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[TBL Music Challenge] Dia 4 – Música Que Lembra Quem é Melhor Esquecer

Essa tarefa do TBL Music Challenge é uma das mais difíceis pra mim até agora. Não porque eu não tenha quem eu quero esquecer. Por um lado, a terapia vai ser excelente, mas por outro, temo estragar a música pra sempre. Apesar de gostar dela, e só estar indicando músicas que eu gosto, nesse desafio (pelo menos até agora). E vincular uma música que eu gosto a alguém que eu gostaria de deletar da minha vida pode ser arriscado. Mas, vamos ver o que dá!

Dia 4 – Uma música que lembra alguém que é melhor esquecer

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A música que eu escolhi é I Don’t Belong, do Kevin Max. Minha voz favorita do DC Talk. A música é do primeiro trabalho solo depois do hiato da banda (que ainda persiste, depois de quase 20 anos, mas a gente insiste em falar que não acabou). A música fala sobre um fim de relacionamento, em que a outra pessoa simplesmente põe um fim e pronto.

Fica claro que a decisão foi unilateral e o protesto da música (e o meu) é esse. Num dia, as coisas estavam normais e de repente, ele se sente indesejado, inadequado. É uma das piores sensações, acho. Você achando que faz parte, mas num piscar de olhos percebe que pro outro, você é bem dispensável.

Uma das coisas que eu mais prezo na vida são as minhas amizades. Não sou a pessoa que liga ou chama pra sair com freqüência (até porque ultimamente, cadê tempo pra isso) mas eu guardo meus amigos no coração e fico bem chateada quando descubro que a recíproca não é verdadeira.

É óbvio que ninguém é obrigado a me amar pra sempre, mas também é óbvio que dói quando a gente descobre que está investindo sozinha em um relacionamento. Queria alcançar um nível de indiferença que me permitisse não me importar. Mas, por enquanto, estou chateadinha mesmo… e queria esquecer essa pessoa.

Mas, estamos falando de desafio, e não de desabafo. Se eu ainda precisar exorcizar esse demônio, talvez role um post específico.

Dia 1

Dia 2

Dia 3

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[TBL Music Challenge] Dia 3 – Música que Lembra o Verão

Tem dias em que as coisas acontecem do jeito que você precisa. Sem saber, meu amigo criou o desafio de música do qual estou participando e, coincidência ou não, a tarefa de hoje me ajudou a melhorar o clima de um domingo que não estava tão animado.

Dia 3 – Uma música que te lembra do verão

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O desafio consiste em escolher uma música para cada dia do mês de junho (saiba mais aqui) e a de hoje é uma música que te lembra do verão. Claro que, nesse caso, eu escolhi uma entre as músicas que eu gosto, porque imagina só escolher uma música entre as pérolas que tocam no verão brasileiro? Melhor passar meio longe dessas opções…

Por isso, pensei no tema verão e tudo o que isso evoca. E verão sempre lembra férias, piscina, mar. Então a escolha foi por aí.

A música que escolhi foi Since I Met You, do DC Talk. Sim, DC Talk vai aparecer várias vezes por aqui, porque é a minha banda favorita. E, apesar de Since I Met You não ser a favorita, é uma das que eu mais gosto, justamente porque ela me traz essa sensação de alegria que as férias sempre trazem.

Eu falei um pouco dela nesse episódio do Os Piácast. Essa música sempre me dá vontade de dançar, de sorrir e deixa meu dia mais animado. Quando estou precisando de uma dose de felicidade, essa é uma das músicas a que recorro. Confesso que a minha primeira opção tinha sido uma outra que me deixa muito feliz também, mas enquanto estava fazendo um rascunho do post, e buscando links e imagens, Since I Met You começou a tocar e eu sem querer já estava pulando na cadeira e dançando sem perceber. Aí não tive como não escolher essa né?

Qual a sua música?

