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[Resenha] A Menina da Neve – Eowyn Ivey

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Título: A menina da neve
Autora: Eowyn Ivey
Editora: Novo Conceito
Ano: 2015
Páginas: 352

Alasca, 1920: um lugar especialmente difícil para os recém-chegados Jack e Mabel. Sem filhos, eles estão se afastando cada vez mais um do outro. Em um dos raros momentos juntos, durante a primeira nevasca da temporada, eles constroem uma criança feita de neve. Na manhã seguinte, a criança de neve some. Dias depois, eles avistam uma criança loira correndo por entre as árvores. Uma menina que parece não ser de verdade, acompanhada de uma raposa vermelha e que, de alguma formam consegue sobreviver sozinha no frio e rigoroso inverno do Alasca. Enquanto Jack e Mabel se esforçam para entender esta criança que parece saída das páginas de um conto de fadas, eles começam a amá-la como se fosse sua própria filha. No entanto, nesse lugar bonito e sombrio, as coisas raramente são como aparentam, e o que eles aprenderão sobre essa misteriosa menina irá transformar a vida de todos.

O que eu achei de A Menina da Neve?

Em A Menina da Neve, conhecemos Jack e Mabel, um casal que parte para o Alasca em busca de reconstruir a sua vida, após um acontecimento drástico em suas vidas. Sem recursos e em uma região ainda pouco explorada, eles terão que aprender a sobreviver em um ambiente inóspito, ao mesmo tempo em que enfrentam uma crise no relacionamento, que os afasta lentamente.
A escrita da autora é bastante poética e remete aos contos de fadas, o que se dá pela inspiração que tira de diversos contos sobre a menina da neve. A narrativa é em terceira pessoa e alterna os pontos de vista de Jack e Mabel, conforme a história avança. A leitura é rápida e envolvente e os personagens, tanto principais como secundários são muito bem desenvolvidos.
Apesar de ser o ponto central da história, a menina da neve não é, segundo meu ponto de vista, de uma importância tão crucial quanto os acontecimentos ao seu redor. Claro que todas as questões são levantadas em torno de seu aparecimento e o mistério sobre sua natureza, mas são estes questionamentos que dirigem toda a trama.
A forma como cada um reage ao sofrimento e aos desafios que a vida no Alasca apresenta e a questão do companheirismo e da compreensão são os principais temas da obra. Estão retratados no relacionamento de Jack e Mabel e, mais tarde, no relacionamento deles com a família de George e Esther e destes com os filhos. Os contrastes entre pessoas que sofrem acostumar a viver naquele mundo remoto e com cada vez menos recursos e as pessoas que se adaptam como podem para conseguirem vencer cada etapa com alegria é bastante forte.
A obra retrata a bênção da amizade e do companheirismo, que é realçada nos momentos mais difíceis e a importância de saber como enfrentar cada obstáculo com a cabeça erguida, mas sem orgulho.
Uma mistura de romance e conto de fadas, A Menina da Neve é uma leitura leve e graciosa, que eu recomendo muito!

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[Resenha] Mentiras Que Confortam – Randy S. Meyers

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Título: Mentiras que Confortam

Autora: Randy Susan Meyers

Editora: Novo Conceito

Ano: 2015

Páginas: 368

Cinco anos atrás…
Tia apaixonou-se obsessivamente por um homem por quem nunca deveria ter se apaixonado. Quando engravidou, Nathan desapareceu, e ela entregou seu bebê para a adoção.
Caroline adotou um bebê para agradar o marido. Agora ela questiona se está preparada para o papel de esposa e mãe.
Juliette considerava sua vida perfeita: tinha um casamento sólido, dois lindos filhos e um negócio próspero. E então ela descobre o caso de Nathan. Ele prometeu que nunca a trairia novamente, e ela confiou nele.

Hoje…
Tia ainda não superou o fim do seu caso com Nathan. Todos os anos ela recebe fotos de sua garotinha, e desta vez, em um impulso, decide enviar algumas delas para a casa do ex-amante. É Juliette quem abre o envelope. Ela nunca soube da existência da criança, e agora precisa desesperadamente descobrir quantas outras mentiras sustentaram o seu casamento até hoje.

O que eu achei de Mentiras que Confortam?

