Publicado em Dicas, Livros

Como estabelecer uma meta de leitura inteligente

Todo começo de ano nós gostamos de estabelecer algumas metas ou resoluções. Com o passar do tempo eu aprendi a estabelecer metas de leitura mais inteligentes e possíveis de serem alcançadas. Elas não só me ajudam a manter esse hábito que me faz bem mas também a encarar leituras que costumo adiar.

Estabelecer uma meta de leitura para o ano precisa considerar alguns detalhes: o tempo que você tem disponível, os livros que você quer ler e uma divisão racional entre eles. Também é importante conseguir medir seu progresso e avaliar se está avançando ao longo do tempo.

Como estabelecer uma meta de leitura?

A primeira coisa que você precisa ter em mente é que a meta é sua e deve refletir a sua realidade e a sua intenção ao estabelecê-la. Quem tem uma rotina apertada, como a minha, não vai conseguir ler a mesma quantidade de páginas de um adolescente que ainda não trabalha nem tem tantas obrigações curriculares. Conheça sua realidade e trabalhe a partir dela.

Ler é um hábito e para instituí-lo ou mantê-lo a constância é melhor do que a quantidade.

Vamos por a mão na massa?

Primeiro, saiba quanto tempo você tem. Vou me usar como exemplo ao longo do texto para você conseguir visualizar o que eu quero dizer. Embora minha rotina seja corrida, eu tenho pelo menos 15 minutos por dia. E já medi minha velocidade de leitura para saber que consigo ler em média 15 páginas nesse tempo.

Com esse número, eu cheguei à minha meta anual de 18 livros, que representa cerca de 5400 páginas (eu sei que consigo, pois no ano passado eu li quase 5 mil páginas, conforme o registro do Skoob). Embora seja um número baixo para o meu eu adolescente, esse é um objetivo que eu consigo cumprir. Lembre-se que no caso da meta de leitura, seu foco é a constância e não desanimar. Ainda que a meta seja baixa, se ela te mantém caminhando, é o que importa.

Vamos avaliar a meta que escolhemos?

Escolhida a sua meta inicial, vamos avaliá-la segundo um dos critérios mais legais que aprendi quando trabalhei em uma multinacional, lá em 2017: o sistema SMART. Smart significa inteligente em inglês e, além desse significado ser muito importante para a definição de metas, cada letra representa um critério que vamos usar para estabelecer as nossas metas de forma adequada.

Vamos saber mais, então, sobre o que essas metas significam e como aplicar esses conceitos ao estabelecer metas inteligentes de leitura para 2023. De novo, vou usar o raciocínio que eu usei para definir a minha meta pessoal, para você visualizar e conseguir adaptar para a sua realidade.

Specific = Específico

Uma meta precisa ser específica. Isso significa que dizer simplesmente “Eu queria ler mais” não é estabelecer uma meta. É só expressar um desejo com o qual não estamos nos comprometendo com seriedade. Uma meta específica permite que você crie um plano de ação para colocá-la em prática e, consequentemente, atinja melhores resultados. Assim, uma meta específica seria: Eu vou ler 18 livros até o final do ano. A partir desse número você consegue definir quais livros vai ler (se quiser definir a lista), quantas páginas por dia ou quanto tempo vai precisar dedicar a esse hábito.

Measurable = Mensurável

Como eu disse antes, só dizer que vai ler mais não é bem uma meta. “Mais” é um termo amplo, que nem sempre vai te ajudar a ter constância ou a se desafiar quando o desânimo bater. Quando temos um alvo, é mais fácil definir o caminho a seguir e como vamos fazer para chegar onde queremos. Então, uma meta precisa ter um elemento que te permita medir seu progresso, para saber quanto você está se aproximando do seu objetivo ao longo do tempo.

Exemplos de metas mensuráveis possíveis:

  • 15 páginas por dia
  • um livro por mês
  • quinze minutos por dia
  • um capítulo por dia
  • 70 páginas por semana

As quantidades e as periodicidades variam conforme o seu objetivo, mas agora você já sabe que precisa ter uma forma de “medir” seu avanço no cumprimento dessa meta.

Attainable = Atingível

Se eu colocar na minha meta de leitura que quero ler 100 livros esse ano, eu vou chegar em dezembro frustrada. Já faz muito tempo que não passo de 50 livros por ano e a vez que eu cheguei mais longe foram 63 livros em 2015. Minha realidade hoje está mais perto de 30 (que eu quase alcancei ano passado) e sendo menos exigente ainda, 20. Não sei qual a sua realidade, mas minha média dos últimos anos me levaria a escolher uma meta de 24. Entretanto, minha meta profissional vai me fazer dedicar mais tempo ao trabalho em determinados dias, o que me fez baixar minha meta pessoal para 18. É pouco desafiadora para muitos amigos meus e parece uma loucura para outros, mas esse número eu sei que posso alcançar.

A ideia de ter uma meta de leitura não é aquela meta infinita, do mundo corporativo, que parece que nunca vamos bater e que sempre nos leva ao limite. A intenção é manter o ritmo constante e mostrar que, mesmo com pouco tempo, dá para avançar em entretenimento e em conhecimento.

