à mercê de Charlie Eliot, um cafetão e traficante de drogas na Costa. Ramón, cuja mãe foi morta por um viciado em drogas, diz a ela para manter distância de Charlie Eliot. Penelope tem que decidir: ela está preparada para se comprometer com Charlie Eliot e colocar em risco sua chance de felicidade com Ramón por causa de seu irmão viciado?

O que eu achei de Descobrindo Penelope?

O livro, que tive o privilégio de traduzir, é o meu primeiro trabalho no mercado literário. Fiquei muito feliz com a leitura, pois a história era boa, o que facilitava o trabalho de traduzi-lo para o português. A escrita de James Lawless é bastante elaborada e seu vocabulário rico deram um ar elegante e imponente à história de Penelope Eames, uma escritora, que resolve se mudar para a Espanha para tentar dar continuidade ao romance que precisava escrever, em razão do contrato com a sua editora.

Ela encontra na Costa del Sol um local onde pode ficar a sós com seus pensamentos, um apartamento com uma vista privilegiada e uma vizinhança pouco convencional. Apesar disso, ela acaba fazendo amizade com Gwen, uma mulher mais velha que também é estrangeira e vive de um modo que Penelope insiste em tentar compreender, mas dificilmente consegue.

Penelope tem um histórico familiar complicado, que é um dos motivos para seu exílio. A mãe, falecida em razão do alcoolismo, o irmão viciado em drogas, todos vítimas do abuso verbal e do comportamento desleal do pai, um professor universitário que não hesitava em humilhá-los. Ela tem que se livrar de seus fantasmas para conseguir escrever, mas nesse meio tempo, enquanto tenta se refazer de seu passado, conhece Ramón, um professor espanhol que atrai sua atenção e, a partir de uma amizade que se constrói lentamente, mas cheia de sinceridade, descobre que tem sim direito ao amor.

Entretanto, nada é tão simples para ela. Seu irmão resolve aparecer na Espanha e pedir-lhe abrigo, o que vai fazer seu castelo de cartas desmoronar rapidamente, pois ele logo se envolve com o misterioso Charlie Eliot, de quem Ramón insiste que ela mantenha distância. É nesse momento que Penelope, além de ter que encontrar dentro de si a história de seu livro, deve escolher qual caminho seguir, sendo que um deles a poderá afastar definitivamente do amor que havia finalmente encontrado.

Gostei muito da leitura, da forma como a história se desenvolve. A trama tem poucos diálogos, mas somos envolvidos na história de Penelope enquanto ela se perde em seus próprios pensamentos, ao observar, como verdadeira escritora, tudo o que acontece ao seu redor. O mistério que envolve Charlie Eliot e o dilema entre o que Penelope quer e o que precisa fazer amarram a atenção do leitor até a última página. Recomendado para quem gosta de romances com alto conteúdo psicológico.

O livro Descobrindo Penelope pode ser adquirido na Amazon.

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[Resenha] Saga Harry Potter – J. K. Rowling

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Depois de vários anos da publicação do último livro da Saga e de vários anos da publicação do último filme, eu resolvi começar a ler Harry Potter. Milhões de spoilers e centenas de trechos de filmes depois (nunca vi passar tanto Harry Potter na televisão paga quanto nos dias em que eu estava lendo os livros), finalmente cheguei ao fim.

O que eu achei da saga Harry Potter?

Gostei muito dos livros, mas como se trata de uma temática já exaustivamente explorada pelos demais blogs literários, resolvi fazer uma resenha só para a coleção inteira. Assim, evito spoilers para quem ainda não leu – o que acho difícil, mas como eu, podem haver outros na mesma situação.

A narrativa dos livros de Harry Potter tem uma estrutura básica que, em toda a saga, deixa a coisa meio previsível. Não em todos os momentos, nem em todos os livros, já que muitas revelações acontecem ao longo da história, principalmente nos últimos volumes. Porém, como se trata de livros escritos para adolescentes que foram crescendo junto com os personagens, é fácil identificar algumas pistas que a autora deixa sobre os mistérios que serão revelados mais para o final da história.

A estrutura, principalmente até o quarto livro, enfoca muito o ambiente de Hogwarts, a escola de magia e bruxaria onde Harry Potter e seus amigos estudam. Boa parte das aventuras acontece ali, mas também há uma excelente ambientação do leitor em um cenário acadêmico que é bastante parecido ao ensino tradicional.