Dia 1 – Uma música com cor no título

Dia 2 – Uma música com número no título

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[TBL Music Challenge] Dia 2 – Música com Número no Título

Estamos no segundo dia de desafio! Se você chegou por aqui agora e não sabe do que estou falando, eu explico melhor no post do primeiro dia. Primeiro, gostaria de dizer que a experiência de voltar a escrever está sendo maravilhosa. Mesmo depois de acordar cedo, inverter o horário de trabalho e ainda ter uma quantidade razoável de coisas a fazer aqui em casa, sentar diante do computador pra colocar um pouco dos pensamentos pra fora acaba sendo uma terapia.

Dia 2 – Uma música com um número no título

Pro segundo dia de desafio, escolhi uma música que me remete a uns vinte anos atrás: 3 AM, do Matchbox Twenty Eu confesso que fui esbarrar nessa música de novo agora porque eu estava buscando uma que cumprisse os requisitos da tarefa de hoje. Tinha umas outras candidatas na lista, mas acabei ficando com 3 AM. Sempre que eu ouço essa música, eu lembro de tanta coisa que queria mudar na minha vida e do turbilhão que era crescer, aprender a ser gente, lidar com uma nova situação familiar e manter a sanidade mental.

Não consigo explicar direito os motivos pelos quais essa música me remete aos meus amigos e à força que eles me deram nessa época. Mas sempre me lembro de alguns deles quando ouço essa música. Foi um tempo bom, apesar dos desafios. Lembro de passar horas no telefone com eles, ou virar a noite na internet procurando mais uma banda, ou baixando mais uma música do DC Talk. Tirando o fato de eu não poder fazer isso com tanta freqüência atualmente, ainda continuo amando as madrugadas. Esse post, inclusive, está sendo escrito numa dessas.

It’s 3 am I must be lonely” sempre me chamou a atenção, porque diz muito de quem eu sou. It’s 3 am I must be lonely, pra deixar a criatividade rolar solta, escrever, pensar na vida, mudar layout de blog e rascunhar posts futuros. It’s 3 am I must be lonely pra lidar com meus fantasmas e well I can’t help but be scared of it all sometimes, mas no fim das contas dá tudo certo.

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[TBL Music Challenge] Dia 1 – Música com uma Cor no Título

Depois de um ano desde a última publicação por aqui, volto com uma proposta bastante ousada. Pra quem continua acostumado a escrever pros seus respectivos blogs, ou seguiu a recomendação do NaNoWriMo e continuou escrevendo todo santo dia, talvez não seja um desafio tão robusto. Mas no meu caso, que fiquei esse tempo todo tentando achar um minuto que fosse pra sentar e escrever alguma coisa publicável, é um desafio considerável. Se você já conferiu meu blogroll, percebeu que eu ando ouvindo mais podcasts do que acompanhando blogs que trazem textos escritos. Um sinal de que minha vida anda realmente corrida? Talvez. Mas principalmente um reflexo de ter conhecido essa mídia há uns dois anos, mais ou menos, e não ter largado mais (ainda vou escrever sobre isso, prometo! 🙂 ).

Enfim, o co-host de um dos meus podcasts favoritos, o The Best Life Podcast criou um desafio pro mês de junho e eu gostei tanto que resolvi compartilhar aqui também. Se você quiser me acompanhar nisso, aqui está a primeira tarefa do mês! A imagem com todas as tarefas do mês está no meu Instagram. Procure por #TBLMusicChallenge. 

Se escrever ou publicar em alguma das suas redes sociais sobre o desafio, por favor, coloque o link aqui embaixo e use a tag #TBLMusicChallenge, ok? Quero saber o que você escolheu!

O desafio:

Postar, até as 23h de cada dia, uma música (com link do Youtube) de acordo com o critério estabelecido para aquele dia.