O livro conta a história de três mulheres que tiveram suas vidas unidas por uma circunstância peculiar. Tia, a amante rejeitada pelo homem que nunca deixaria a esposa; Juliette, a esposa traída; e Caroline, uma terceira mulher que, não fosse pelo destino, não teria nada a ver com tudo isso. Acontece que Tia engravidou de Nathan, marido de Juliette, mas quando foi rejeitada por ele e não quis fazer o aborto que ele havia sugerido, resolveu entregar a criança para adoção. Caroline e o marido, Peter, adotam a criança.

A trama de Mentiras que Confortam é bem interessante e realista. Mostra muito bem como uma decisão errada pode acabar afetando a vida de muitas pessoas, até mesmo de quem não imaginamos e que as mentiras, muitas vezes o caminho mais curto para uma solução ou a opção aparentemente menos dolorosa, podem destruir para sempre a confiança das pessoas.

Mentiras que Confortam  é narrado principalmente pelo ponto de vista das três mulheres. Assim, podemos conhecer o que elas pensam sobre tudo o que passa a afetar suas vidas e suas famílias. Este recurso também permite que o leitor entenda o lado de cada uma delas e que saiba considerar que nem sempre uma ação tem um desdobramento só. A história foi muito bem construída e as várias implicações da adoção de Savannah, a criança fruto do relacionamento de Nathan e Tia, nas vidas de todos os personagens foi a grande linha que uniu todas as partes do texto.

A edição, porém, pecou um pouco na revisão. A tradução estava bem pobre, com falhas graves, como expressões muito comuns no inglês traduzidas de forma literal e que deixava o texto em português completamente sem sentido. Alguns erros de tradução tornaram as frases confusas e o texto repetitivo. A leitura acabou ficando pouco fluida por conta disso. Imagino que se tivesse lido Mentiras que Confortam em inglês, minha impressão geral talvez tivesse sido um pouco melhor.

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[Resenha] Zac e Mia – A. J. Betts

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Título: Zac e Mia
Autora: A. J. Betts
Editora: Novo Conceito
Ano: 2015
Páginas: 288
A última pessoa que Zac esperava encontrar em seu quarto de hospital era uma garota como Mia – bonita, irritante, mal-humorada e com um gosto musical duvidoso. No mundo real, ele nunca poderia ser amigo de uma pessoa como ela. Mas no hospital as regras são diferentes. Uma batida na parede do seu quarto se transforma em uma amizade surpreendente.
Será que Mia precisa de Zac? Será que Zac precisa de Mia? Será que eles precisam tanto um do outro? Contada sob a perspectiva de ambos, Zac e Mia é a história tocante de dois adolescentes comuns em circunstâncias extraordinárias.
Este livro é mais um do gênero sick-lit, que vem fazendo sucesso há alguns anos. Eu gosto de alguns livros deste tema, embora por razões bem pessoais os evite em determinados momentos da vida. Porém, não se trata de uma abordagem semelhante ao que se vê por aí.

O que eu achei de Zac e Mia?

O livro conta a história de Zac e Mia, dois adolescentes que estão no mesmo hospital, separados por apenas uma fina parede. Eles são totalmente diferentes e enxergam a vida por perspectivas totalmente opostas. Enquanto Zac se conforma com sua condição, Mia se revolta e assume uma postura bastante agressiva.
Apesar de tratar de uma doença grave como o câncer, o livro é divertido e escrito de forma leve. A autora aborda o tema usando o humor como ferramenta, fazendo que o leitor reflita sobre questões como autoestima, confiança e o que realmente é importante na vida de uma pessoa.
O livro é narrado pela perspectiva dos dois, mas é aos poucos que vamos desconfiando do que se passa na mente de cada um. Por mais que conheçamos os dois lados da história, ao estar lendo o ponto de vista de um não conseguimos desvendar tudo o que pode estar acontecendo do outro lado. Parece que em Zac e Mia há, realmente, uma parede interrompendo esse fluxo.
Fiquei com um certo receio de que esse livro caísse no óbvio, que seria mais um daqueles que eu já começaria a ler adivinhando o final, mas não foi totalmente assim. Valeu a pena ter conhecido a escrita da autora australiana e conhecer um pouco mais sobre essa cultura, que não costuma ser muito explorada (pelo menos não nos livros que eu tenho lido ultimamente).