Detenções, lições de casa, aulas, provas e a biblioteca, além da bibliografia e da grade de horário que são bem incutidas na mente de quem lê. Como disse outro dia, caso aquelas matérias existissem, seria bem provável que as perguntas da prova fossem as que a autora escreveu nos livros.

Porém, em vários livros, já é de se esperar que algo aconteça bem no começo da história, quando Harry Potter ainda estaria na casa dos tios. Mas depois que ele chega a Hogwarts, a trama passa por um momento de calmaria, com diversos temas paralelos, onde se explorava aquele ambiente acadêmico e a vida pessoal dos personagens, seus relacionamentos amorosos e de amizade, seus conflitos adolescentes e os questionamentos comuns até mesmo a quem não tem o dom da magia. É só no último quarto do livro que todos os acontecimentos convergem para um conflito, que é o clímax da história.

Confesso que boa parte dos livros eu lia o meio bem rápido, pra chegar logo na parte mais emocionante. Talvez esse seja o lado ruim de ler os livros fora da época certa, na idade para o qual foram escritos. Mas, de qualquer forma, a saga tem seus méritos.

Gostei muito da caracterização dos personagens, da ambientação tanto do mundo mágico como do mundo comum e também da forma como a autora apresentou toda a hierarquia daquele mundo, com sua política, seus integrantes, o Ministério com todas as suas leis, os livros que eram constantemente citados.

A construção do universo de Harry Potter é magnífica e nos faz crer que aquele mundo retratado ali, poderia existir daquela forma. Não é criado como se fosse algo inatingível, pelo contrário, é uma maneira fictícia, mas palpável, de criar um mundo que poderia ser. Entendo que seja nisso que a autora ganhou a confiança e a admiração de tantas pessoas ao redor do mundo. Inclusive a minha.

Acabei a leitura de todos os livros da série Harry Potter e descobri a casa a que pertenceria e, quando vi, estava dando uma de Chapéu Seletor e selecionando as pessoas ao meu redor nas casas de Hogwarts. Estou morrendo de vontade de tomar cerveja amanteigada e andar no Expresso de Hogwarts depois de fazer algumas comprinhas no Beco Diagonal. Recomendado para quem gosta de histórias fantásticas, que não se importa em ler um livro para crianças e que se deixa levar pela magia que não existe, mas com a qual é bom sonhar de vez em quando.

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[Resenha] Convergente – Veronica Roth

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Título: Convergente

Autora: Veronica Roth

Editora: Rocco

Ano: 2014

Páginas: 526

A sociedade baseada em facções, na qual Tris Prior acreditara um dia, desmoronou – destruída pela violência e por disputas de poder, marcada pela perda e pela traição. No poderoso desfecho da trilogia Divergente, de Veronica Roth, a jovem será posta diante de novos desafios e mais uma vez obrigada a fazer escolhas que exigem coragem, fidelidade, sacrifício e amor. Livro mais vendido pela Amazon no segmento infantojuvenil em 2013, Convergente chega ao Brasil em meio à expectativa pela estreia de Divergente nos cinemas, em abril. A série segue no topo na lista de bestsellers do The New York Times.

O que eu achei de Convergente?

O final dessa trilogia tem em Convergente o livro mais marcante de todos. Com bem menos ação do que os dois primeiros volumes, toda a emoção do livro é baseada nas decisões dos personagens muito mais do que nas guerras e ações rápidas que antes eram necessárias.

O sistema de facções ruiu completamente. Com o fim da sociedade a que estavam acostumados, os membros de antigas facções são desafiados a decidir se querem reconstruir sua antiga forma de viver ou se preferem uma sociedade sem papeis pré-estabelecidos. É nesse momento que as lealdades e alianças mudam. Dentro de cada pessoa, aquilo que realmente importa para cada um individualmente começa a aparecer e as verdadeiras habilidades e vontades de cada um começam a se destacar. Muitas vezes as pessoas agem de um modo que, no sistema antigo, seria totalmente impensável.

Convergente é bem mais voltado para esse aspecto interno dos personagens do que para uma ação, propriamente dita, apesar de contar com diversos momentos assim. Os personagens são apresentados aos verdadeiros motivos por trás das facções, à dimensão do mundo em que vivem e seu chão é removido debaixo de seus pés quando eles se dão conta de que sabiam muito pouco sobre si mesmos. É uma crise de identidade generalizada, que requer ações praticamente imediatas, mas que devem ser muito bem planejadas.