Dia 1 – Uma música com uma cor em seu título

A música que eu escolhi foi Red Letters, do DC Talk. Primeiro, porque DC Talk é a minha banda favorita de sempre, pra onde eu corro quando preciso de um lugar musical confortável. E também porque eu gosto muito da letra dessa música, que fala, basicamente, sobre a Palavra de Deus, o conteúdo santo e poderoso de sua mensagem e a sua eficácia eterna. Fala também da encarnação desta Palavra em Jesus Cristo e de como ele, sendo Deus, mudou o rumo da História.

Red Letters faz referência à edição de algumas bíblias que trazem as palavras de Jesus em vermelho. Essa música me faz refletir sobre as formas como Deus fala conosco e a principal delas é a Sua Palavra. É ali que encontramos o que precisamos para seguir em frente e encarar os desafios de cada dia. Red Letters me ajuda a lembrar de um poder que está fora de mim, que me alcançou por seus próprios esforços e segundo seus próprios critérios. Gosto de saber que há por onde começar quando me sinto perdida ou sem respostas.

Meu desejo pra hoje é continuar sempre voltando à Palavra de Deus. Que essas Palavras em vermelho sempre ocupem o primeiro lugar e eu nunca me esqueça do que é importante!

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[Blogosfera] Ventos de Mudança

Se eu acreditasse em astrologia, ia dizer que certamente está havendo algum alinhamento cósmico, porque é muita coincidência o que eu vi nos últimos dias na blogosfera. Eu fiquei bem impressionada com o fato de que algo que passou pela minha cabeça quando eu estava querendo colocar um ponto final no Café com Livros, e que me deixou pensando durante um bom tempo sobre o que faria com minha participação na blogosfera, também deixou duas blogueiras que eu acompanho pensando no que fazer com seus respectivos blogs.

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Embora eu não ache que seja alguma tendência cósmica, também estou longe de pensar que possa ser uma mera coincidência esse “cansaço” com relação ao blog. Não posso responder pela Victória nem pela Duds, porque só elas sabem exatamente o que as levou a refletir na mesma coisa que eu. Mas já que tem mais gente pensando alto sobre o assunto, vou deixar meus dois centavos aqui.

Assim como a Duds, com o tempo, eu fui deixando de me identificar com o blog antigo e ficando meio entediada e sem vontade de produzir conteúdo pra lá. Cheguei a fazer um perfil no Medium, escrever uns dois textos bem meh lá, mas não foi pra frente. Por outro lado, assim como a Victoria, o fato de ter algumas “obrigações” com o blog, o que era pra ser um momento de diversão e relaxamento, entrou como mais uma lista de coisas que eu tinha pra fazer, me deixando mais cansada do que a fim de sentar num sábado à tarde ou domingo de madrugada pra escrever.

Além disso, a imposição de prazos e de um calendário editorial que eu inventei de montar, acabaram jogando minha vontade de blogar e a criatividade pelo ralo. Até o NaNoWriMo, que eu quis tentar, acabou prejudicado pelo bloqueio criativo.

A coisa foi tão séria que eu fiquei esse tempo todo sem escrever nada em nenhum lugar, penei pra escolher um tema pro NaNoWriMo desse ano (porque o tema do ano passado era sombrio demais pra minha nova fase, joguei ele fora) e não conseguia ler nada também. A impressão que me dava era que, se eu lesse, ia ter que obrigatoriamente resenhar, e eu estava sem tempo nem vontade pra isso, então não conseguia ir pra frente com nenhuma leitura. Só consegui voltar a ler esse mês e, sinceramente, ainda não sei se vai ter resenha, porque eu não vou prometer mais nada, rs.

Como eu disse, não acho que seja coincidência várias pessoas pensando algo sobre seus blogs ao mesmo tempo. Acredito que isso tudo se deve às tendências da blogosfera, que se tornou uma grande vitrine comercial, um catálogo de divulgação de empresas e profissionais. Há ainda muito espaço pra blogs pessoais e com essa pegada mais leve e descompromissada, mas não são os blogs que tem tido destaque. Eu sempre tentei resistir a ter um blog que fosse mais um na multidão de blogs literários idênticos e com colunas até com o mesmo nome, mas no fim das contas, eu vi que estava acontecendo isso e me desgostei do blog.