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[Resenha] Fragmentados – Neal Shusterman

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Título: Fragmentados
Autor: Neal Shusterman
Editora: Novo Conceito
Ano: 2015
Páginas: 320

Em uma sociedade em que os jovens rejeitados são destinados a terem seus corpos reduzidos a pedaços, três fugitivos lutam contra o sistema que os fragmentaria. Unidos pelo acaso e pelo desespero, esses improváveis companheiros fazem uma alucinante viagem pelo país, conscientes de que suas vidas estão em jogo. Se conseguirem sobreviver até completarem 18 anos, estarão salvos. No entanto, quando cada parte de seus corpos desde as mãos até o coração é caçada por um mundo ensandecido, 18 anos parece muito, muito longe. O vencedor do Boston Globe-Horn Book Award, Neal Shusterman, desafia as ideias dos leitores sobre a vida: não apenas sobre onde ela começa e termina, mas sobre o que realmente significa estar vivo.

O que eu achei de Fragmentados?

Fragmentados é uma distopia e é o primeiro de uma série. Nesta sociedade, as leis foram alteradas para permitir que os pais possam “abortar” posteriormente seus filhos. Assim, os pais poderiam escolher se seus filhos, entre os 13 e 18 anos, continuariam a viver normalmente ou passariam pelo processo chamado de fragmentação, no qual cada parte de seus corpos seria dividida e transplantada para outras pessoas que as necessitassem. Este processo autorizaria os pais, portanto, a se livrarem de seus filhos desajustados ou que dessem trabalho demais. Essa decisão é muito séria e, uma vez assinada a ordem e entregue às autoridades, não há direito a arrependimento ou recurso.
Connor, Risa e Lev são três adolescentes que tiveram as suas ordens de fragmentação assinadas. Eles se rebelam e, a partir disso, começa sua fuga das autoridades, em busca de um lugar onde possam viver até os 18 anos. Após esta idade, não podem mais ser capturados pelo Estado para fragmentação.
Com uma linguagem atual e utilizando o gênero distópico, Neal Shusterman parece mirar em jovens e adolescentes, mas acaba atingindo a um leque muito maior de leitores, uma vez que sua obra trás questionamentos sérios e importantes a respeito do conceito e dos limites da vida.
Não é de se espantar, é claro, já que o autor é americano e essa questão é muito polêmica por lá. As pessoas são muito divididas entre os que apoiam o aborto e os que são absolutamente contra. No livro, a questão se transfere para indivíduos já nascidos. Não havendo mais a polêmica sobre o início da vida, lança a discussão sobre o seu “fim”, ou sua “continuidade em forma diferenciada”, que é o que a sociedade da obra entende que acontece com os jovens fragmentados.
Além dessa questão, são levantados pontos relacionados à autonomia do indivíduo sobre seu próprio corpo (principal argumento de quem é favorável ao aborto) em contraposição ao direito dos pais sobre os corpos dos filhos (que é o argumento dos que se posicionam contra o aborto).
Fragmentados é escrito pelo ponto de vista dos principais personagens e também pelo ponto de vista de alguns personagens secundários com participação importante no enredo. Esta forma de escrita ajuda a compreender melhor as intenções dos personagens e a formar uma imagem melhor sobre o contexto do livro.
Não sou uma pessoa que costumava ler muitas distopias. Normalmente prefiro outros gêneros de leitura mas, como o tema, já pela sinopse, me chamou muito a atenção, resolvi arriscar mais uma vez e adorei.
A única ressalva que eu tenho é porque Fragmentados é parte de uma série e ainda não termos certeza se os demais volumes serão publicados no Brasil. Já li alguns livros da editora que são primeiros de alguma série e que até hoje não foram publicados. Torço para que este tenha um destino diferente!

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[Resenha] No Mundo da Luna – Carina Rissi

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Título: No Mundo da Luna

Autora: Carina Rissi

Editora: Verus

Ano: 2015

Páginas: 476

A vida de Luna está uma bagunça! O namorado a traiu com a vizinha, seu carro passa mais tempo na oficina do que com ela e seu chefe vive trocando seu nome.
Recém-formada em jornalismo, ela trabalha como recepcionista na renomada Fatos&Furos. Mas, em tempos de internet e notícias instantâneas, a revista enfrenta problemas e o quadro de jornalistas diminuiu drasticamente. É assim que a coluna do horóscopo semanal cai no colo dela. Embora não tenha a menor ideia de como fazer um mapa astral e não acredite em nenhum tipo de magia, Luna aceita o desafio sem pestanejar. Afinal, quão complicado pode ser criar um texto em que ninguém presta atenção?
Mas a garota nem desconfia dos perigos que a aguardam e, entre muitas confusões, surge uma indesejada, porém irresistível paixão que vai abalar o seu mundo. O romance perfeito — não fosse com o homem errado. Sem saída, Luna terá que lutar com todas as forças contra a magia mais poderosa de todas, que até então ela desconhecia: o amor.
Com seu estilo ágil e fluido, Carina Rissi criou em No mundo da Luna uma leitura viciante, permeada de humor, magia e paixão, que vai conquistar você do início ao fim.