Em Convergente, conhecemos os bastidores da sociedade em que a cidade está inserida, as pessoas por trás do que acontece dentro da cerca e como tudo se estabeleceu daquela forma. É possível se colocar no lugar dos personagens e, em alguns momentos, parar pra pensar no que é que determina quem nós somos e como agimos. O desfecho da história é espetacular e valeu cada minuto da leitura. Recomendadíssimo!

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[Resenha] Insurgente – Veronica Roth

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Na Chicago futurista criada por Veronica Roth em Divergente, as facções estão desmoronando. E Beatrice Prior tem que arcar com as consequências de suas escolhas. Em Insurgente, a jovem Tris tenta salvar aqueles que ama – e a própria vida – enquanto lida com questões como mágoa e perdão, identidade e lealdade, política e amor.

O que eu achei de Insurgente?

Insurgente conta a história a partir do final do primeiro livro, Divergente, em que o sistema de facções em que a sociedade em que Beatrice Prior vive parece estar ruindo de dentro para fora. A partir de agora, as verdadeiras intenções por trás das ações de muita gente são reveladas, bem como a necessidade de alianças e novas estratégias que obrigam as facções a se misturarem umas com as outras. Num mundo onde agir de modo diferente ao que uniformemente se age dentro de uma facção, isso parece impensável, mas creio que o que o livro quer mostrar é que, em situações de extrema necessidade, sentimentos intrínsecos aos seres humanos e suas verdadeiras alianças podem ser bem diferentes daquelas socialmente estabelecidas. E podem afetar drasticamente o grupo em que estão inseridos.

Em Insurgente, Tris tem que escolher constantemente o que quer fazer, a quem quer ser leal. Ela é obrigada a todo momento a escolher entre seu bem e o bem de outras pessoas. Para uma pessoa vinda da Abnegação, o altruísmo que ela achava que não era suficiente para mantê-la em sua facção de origem, é revelado constantemente em suas ações e até essa forma de agir acaba afetando outros relacionamentos, principalmente com Tobias, o ‘Quatro’.

Em Insurgente, somos levados a conhecer mais profundamente o sistema de facções e a forma como cada uma delas se organiza, o que acredita e como suas regras internas são estabelecidas. Além disso, somos desafiados, o tempo todo, a perceber que os seres humanos por trás dos membros das facções tem, muitas vezes, opiniões bastante diversas daquelas que são obrigados a defender socialmente. O livro mostra também, a dificuldade das pessoas em agir de modo contrário ao que foram ensinadas, quando isso era necessário em algum momento.

Os questionamentos sociais e comportamentais, a questão do poder e da corrupção que o próprio poder trás intrinsecamente são constantes no livro, assim como no primeiro volume. Tris e Tobias são envolvidos em questões políticas e devem tomar decisões que de certa forma,ou afetam o relacionamento deles ou afetam a sociedade inteira. O relacionamento deles passa por tantas provas que em vários momentos parece que vai desmoronar.

Insurgente é bem mais completo no que se  refere a apresentar a sociedade em que a história se baseia e em apresentar os bastidores de cada uma das facções. Além de ter muita ação e ser um livro de uma leitura mais rápida ainda do que o primeiro. Aqui, todas as escolhas são decisivas e definitivas, o que não deixa espaço para esperar para ler depois.

Recomendado para aqueles dias em que você está com tempo para ler o livro todo, porque deixá-lo de lado não é opção nesse caso.

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[Resenha] Divergente – Veronica Roth

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Título: Divergente

Autora: Veronica Roth

Editora: Rocco

Ano: 2012

Páginas: 502

Numa Chicago futurista, a sociedade se divide em cinco facções – Abnegação, Amizade, Audácia, Franqueza e Erudição – e não pertencer a nenhuma facção é como ser invisível. Beatrice cresceu na Abnegação, mas o teste de aptidão por que passam todos os jovens aos 16 anos, numa grande cerimônia de iniciação que determina a que grupo querem se unir para passar o resto de suas vidas, revela que ela é, na verdade, uma divergente, não respondendo às simulações conforme o previsto. A jovem deve então decidir entre ficar com sua família ou ser quem ela realmente é. E acaba fazendo uma escolha que surpreende a todos, inclusive a ela mesma, e que terá desdobramentos sobre sua vida, seu coração e até mesmo sobre a sociedade supostamente ideal em que vive.