Fiquei bem desanimada com a onda de livros de youtubers sendo publicados em massa pelas editoras, com tanto livro bom sendo deixado em segundo plano. E claro que ando cansada de recebidos do mês, look do dia, etc. porque isso se alastra pelos blogs afora e pra quem está atrás de um bom texto pra ler acaba se afogando em vinte posts iguais em blogs diferentes. Cansei de entrar em uns blogs que eu conhecia e em todos ter o mesmo post de lançamentos do mês da Editora tal. Era quase impossível não comentar exatamente a mesma coisa em todos os posts (quando eu tentava interagir e criar mais amizades com outros blogueiros), ou então eu acabava nem comentando nada…

Acredito que o cansaço em relação ao blog tem muito a ver com o tédio em fazer parte dessa engrenagem, dessa falta de sentido em ser só mais uma página escrevendo a mesma coisa sobre o mesmo assunto, obedecendo regras e prazos impostos por empresas ou pessoas e descaracterizando totalmente o sentido de um blog pessoal. Até o Rotaroots, que tinha o ideal de ser contra tudo isso acabou, por haver tanta gente querendo mais uma fórmula mágica, mais uma pauta pro mês e as moderadoras simplesmente perderam a vontade de seguir com o projeto.

Eu me sinto um pouco melhor por não ser a única que cansou do esquema atual e quis mudar. É reconfortante saber que vai ter post com conteúdo por gente de verdade, quando eu não quiser assistir “tour pelo meu quarto” ou “caixinha de correio“. Quero mais é conhecer gente que escreve por amor e não por dinheiro, que produz com originalidade e criatividade sobre o que gosta, com seu toque pessoal.

Você já passou, ou está passando pelo mesmo momento? Conta pra mim, aí nos comentários!

 

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Setembro Amarelo – Depressão

Como eu havia comentado em um post anterior, hoje quero comentar alguma coisa sobre a depressão, em continuidade à campanha do Setembro Amarelo, pela prevenção do suicídio. Alguns, que me acompanham mais de perto sabe que eu passei por um período meio tenebroso em 2014 e parte de 2015, quando fui diagnosticada com depressão e ansiedade em razão do stress no trabalho. Mas, como mesmo essas pessoas não sabem tudo o que se passou nessa cabecinha aqui, resolvi aproveitar o embalo da campanha e falar um pouco sobre o que me aconteceu. Quem sabe isso estimula outras pessoas a falarem sobre suas experiências e também ajudarem outras pessoas, numa corrente do bem contra esse mal?

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A depressão ainda é um tabu. Dificilmente, quem não estuda o assunto ou quem não passa por ele não tem a exata noção do que acontece com alguém que sofre da doença e, pra piorar, não sabe muito como lidar com essas pessoas, podendo, numa tentativa desesperada de ajudar, acabar afundando a pessoa ainda mais no seu desespero.

Eu era uma dessas pessoas, que igualava tristeza e depressão, colocava tudo dentro do mesmo saco e era capaz de pensar “Poxa, mas essa pessoa tem tudo, por que só fica triste?”. Infelizmente, eu acabei experimentando na pele o que é sentir algo que ninguém entende e que eu também não conseguia explicar. Eu já tinha essa experiência de “incompreensão” por conta da fibromialgia, já que tanto alguns médicos quanto pessoas que conheço relacionam as dores e a fadiga quase constante que eu sinto com preguiça, moleza ou frescura. Durante u tempo eu tentei até brigar e me explicar, mas isso dificilmente era bem-sucedido, então, hoje eu me limito a usar uma fila de palavras técnicas que chocam um pouco e a pessoa pensa “ah, tá, é doença”. Com a depressão não foi diferente.