O que eu achei de No Mundo da Luna?

O livro conta a história de Luna, uma garota que trabalhava como recepcionista numa revista, mas que tinha o sonho de ser jornalista. Ela odiava seu chefe, um cara irritante que insistia em trocar seu nome. Com a crise na revista e a saída de alguns profissionais, ela recebe a incumbência de escrever uma coluna. Apesar de ter ficado bem insatisfeita por ser a coluna do horóscopo, Luna agarra a oportunidade e então, tem o desafio de aprender alguma coisa sobre os signos para poder escrever sua coluna.
Como ela tem origem cigana, o caminho que encontra, mesmo sem concordar nem seguir os costumes familiares, é o de usar o baralho cigano para fazer suas previsões. O que ela não imaginava é que milhares de pessoas leriam o que ela escrevia e, ainda por cima, que suas previsões dariam certo.
No Mundo da Luna é um chick-lit típico. A mocinha atrapalhada, meio bobinha e que mete os pés pelas mãos constantemente, ao lado de um cara arrogante e grosso, que aos poucos se transforma no mocinho de contos de fadas que todas nós gostaríamos de ter ao lado. Comparado aos sucessos anteriores, No Mundo da Luna não tem o mesmo apelo. Pode até passar a impressão de que fica meio apagadinho, perto da série Perdida ou de Procura-se Um Marido, mas a verdade é que a pegada deste livro é um pouco diferente. Este livro tem muitos elementos de young adult, mais referências a sexo e uma escrita mais adulta, apesar da imaturidade da protagonista.
Talvez por isso Luna não seja a minha mocinha favorita, mas Dante, com certeza, entrou para a minha listinha. Eu conseguia entender e sofrer com cada tentativa dele e com as respostas que a Luna dava, sem entender nada do que ele queria dizer. Adoro nerds, tanto que me casei com um, por isso, minha paixão por Dante é absurdamente compreensível.
Encontrei alguns errinhos de revisão no texto de No Mundo da Luna, como erros de digitação e algumas palavras erradas. Não foram muitas, mas quem me acompanha por aqui sabe que isso me incomoda bastante… Apesar disso, a trama é bem escrita e bem amarrada. Só achei que o desfecho do núcleo vilão da história ficou um pouco forçado, faltou uma solução mais real, na minha opinião.
Mesmo com tudo isso, a leitura de No Mundo da Luna é rápida, divertida e com altas doses de emoção, perfeita pra quem gosta de comédias românticas.

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[Resenha] Tocando as Estrelas – Rebecca Serle

Tocando as Estrelas

Quando Paige Townsen deixa de ser uma simples aluna do ensino médio para se tornar uma celebridade, sua vida muda do dia para a noite. Em menos de um mês, ela troca as ruas da sua cidade natal por um set de filmagem no Havaí e agora está conhecendo melhor um dos homens mais sexies do planeta segundo a revista People. Tudo estaria perfeito se o problemático astro Jordan Wilder não fincasse o pé em uma das pontas desse triângulo cinematográfico. E Paige começa a acreditar que a vida, pelo menos para ela, imita a arte.

O que eu achei de Tocando as Estrelas?

O livro Tocando as Estrelas conta a história de Paige, uma garota que tinha o sonho de ser atriz. Entre um teste e outro, ela vivia uma vida normal em Portland, com seu trabalho e seus amigos, quando de repente, surge a oportunidade de fazer um teste para protagonizar a adaptação cinematográfica de uma das trilogias mais comentadas do momento. Quando ela passa no teste e tem que aprender a viver em meio a equipes de filmagem, atores, maquiadores e cabeleireiros, ela começa a ver que o mundo das celebridades esconde muito mais coisas do que sua amiga Cassandra era capaz de ler nas revistas de fofoca.

Aos poucos ela se vê no meio de um triângulo amoroso com os atores com quem contracena no filme. Ela vai perceber que, assim como sua personagem, as coisas na vida real não são nada simples de resolver. tanto Rainer quanto Jordan são mais experientes do que ela, mas ambos parecer ser tão verdadeiros e a atraem, de formas diferentes. Ela precisa decidir o que fazer.

