Essa música é de uma das bandas de música cristã contemporânea que eu mais tenho ouvido ultimamente. Gosto muito das letras, porque me fazem pensar em muita coisa sobre a vida e sobre a fé e isso é o que eu normalmente busco quando estou escolhendo o que ouvir no Spotify. É verdade que eu acabo ouvindo quase sempre as mesmas, durante um tempo e, depois, quando volto a ouvir, sempre lembro de pessoas, fases, eventos. Mas quando me bate aquela vontade de conhecer músicas novas eu coloco o player no aleatório e acabo esbarrando em coisa boa. Foi assim com Somewhere in the Middle.
A música é do álbum The Altar and the Door, de 2007, antiguinha, mas ao longo dos posts sobre música vocês vão notar que eu sou bem nostálgica quanto a isso. Você pode acessar a playlist de músicas analisadas do blog aqui, segui-la e sempre que tiver coisa nova, acompanhar por lá também. A letra vai estar no final do post.
Quando ouvi essa música prestando atenção na letra pela primeira vez, a ideia central da música ficou bem clara. Ela é repetida ao longo das estrofes e do refrão, e me levou a pensar sobre meu comportamento em relação ao que me acontece. O fato de estar sempre presa entre duas situações ou decisões, que é o dilema constante de todo ser humano. Escolhas. Mas quando estamos presos entre duas opções, em algum lugar no meio disso tudo, Deus vai nos encontrar. As figuras que ele traz, em frases comparativas, são emblemáticas e nos ajudam a enxergar o que ele quer transmitir.
Claro que eu sei que Deus está comigo, mas escolher nem sempre é fácil, principalmente quando não se está entre o certo ou o errado ou entre o bom ou o ruim. É mais difícil quando estamos entre dois caminhos possíveis.
Em determinadas situações, estar parado entre as duas opções é que é a coisa errada. É preciso escolher um lado, posicionar-se, dar a cara a tapa e arcar com as consequências disso. Ficar em cima do muro, tentando servir aos dois lados é bem mais prejudicial. É preciso escolher entre ser frio e ser quente. Morno não é uma opção.
Há ainda, um contraste bem grande entre o que eu era quando a caminhada começou e quem eu sou hoje. Assim como um rio nunca é sempre o mesmo rio, porque a água que estava ali num dia, não é a mesma que está ali hoje, não somos os mesmos. É um processo contínuo e, nesse caso, até o fim, estaremos presos entre o que fomos um dia e o que estamos caminhando para ser. Sou bem ansiosa, então, pensar na vida como um processo, um caminho não concluído é algo que me frustra às vezes, porque eu queria ver alguns resultados que demoram para aparecer. Preciso aprender a olhar pra trás e ver o que já consegui até aqui.
Aprender a ser coerente com o que sinto é bem necessário. Não que eu não seja assim na maior parte do tempo, mas sempre há aquelas situações que nos colocam o dilema entre fazer o que achamos certo e manter a política da boa vizinhança.
E o principal, creio, aprender a submeter os meus planos à vontade de Deus, pois em várias ocasiões, o que quero nem sempre se concretiza justamente por estar fora do que Deus determinou. E isso me deixa, a princípio, bem frustrada. Na maior parte do tempo, precisamos aprender a ter paz com o que já temos, ao invés de querer sempre mais.
Nós sabemos que ele está conosco o tempo todo, e que por mais difícil que seja a escolha, não passaremos por isso sozinhos. Mas sempre tentamos nos manter no meio, equilibrando situações opostas, nos desgastando e ficando sempre com o pior dos dois mundos. Exatamente o oposto do que queremos.
Enquanto ainda estamos em território seguro, temos coragem, nos gabamos de nossas conquistas e desbravamos o mundo que está do lado de dentro da cerquinha branca do quintal de casa. Mas quando somos obrigados a crescer e ir além dos limites do nosso mundo conhecido, mergulhar em uma realidade totalmente diferente, as nossas decisões deverão ser tomadas fora de um ambiente à prova de falhas. Nessa hora, precisamos nos soltar das nossas certezas, para só assim conseguimos nos render inteiramente a Cristo e sua vontade.
Nós tentamos ir até o limite da nossa própria segurança, porque por mais que queiramos nos submeter ao Senhor, somos teimosos demais pra abrir mão das nossas certezas. Isso me diz que não amamos a Deus como deveríamos, pois não o colocamos como única opção pra nós e sempre tentamos conciliar nosso serviço a Ele com o serviço aos nossos próprios caprichos. E essa é a principal lição que devemos aprender.
Somewhere in the middle – Letra
Somewhere between the hot and the cold
Somewhere between the new and the old
Somewhere between who I am and who I used to be
Somewhere in the middle, You’ll find me
Somewhere between the wrong and the right
Somewhere between the darkness and the light
Somewhere between who I was and who You’re making me
Somewhere in the middle, You’ll find me
Just how close can I get, Lord, to my surrender without losing all control
Fearless warriors in a picket fence, reckless abandon wrapped in common sense
Deep water faith in the shallow end and we are caught in the middle
With eyes wide open to the differences, the God we want and the God who is
But will we trade our dreams for His or are we caught in the middle
Are we caught in the middle
Somewhere between my heart and my hands
Somewhere between my faith and my plans
Somewhere between the safety of the boat and the crashing waves
Somewhere between a whisper and a roar
Somewhere between the altar and the door
Somewhere between contented peace and always wanting more
Somewhere in the middle You’ll find me
Just how close can I get, Lord, to my surrender without losing all control
Lord, I feel You in this place and I know You’re by my side
Loving me even on these nights when I’m caught in the middle