Não sei quando começou. Sempre tive uma tendência à melancolia. Isso se reflete até em algumas coisas que tento escrever, em minha personalidade mais introspectiva, meus hobbies nada sociais e uma tendência ao isolamento. Não acho que nada disso sejam sintomas da depressão, mas não sou médica, sou paciente, então, minha opinião aqui é só quanto ao que eu sinto mesmo. Mas pode ser que por ser assim, eu tenha sido uma presa mais fácil pra depressão.

Junte-se a isso, um ambiente de trabalho hostil, com um superior que incitava a competição desnecessária entre os colegas, a pressão por desempenho acima dos níveis humanos de tolerância, um chefe que berrava com os funcionários até mesmo diante de clientes e que debochava diante dos erros. Além disso, havia a hostilidade entre colegas, que achavam que eu queria lhes puxar o tapete, ao compartilhar a mesma função ou outros que estimulavam esse tipo de sentimento, por meio de fofocas, provocando meu isolamento até das atividades extra-escritório. Em uma situação financeira pessoal difícil e uma situação econômica desfavorável no país, somando-se ao fato de pelo tempo de contrato ser praticamente impossível encontrar um salário semelhante em outro lugar, virei uma panela de pressão e fui parar no consultório do médico, entupida de remédios e em frangalhos.

Porém, até que isso chegasse ao extremo do afastamento e posterior demissão (libertação), eu comecei a desmoronar por dentro. Não conseguia enxergar uma saída pra situação com as tais colegas que me prejudicavam até com o convívio social com os demais, com os superiores não havia – tanto – espaço para dizer o que eles não gostariam de ouvir, nem o menor interesse em cooperar para que a situação melhorasse. Mas mais do que ficar contando e relembrando o que levou a tudo isso, o foco aqui é mostrar como as pessoas lidaram com essa situação.

Cansei de ouvir que eu precisava sorrir, que eu não podia me entregar, que eu precisava ser forte… Gente, pelo amor que vocês tem em vocês mesmos, parem de falar besteiras. Eu queria morrer quando as pessoas vinham me falar que eu tinha milhares de motivos pra ser feliz, que todo emprego seria a mesma porcaria, que eu estava melhor que muita gente. Sério, pessoal. Isso não ajuda em nada.

Eu vivi quase dois anos só chorando? Claro que não. Eu tinha muitos momentos de descontração, mas isso não mudava a situação global em que eu estava enfiada até o último fio de cabelo. Sair com os amigos, beber, dar risada, compartilhar bobeiras do twitter não eram um sinal de que o conselho dessa gente tinha dado certo e que eu enfim estava melhorando. Vocês acham que o humor negro saiu de onde? De ver o lado cômico da desgraça, mas a desgraça está ali e por mais que estejamos rindo, ELA ESTÁ ALI. Por isso que tanta gente acaba comentando: “Mas, Fulano??? Nunca imaginei que ele tivesse depressão! Sempre tão pra cima!!” Pois é.

Quando me diziam que eu tinha que ser forte eu tinha vontade de pegar o mundo inteiro que estava desabando na minha cabeça e jogar em cima dessas pessoas, pra ver se todas elas juntas dariam conta de segurar o que eu estava enfrentando sozinha. Eu já estava sendo forte, eu já estava usando todas as minhas forças existentes nesse organismo aqui pra tirar as cobertas de cima de mim, levantar da cama de manhã e me arrastar seja pro trabalho, enquanto ainda estava lá, seja pra qualquer compromisso com a minha mãe, quando ela sabiamente não me deixou passar mais do que algumas horas sozinha em casa durante meus dias mais difíceis.

Tudo o que poderia ser considerado forças já estava esgotado em simplesmente ficar de pé e qualquer esforço extra que me exigissem era capaz de me fazer desabar imediatamente. Por isso, se você está diante de alguém que está em frangalhos, saiba que aquilo é toda a força que aquela pessoa tem. Exigir mais é provocar mais sofrimento.