A história de Tocando as Estrelas é bem dinâmica e divertida. Somos apresentados ao mundo das celebridades e, pelos olhos de Paige, aos dilemas que acompanham a vida de uma atriz adolescente. Li o livro em apenas algumas horas e me diverti muito com a experiência. Vibrei e torci por Paige e já tenho meu mocinho favorito. Mas me decepcionei quando vi que as folhas estavam acabando e Tocando as Estrelas não poderia ter um final satisfatório, pela forma como a trama estava caminhando. E foi o que aconteceu, mesmo. Um daqueles finais que aparentam ser fechados, mas que são tão abertos que você pode pensar qualquer coisa. Fiquei indignada e apenas alguns minutos de pesquisa me mostraram que Tocando as Estrelas é o primeiro de uma série. Por isso o gancho para o próximo volume.

Não gostei. Confesso que me decepcionei e, assim como outros livros que já li e resenhei aqui, fiquei muito desanimada. No livro impresso não há uma referência sequer ao fato de Tocando as Estrelas ser o primeiro de uma série e eu achei isso, de certa forma, desleal. E se eu não quiser – como não tenho optado, ultimamente – ler livros com continuações? Acho que o  mínimo que se deve fazer é informar o leitor de que a obra faz parte de uma história que será contada em vários volumes. Assim, ou nós podemos nos conformar com um final aberto, como este, ou então, optar por não ler o livro até que todos os volumes tenham sido publicados, que sempre que eu posso, é a minha escolha.

Agora, assim como em Sonhos Despedaçados, que eu já resenhei aqui, vou ter que escolher entre esperar que o livro seja publicado no Brasil – se é que vai ser – e ler as continuações em inglês, se eu tiver tempo e disponibilidade. Infelizmente, apesar de ter gostado bastante da história, este detalhe incomodou bastante!

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[Resenha] O Álbum – Timothy Lewis

O Álbum

O Álbum – Para Adam, negociante de objetos usados, a casa de Gabe Alexander é apenas uma propriedade que será esvaziada e vendida pelo maior lance. Entretanto, em meio às prateleiras repletas de relíquias, um álbum antigo atrai sua atenção. Nele há cartões-postais amarelados pelo tempo, escritos ao longo de 60 anos. Intrigado, Adam começa a lê-los: eles estão cheios de frases românticas e delicadas, as provas do amor incondicional entre Gabe e Pearl Alexander.

Gabe cuidava para que um cartão chegasse às mãos de Pearl todas as sextas-feiras. Cada um deles possui não apenas um poema, mas verdades preciosas sobre o cotidiano de um casal que viveu um sonho. A soma de todas essas verdades talvez responda perguntas que Adam se faz há muito tempo.

O que eu achei de O Álbum?

O livro O Álbum conta a história de Adam, um negociante de objetos usados que se deparam com um álbum cheio de cartões-postais de Gabe a Pearl Alexander, os ex-donos da casa que tem que ser esvaziada para poder ser colocada a leilão. Os cartões o intrigam, pois em cada um deles há um poema de Gabe para a esposa, ao longo de sessenta anos. Adam começa a ler estes cartões e começa a pensar que, provavelmente, a resposta para seus dramas pessoais possa ser encontrada ali.

Aparentemente, o casamento de Gabe e Huck, como Pearl gostava de ser chamada, tinha sido algo bastante parecido a um conto de fadas. Dispostos a evitar o distanciamento e o esfriamento do romance, eles parecem ter se esforçado para manter a chama do amor acesa ao longo dos anos. Isto deixa Adam admirado já que, após o fim de seu casamento, ele não consegue nem esquecer a ex-esposa nem entender o que foi que fez o relacionamento deles fracassar. Ao ler em cada mensagem de Gabe, lições sobre o que faz um casamento feliz, ele tenta juntar as peças e reescrever sua história.

Há muitas coisas que Adam ainda não sabe, mas poderá contar com a ajuda de Yevette, a filha da empregada dos Alexander, que tem as peças que faltam ao quebra-cabeças que ele está tentando montar. Somos apresentados a todos os lados da história, conforme os cartões são lidos e os objetos da casa remexidos e vendidos. Conhecemos a perspectiva da história de Huck e Gabe, separadamente e depois juntos, quando se conhecem e se casam, além de saltos para alguns anos depois, quando Huck está no asilo e Gabe já havia falecido há muitos anos e, então, a vião de Adam e tudo o que tenta arrancar de Yevette.