O que eu achei de Divergente?

O livro Divergente foi uma grata surpresa que tive nos últimos tempos. Como o filme estava no cinema e meu marido queria ir assistir, eu acabei quebrando a minha regra de ler o livro antes. Nesse caso, não me arrependi, porque a princípio, eu não queria tanto assim ler o livro, por conta de ser uma distopia e eu não me atrair muito para esse estilo literário. Porém, depois de ter visto o filme, eu fiquei com uma vontade louca de ler o livro, por isso, já fui atrás da trilogia na mesma semana.

Divergente conta a história de Beatrice Prior, uma garota que está prestes a fazer uma escolha que mudará completamente a sua vida. Vivendo em uma sociedade dividida por classes de pessoas – as chamadas facções – ela sabe que ao completar dezesseis anos terá que passar por um teste de aptidão que determinará em qual facção ela se daria melhor. Ainda assim, segundo as regras dessa sociedade, ela pode escolher uma facção diferente da que sair no resultado do teste.

O dilema de Beatrice é que logo no começo da história, seu teste parece ter algum tipo de problema e Tori, a aplicadora do teste, diz que seu resultado foi inconclusivo. Como Beatrice estaria correndo perigo caso outras pessoas descobrissem que ela era o que Tori definiu como ‘Divergente’, seu resultado foi incluído manualmente como Abnegação, a facção onde ela havia nascido e crescido.

A partir daí acompanhamos o dilema de Beatrice até o momento da escolha de sua facção e, depois, como ela lida com cada uma das escolhas que fez. O livro levanta uma série de questionamentos a respeito do convívio social, como as regras sociais estabelecidas, as divisões em grupos e a pressão para se encaixar em algum deles e o receio de não se encaixar em lugar algum.

Além disso, o livro questiona a legitimidade de se estabelecer ou não essa divisão em grupos sociais, com base em características dos indivíduos e mostra como a influência do grupo consegue determinar modos de ser, de falar, de vestir e de se comportar.

Na história, Beatrice acaba escolhendo pertencer à facção Audácia, um grupo que era responsável por manter a segurança e vigilância da cidade e que, por isso, deveria treinar o uso de armas, lutas e a resistência a diversos tipos de ambientes hostis, com a finalidade de se tornarem soldados prontos para qualquer coisa.

Porém, ao passar por cada estágio da iniciação como membro da Audácia, Beatrice não consegue se desvencilhar totalmente dos ensinamentos recebidos dos seus pais na Abnegação, nem mesmo acreditar no lema que rege aquela sociedade, que é ‘facção além do sangue’, ao qual seu irmão, Caleb, que acabou escolhendo pertencer à facção inimiga, Erudição, consegue ser tão fiel.

Com sua esperteza e inteligência, além de suas habilidades como Divergente, Beatrice, que passa a ser chamada de Tris ao ingressar na Audácia, percebe, aos poucos, que tem alguma coisa errada com a sociedade em que vivem e, por fim, acaba descobrindo uma conspiração que envolve algumas facções controlando outras, alianças ocultas entre facções e o sério perigo que os Divergentes correm quando o governo da cidade parece estar ameaçado.

Enfrentando todo esse problema, ela acaba ficando atraída por Quatro, um dos membros da Audácia que comanda, ao lado de Eric os diversos treinamentos da facção. Ele é rude e evasivo a princípio, mas parece sentir a mesma atração por Tris, já que está sempre por perto quando algo acontece a ela e lhe dá dicas que a ajudam a passar pelas etapas da iniciação. Os dois acabam se envolvendo em um momento da história.

Divergente é eletrizante e cheio de aventura, as páginas passam como se não percebêssemos. O romance entre os dois, apesar de muito empolgante, também acaba sendo engolido pela ação do livro e por toda a história mais complicada que eles tem que enfrentar para descobrir a verdade sobre a sua sociedade. Ainda assim, é um casal que vai entrar para os registros literários como um dos mais marcantes.

Recomendo muito a leitura de Divergente e já aviso que é aconselhável já ter os três volumes da trilogia, porque não dá vontade de parar de ler!