Tá, mas e aí? Bem, não pensei em me suicidar, mas não acharia nenhum absurdo se o teto desabasse sobre a minha cabeça, se eu fosse atropelada por um caminhão, atacada por um pit bull ou algo assim. Entende? Ao mesmo tempo em que algo dos meus princípios ficou intacto e não me permitiu atentar contra a minha vida, isso não me impediu de descuidar de mim mesma e de cometer excessos, nem de deixar de me importar caso algo me acontecesse.

Ao longo do processo, tive acompanhamento de psiquiatra e psicólogo e o suporte da família e de alguns amigos. Foi difícil? Pra caramba. Tanto pelos efeitos do remédio, que não eram sempre os melhores, como pelo processo terapêutico de lidar com tanta coisa que eu precisava, na terapia. Mas isso só teve o efeito rápido que teve – um ano, mais ou menos, até eu deixar os tratamentos e me sentir oficialmente preparada para enfrentar o mundo de novo – porque eu tive o apoio de pessoas que souberam ouvir o que eu tinha a dizer, fizesse ou não sentido para elas, sem tentar me dar uma solução enlatada para o que eu estava passando.

O melhor de ter contado com esse apoio foi não precisar me explicar, poder chorar quando necessário, poder ficar em silêncio e saber que havia pra onde correr. Eu ainda lido com a depressão. Isso não é uma gripe que dura uma semana e vai embora. infelizmente eu tenho que ficar atenta constantemente, alerta para os sintomas, para os gatilhos que poderiam me fazer descer aquela espiral de dor e sofrimento novamente. Mas hoje eu me respeito muito mais.

Respeito meus limites quando diante de uma rejeição, sei preservar quem eu sou e não me humilho mais para ser aceita no grupo. Às vezes, sair é a melhor forma de preservar a própria integridade e alguma amizade.

Respeito meu sono quando ele vem descontrolado, mas não me deixo hibernar mais, como forma de fugir das responsabilidades. Respeito meus limites quando faço apenas os exercícios que aguento na academia, sem me acomodar e não avançar os limites que eu sei que consigo.

Respeito minha integridade mental, quando não me submeto gratuitamente a reuniões de família em que haverá mais pressão psicológica do que uma comunhão fraternal, mesmo não tendo deixado de amar ninguém, mesmo à distância. Aprendi que é mais importante cuidar de mim primeiro, para depois dar conta de cuidar de outros.

Por isso, se você tem que lidar com alguém que está enfrentando a depressão, por favor, seja um apoio, seja a ajuda que a pessoa precisa e não simplesmente uma ajuda que vá limpar a sua própria consciência de pelo menos ter feito algo. Seja alguém com quem o doente possa contar, mas não tente fazê-lo seguir seu exemplo de sucesso, sua fórmula mágica. Aponte caminhos, mas esteja disposto a andar de braços dados com essa pessoa, no ritmo dela, até a solução do problema. Deixe chorar, deixe falar, deixe calar. Dê chocolates, dê apoio e não encha o saco. Simplesmente esteja ali. Talvez assim, a pessoa se sinta mais à vontade pra ser ajudada por você.

Quando três amigos de Jó, Elifaz, de Temã, Bildade, de Suá, e Zofar, de Naamate, souberam de todos os males que o haviam atingido, saíram, cada um da sua região, e combinaram encontrar-se para mostrar solidariedade a Jó e consolá-lo. Quando o viram à distância, mal puderam reconhecê-lo e começaram a chorar em alta voz. Cada um deles rasgou o manto e colocou terra sobre a cabeça. Depois se assentaram no chão com ele, durante sete dias e sete noites. Ninguém lhe disse uma palavra, pois viam como era grande o seu sofrimento. – Jó 2:11-13

Se você escreveu algum post no seu blog com o relato de sua luta com a depressão, pode colocar o link preenchendo o formulário abaixo. Vamos colaborar para a conscientização sobre a depressão!

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Convicções Religiosas – o que eu penso sobre o que eu creio

Em um grupo de que participo, com blogueiros estrangeiros, há uma série de dicas e sugestões de escrita e alguns temas para nos estimular a escrever. Os “prompts”, ou temas usados como gatilho para estes exercícios são divididos por temas e o do mês de setembro é opinião. O tema escolhido para hoje é: Você tem opiniões fortes? Conte-nos sobre uma delas. Por isso, resolvi falar sobre as minhas convicções religiosas.