A história de O Álbum é bem bonitinha e tem um objetivo certeiro. Trazer uma lição sobre o amor, o romance e o casamento. O autor faz isso quase de forma didática, pois sempre fica muito claro como as coisas vão terminar e os papeis de cada um são muito bem definidos. O Álbum é um típico texto que termina com uma moral da história.

Achei a história de Gabe e Huck muito bonita, mas ao mesmo tempo, o fato de saber como tudo ia terminar, me deixou um pouco entediada. Sei que gosto de histórias clichês, mas neste caso, estava tudo óbvio demais e com o objetivo claro de querer passar uma lição e isso me incomoda muito. Parecia que o autor estava, o tempo todo querendo me dizer: “Olhe só, isso é o certo, é assim que as pessoas devem agir.” Eu prefiro que as histórias me deixem tirar as minhas próprias conclusões e não que me direcionem ao que preciso entender ao final de tudo. Confesso, também, que esperei ler mas sobre Adam e não tanto sobre Gabe e Huck. Mas, infelizmente, não foi o que aconteceu em O Álbum.

Apesar disso, achei O Álbum um bom livro para entreter. A leitura é fluida e o texto é escrito de forma bastante leve. A revisão foi cuidadosa e, com isso, é um livro cuja experiência de leitura é bastante agradável. Mesmo com todo o fundo moralista da história, ainda recomendo a leitura.

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[Resenha] A Playlist de Hayden – Michelle Falkoff

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Título: A Playlist de Hayden

Autora: Michelle Falkoff

Editora: Novo Conceito

Ano: 2015

Páginas: 288

A Playlist de Hayden – Depois da morte de seu amigo, Sam parece um fantasma vagando pelos corredores da escola, o que não é muito diferente de antes. Ele sabe que tem que aceitar o que Hayden fez, mas se culpa pelo que aconteceu e não consegue mudar o que sente
Enquanto ouve música por música da lista deixada por Hayden, Sam tenta descobrir o que exatamente aconteceu naquela noite. E, quanto mais ele ouve e reflete sobre o passado, mais segredos descobre sobre seu amigo e sobre a vida que ele levava.
A PLAYLIST DE HAYDEN é uma história inquietante sobre perda, raiva, superação e bullying. Acima de tudo, sobre encontrar esperança quando essa parte parece ser a mais difícil.

O que que achei de A Playlist de Hayden?

A Playlist de Hayden conta a história de Sam, um garoto que passa por uma das piores experiências de sua vida. Seu melhor amigo, Hayden, cometeu suicídio e deixou apenas um pendrive e um bilhete: “Para Sam. Ouça, você vai entender”. Neste pendrive, está uma playlist com várias músicas selecionadas por Hayden e agora Sam, ao tentar lidar com o que aconteceu, quer usá-la para entender o que levou o amigo a tomar uma medida tão drástica.
A Playlist de Hayden é contado pela perspectiva de Sam. Tanto ele quanto Hayden eram os garotos desajustados da escola, os que não se encaixavam em nenhum padrão, em nenhuma das tribos adolescentes que se formaram no colégio e que preferiam se isolar em seu mundo geek. Com a morte de Hayden, Sam percebe que não tinha mais ninguém além do amigo e isso parece tornar a situação ainda mais difícil de superar. Ele não tem com quem conversar nem sente confiança em se abrir com outras pessoas.
Tanto Sam quanto Hayden eram vítimas de bullying e, com seu perfil antissocial, isso os afastava ainda mais dos outros colegas, o que apenas servia para alimentar ainda mais este círculo vicioso. Até que aparentemente a situação se torna insustentável para Hayden.
Sam se sente culpado pelo que aconteceu, acredita que poderia ter feito alguma coisa para impedir o amigo de ter tomado essa atitude, se tivesse percebido antes a forma como tudo o que acontecia com eles o afetava. Porém, conforme lemos a história, percebemos que nada é tão simples como parece.
Para quem já sofreu bullying, ler A Playlist de Hayden pode ter dois lados. Você pode achar extremo demais o que aconteceu com Hayden. Ou você pode se entender e se aceitar melhor. É interessante que, quando vemos as histórias de outras pessoas, conseguimos entender mais do que quando aquilo acontece com a gente mesmo.
Talvez pela minha personalidade ou pela minha criação, não sei exatamente por que motivos, mas eu já fui MUITO alvo de bullying. Eu tinha o “kit bullying”: magrela demais, estrábica, óculos, aparelho, espinhas, nerd. Então, pra mim foi bem simples entender o que os garotos do livro A Playlist de Hayden sentiam e os receios deles de se integrarem em uma vida social normal. Tudo isso passou, eu lidei com tudo isso (talvez não da melhor forma, mas com certeza, não da pior). Mas vejo que poderia ter passado por alguns anos da vida sem tanto sofrimento ou com um pouco mais de gente em volta de mim, se tivesse aprendido a ligar o foda-se naquela época.
Lembrei de muita coisa que eu vivi ao ler essa história, e por mais que eu nunca tomasse uma atitude como a de Hayden, entendo seus motivos e fico muito preocupada com outros adolescentes e jovens, por aí, que estão dando sinais de que estão no limite, que estão deixando mensagens sutis por meio de seus comportamentos, músicas, falas, silêncios… mas que a maioria das pessoas ignora ou subestima. Infelizmente, isso pode ter, sim, consequências graves, e nós precisamos prestar atenção.
Gostei muito da história de A Playlist de Hayden. Apesar de ter lido algumas resenhas desfavoráveis, acredito que a obra trouxe bastante reflexão para um tema aparentemente inocente, mas que pode ter consequências sérias, se não levarmos em conta as peculiaridades de cada indivíduo.
A leitura é rápida e fluida. Como o assunto me interessou muito, li A Playlist de Hayden em pouquíssimas horas, acompanhada das músicas que dão nome a cada capítulo e que permitem entender a essência do texto, ainda que não de forma expressa. Adorei a experiência de ler com música e é provável que a repetirei em outras obras que tenham sua trilha sonora própria.