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Em um primeiro momento, eu pensei em escrever uma lista de coisas sobre as quais tenho opiniões fortes, pois embora eu demore pra ter uma opinião formada sobre algumas coisas, assim que me convenço, é complicado me fazer mudar de ideia. Não sou inflexível e aceito mudar de opinião, mas o argumento precisa me convencer de verdade.

Mas, para seguir o exercício do jeito certo, tenho que escolher apenas uma delas, então resolvi falar sobre a minha convicção religiosa e as opiniões fortes que tenho a esse respeito. Sou cristã, protestante, recentemente ingressei em uma igreja presbiteriana e gosto muito de estudar temas relacionados à teologia, ainda que apenas em casa, baseando-me em artigos de blogs confiáveis. Vou à igreja desde criancinha, com algumas pausas entre uma igreja e outra, pois, justamente por minhas opiniões a respeito de alguns assuntos, acabei mudando de uma para outra até chegar onde estou hoje. Ao longo de todo este caminho, foi possível formar algumas opiniões que, por mais que eu não entre mais em debates para defender, não vou mudar por ouvir quem pensa de forma diferente.

Como a ideia inicial era fazer uma lista, trouxe este formato pra cá e, dentro do tema “convicções religiosas”, vou listar as principais.

  1. A Bíblia é a Palavra de Deus: Embora muitos amigos tenham a mesma convicção que eu, tenho muitos outros que pensam diferente. Alguns acham que é um livro de mitos, outros acham que é apenas mais um livro religioso, outros um compilado de histórias com lições de moral. Para mim, é o livro onde está revelado o propósito de Deus para a vida do ser humano, desde o relato da criação, a queda do homem, o plano estabelecido para a sua redenção e as profecias relacionadas à consumação deste plano no futuro. É o ápice da revelação de Deus, que já havia se revelado de outras formas, e que agora já está completa. Claro que esta não é uma definição técnica nem acadêmica, mas já expressa a minha opinião sobre a Bíblia e sua importância para mim. Já tive conversas com amigos e professores, inclusive na época da faculdade, que tentaram me dissuadir de acreditar nela, mas nunca conseguiram. Esse é o tipo de coisa que já está bem enraizada em mim e é uma opinião bem forte!
  2. Monergismo: Eu poderia ter escrito Calvinismo? Poderia, mas vamos ser justos. Embora eu tenha encontrado os e-books das Institutas e tenha começado a ler o primeiro volume, ainda estou nos primeiros capítulos. Não posso afirmar com todas as letras e uma fortíssima convicção que concordo com toda a maneira de pensar de Calvino. O que eu posso dizer, e vou fazer sempre, é que sou monergista no que se refere à questão da salvação do homem. Ou seja, eu creio que no que diz respeito à salvação, Deus é quem faz tudo, sem deixar nada para o ser humano, ou seja, é uma obra 100% de Deus sem nenhuma participação do ser humano, nem mesmo em relação à sua vontade. Esse tema foi algo que eu demorei quase a vida toda até agora pra entender, mas uma vez que isso tudo fez sentido na minha cabeça, não consigo pensar de outra forma. A convicção, nesse caso, se tornou tão forte, que já resultou em algumas discussões – umas produtivas e outras totalmente horríveis e que me magoaram muito – mas sempre que me perguntarem o que eu penso, vou ter que correr o risco!
  3. Não existem apóstolos hoje: Mais uma daquelas opiniões fortes que não soam muito bem aos ouvidos de algumas pessoas que eu conheço. Na minha opinião, para ser um apóstolo, a pessoa deve ter sido chamada diretamente por Jesus Cristo, ter sido testemunhas oculares da sua morte e ressurreição, ter recebido ensinamentos diretamente de Jesus. O que leva a uma opinião forte dentro dessa opinião, que é a de que os apóstolos de hoje em dia (sei lá quantos mil só no Brasil) não são apóstolos verdadeiros.
  4. É importante estudar teologia: a ideia não é todo mundo se enfiar num seminário, nem fazer trezentos cursos de matérias apenas teóricas. O que eu acho essencial é estudar os fundamentos da fé, os princípios de interpretação bíblica, as principais histórias bíblicas e os temas essenciais para a fé cristã. Ler bons livros escritos por pastores, teólogos, ter curiosidade e se aprofundar no estudo de passagens mais difíceis é importante não só pra fortalecer a nossa fé, mas também para sabermos falar sobre o que cremos.

Bom, essas são algumas coisas que eu acho muito importantes, relacionadas ao que eu creio. Não são todas, até porque há coisas que eu deixei de mencionar aqui e que são igualmente essenciais para mim. Mas só por estes que listei já dá pra ter uma ideia. Recentemente eu acabei me desvinculando de algumas instituições, que inicialmente eu apoiava e igualmente defendia, mas que com algum estudo, acabei formando uma convicção diferente e hoje tenho um pensamento bem mais consolidado – e contrário a essas instituições. Por isso, há uma série de pensamentos e opiniões que, embora fortes, ainda estão muito recentes e eu prefiro deixar pra falar sobre elas depois que a poeira baixar um pouco.

Mas, agora quero saber de você. Você tem opiniões fortes? Conte-me sobre uma delas. Ou então fale sobre o que eu escrevi, mantendo aquele princípio básico do respeito à minha crença, ok? Vai ser ótimo interagir com você aqui.

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Setembro Amarelo – Uma campanha de prevenção ao suicídio

Você já deve ter visto em alguns sites ou páginas no Facebook, a campanha chamada Setembro Amarelo. Neste mês, se promove a conscientização da prevenção ao suicídio e as causas que levam a isso. Essa campanha começou em 2014, com o apoio de diversas instituições no Brasil e no mundo, tendo como foco o dia 10 de setembro, que é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Você pode saber um pouco mais sobre a campanha no site oficial.

Segundo o site da campanha, o número de vítimas de suicídio tem crescido no Brasil, chegando a 32 por dia. Essa taxa é maior do que as vítimas de doenças como AIDS ou câncer e, segundo a Organização Mundial de Saúde, poderia ser bem menor, se o assunto não fosse considerado um tabu, e cujas causas são muitas vezes escondidas, por medo ou vergonha de se falar abertamente sobre isso.

Não que seja fácil falar sobre o assunto, tanto pra quem convive com alguém que dá estes sinais quanto pra própria pessoa que está sofrendo com eles. Uma campanha desse tipo ajuda a quebrar os preconceitos, a remover os estigmas ao redor das pessoas e promove uma discussão proveitosa. Talvez, se mais gente começar a falar no assunto, outras que se sentem mais fechadas podem sentir mais liberdade para falar sobre suas experiências e sentimentos e isso pode ajudar a reverter essa estatística.

Como passei por um tratamento de depressão no ano passado, vou falar em um post próximo sobre o que vivi e o que tudo isso deixou pra mim. O fato de ter podido conversar sobre o que eu sentia me ajudou a estar aqui participando dessa campanha. Por isso, aproveite a oportunidade pra falar, seja aqui, seja em seu próprio blog (deixe o link pra eu ler), seja com quem você conhece, em uma mesa de bar, mas FALE.

Ao longo do mês, vou tratar deste tema em outros posts, então, você terá várias oportunidades de se manifestar. Aproveite e faça parte também desta iniciativa tão legal e ajude outras pessoas, espalhando amor e compreensão à sua volta!

Caso você tenha um blog, lá tem alguns banners que você pode usar para ajudar a divulgar a causa, como esse aqui:

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E se você já escreveu sobre o assunto, pode colocar o seu link aqui, preenchendo o formulário abaixo.