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[Resenha] Neve na Primavera – Sarah Jio

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Título: Neve na Primavera

Autora: Sarah Jio

Editora: Novo Conceito

Ano: 2015

Páginas: 336

SEATTLE, 1933. Vera Ray dá um beijo no pequeno Daniel e, mesmo contrariada, sai para trabalhar. Ela odeia o turno da noite, mas o emprego de camareira no hotel garante o sustento de seu filho.
Na manhã seguinte, o dia 2 de maio, uma nevasca desaba sobre a cidade.
Vera se apressa para chegar em casa antes de Daniel acordar, mas encontra vazia a cama do menino. O ursinho de pelúcia está jogado na rua, esquecido sobre a neve.
Na Seattle do nosso tempo, a repórter Claire Aldridge é despertada por uma tempestade de neve fora de época. O dia é 2 de maio. Designada para escrever sobre esse fenômeno, que acontece pela segunda vez em setenta anos,
Claire se interessa pelo caso do desaparecimento de Daniel Ray, que permanece sem solução, e promete a si mesma chegar à verdade. Ela descobrirá, também, que está mais próxima de Vera do que imaginava.

O que eu achei de Neve na Primavera?

Neve na Primavera, de Sarah Jio, conta a história de Claire Aldridge, uma jornalista que está passando por um problema em sua vida pessoal, em razão de um acidente e de seu casamento, que parece estar ruindo um pouco a cada dia. Ela é escalada pelo seu chefe para escrever uma matéria sobre a nevasca que assolou a cidade naquele dia, 2 de maio. É a segunda vez em oitenta anos que este fenômeno acontece e, apesar de inicialmente Claire achar que não tem realmente muito o que escrever sobre o assunto a não ser a enorme coincidência de datas, logo ela descobre uma notícia de um jornal muito antigo, sobre o desaparecimento de Daniel Ray, um garotinho de apenas três anos de idade.

Tocada pelo mistério do desaparecimento do garoto, que permaneceu este tempo todo sem solução, Claire começa a pesquisar e investigar o que realmente aconteceu naquela época. A busca acaba se tornando algo muito pessoal para ela, que pecebe que o desfecho deste caso pode estar mais perto do que realmente imagina.

A história de Neve na Primavera é narrada do ponto de vista de Claire, em 2013 e de Vera, em 1933. Aos poucos, vamos sabendo o que aconteceu no passado, ao mesmo tempo em que Claire faz suas descobertas nos dias atuais. A trama vai se fechando em torno das duas narrativas, construindo aos poucos o quebra cabeças que é o desaparecimento do garoto.

Gostei bastante da premissa da história, principalmente por abordar, ainda que de forma leve e sutil, não só a questão do sofrimento pela perda de um filho, mas também a autodestruição que a falta de comunicação e a falta de perdão geram para o indivíduo e seus relacionamentos. A escrita de Sarah Jio é bastante delicada e usa um vocabulário leve e gracioso, sem uso de termos muito coloquiais. A leitura de Neve na Primaveraé rápida e envolvente, repleta de descobertas e novidades ao longo dos capítulos.

Entretanto, não posso afirmar que é um dos melhores livros dos últimos tempos. Apesar de ser uma excelente distração, e uma história bonita, há coincidências demais em Neve na Primavera. O tempo todo parece que as coisas se resolvem como em um passe de mágica. Claro que há aquelas situações em que fica claro o esforço do personagem em resolver algum mistério, mas na grande maioria das vezes, a impressão que temos é que as coisas caem do céu, de bandeja no colo de Claire.

Sem falar que, em algumas cenas, é muito previsível o desenrolar, e isso acabou me incomodando um pouco. Por exemplo, em uma das cenas Claire insiste em não atender a chamada do marido, e isso é exaustivamente destacado no capítulo, depois de ele ter feito algo que a magoou. Claro que, destacar tanto isso só poderia significar que ele estava ligando para dar uma notícia séria. E foi batata. Nada que seja essencial para a trama, mas que deixa a obra com um tom adolescente demais para uma história com personagens que já passaram dos trinta anos.

De um modo geral, porém, Neve na Primavera vale a pena e eu certamente recomendo sua leitura. Foi o primeiro livro da autora que li, mas quero ver se leio outros, para poder fazer uma comparação adequada.

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[Resenha] A Lista – Cecelia Ahern

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Título: A Lista

Autora: Cecelia Ahern

Editora: Novo Conceito

Ano: 2015

Páginas: 384

Kitty Logan tem 32 anos e aos poucos está perdendo tudo o que conquistou: sua carreira está arruinada; seu namorado a deixou sem um motivo aparente; seu melhor amigo está decepcionado com ela; e o principal: sua confidente e mentora está gravemente doente.
Antes de morrer, Constance deixa um mistério nas mãos de Kitty que pode ser a chave para sua mudança de vida: uma relação de nomes de pessoas desconhecidas. É com base neles que Kitty deverá escrever a melhor matéria de sua carreira.
Quando começa a ouvir o que aquelas pessoas têm a dizer, Kitty aos poucos descobre as conexões entre suas histórias de vida e compreende por que foi escolhida para dar voz a elas.

O que eu achei de A Lista?

A Lista é o sétimo livro de Cecelia Ahern e o primeiro que eu li da autora. O livro conta a história de  Kitty, uma jornalista que está em um péssimo momento. Após ter feito uma grande besteira no trabalho, ela vê sua vida profissional e pessoal desmoronando. Sem saber o que fazer, ela procura Constance, sua amiga e mentora, a editora da revista onde ela trabalha, para tentar encontrar uma solução. Constance é uma das pessoas que mais conhece Kitty e que acredita que ela poderia dar a volta por cima, porém, não há muito o que ela possa fazer, pois está em um leito de hospital, com câncer em estágio terminal.

Após sua morte, Kitty descobre uma lista com cem nomes que Constance deixou para ela. Mas são apenas estes nomes, sem nenhuma instrução, nenhuma informação adicional. Sem saber nada sobre estas pessoas, mas com pouco tempo para tentar colocar no papel a última ideia de sua amiga, Kitty começa a tentar desvendar o mistério por trás de cada nome dessa lista.

A história de A Lista é uma delícia de ler. Confesso que eu fiquei esperando uma carga dramática enorme, considerando que a autora ficou famosa por escrever P. S. Eu te amo, que eu inclusive ainda não li, por motivos de não querer me colocar no lugar da personagem. Enfim. Peguei o livro conformada de estar prestes a enfrentar as lágrimas, mas encontrei uma narrativa leve, uma história descontraída e cheia de humor. Bem do jeitinho que eu gosto. Apesar de ter, sim, alguns elementos dramáticos, isto não tira a leveza da trama e nem deixa a história arrastada. Li o livro em pouquíssimo tempo, pois não conseguia largá-lo para nada!

A edição está linda. Gostei muito da capa  de A Lista e da ideia dos nomes, da cor e da textura. A tradução está muito bem feita e a revisão foi cuidadosa. Apesar de ser um livro de quase 400 páginas, acredito que todos lerão bem rapidinho, assim como eu. Vale muito a pena!