Relevant = Relevante

Uma meta relevante é aquela que causa um impacto importante no que estamos buscando. VOu dar alguns exemplos da minha vida de leitura que podem te ajudar a definir a sua meta. No ano passado eu queria ler como forma de entretenimento, como sempre, mas queria encarar alguns livros que vinha adiando. Por isso eu fiz uma lista de clássicos e uma lista de livros de teologia que queria ler. Não li todos os que estavam na lista, mas certamente o ano passado foi o que eu mais li clássicos. Li quatro obras da Jane Austen e quero levar o desafio dos clássicos para esse ano, pois foi uma experiência em que aprendi muito e que me fez crescer muito como leitora e como escritora.

No seu caso, você pode definir um objetivo para a leitura. Se quiser conhecer mais sobre um assunto ou escolher gêneros e autores específicos, fica a seu critério. Alguns exemplos que podem te ajudar:

  • um clássico por mês
  • um livro da minha estante (que comprei e não li ainda) por mês
  • os cinco livros da série Percy Jackson e os Olimpianos esse ano
  • um livro de romance contemporâneo por mês

Time-based = Temporal

Aqui está o critério que vai te ajudar a ter um objetivo e também a estabelecer os marcos de avaliação da sua meta. Como assim? Explico. A meta tem que ter um período de tempo. Se eu disser que vou ler 18 livros, por exemplo, mas não disser até quanto, posso arrastar essa meta por anos e anos e isso não vai representar uma meta de leitura. Agora, se eu digo que vou ler 18 livros em um ano, eu já consigo determinar as “mini-metas” de quanto eu vou ler por mês, por semana e por dia. Fica mais organizado, mais fácil de visualizar o progresso e de saber, ao final do período todo (um ano), se eu bati a meta, se eu passei ou se cheguei perto.

Agora vamos juntar tudo?

Depois de conhecer cada critério, conseguimos estabelecer uma meta inteligente de leitura para 2023.

Temos:

Em 2023 (temporal) eu quero ler 18 livros (específico), dedicando-me cerca de 15 minutos (alcançável) para ler 15 páginas por dia (mensurável) e distribuindo essas leituras em 6 livros de teologia, 6 livros clássicos e 6 romances contemporâneos (relevante para os meus objetivos pessoais).

Agora é a sua vez. Para ajudar, siga esse padrão aqui:

Em 2023 eu quero ler _____ livros, dedicando-me cerca de _____ minutos para ler _____ páginas por dia e distribuindo essas leituras em ______________(descreva aqui os livros ou tipos de livros que quer ler até o final do ano).

Deu certo? Ficou com alguma dúvida ou tem algum comentário? Conta pra mim, que eu te ajudo no que for possível. Bora ler!

Publicado em Livros, Reflexões, Resenha

Reflexões - Cartas de Um Diabo Ao Seu Aprendiz #2

O texto de hoje é uma reflexão na segunda carta do livro Cartas de Um Diabo Ao Seu Aprendiz, de C. S. Lewis. No post anterior eu explico um pouco sobre como estamos fazendo essa leitura, a sinopse do livro e trago as reflexões sobre a primeira carta.

Nesta carta, o tema central é a relação do paciente de Vermelindo com a igreja que ele começou a frequentar. Maldanado, o demônio sênior que orienta seu sobrinho nas atividades de um tentador, explica as principais estratégias usadas pelo inferno para desestimular os cristãos em relação à sua igreja local.

Seu foco está em manter os olhos do paciente, assim como vimos no post anterior, em temas superficiais. Quanto mais os olhos do ser humano estiver sobre as coisas terrenas, melhor para Maldanado e para Vermelindo. E, ao mesmo tempo, ele quer que Vermelindo distraia seu paciente a ponto de ele nem mesmo cogitar que a igreja invisível segue triunfante, expandindo-se no tempo e no espaço.

Maldanado quer que Vermelindo explore o fato de que o novo convertido tem um ideal de cristão em sua mente, por não estar em uma igreja tempo suficiente. Ele sugere que seu sobrinho trabalhe na decepção desse paciente sobre essa percepção nas primeiras semanas de conversão. A decepção é um choque de realidade, pois nos despoja do conceito ideal sobre as pessoas e nos colocar diante de pessoas reais. Por outro lado, a estratégia diabólica é nos fazer olhar a hipocrisia alheia enquanto evitamos olhar a sua própria.

Esta carta traz uma reflexão importante sobre o convívio das pessoas na igreja local e toca profundamente em questões pelas quais todos nós passamos, se ficamos tempo suficiente ali.

Há casos de abuso emocional e espiritual causado por relacionamentos nas igrejas, ainda mais envolvendo estruturas hierárquicas na instituição. Muitas vezes caímos nesse tipo de relação abusiva, pois acreditamos que por estarem numa igreja as pessoas estão curadas e são maduras. Mas nós, muitas vezes, não estamos. Como podemos esperar isso dos outros? É claro que o abuso é um comportamento errado e deve ser punido. Nosso papel é ter cautela ao fazer amizades para não nos machucarmos demais.

Há infinitas situações em que pessoas são excluídas de grupos, pelos motivos mais diversos. Costumamos ver a igreja como a “família sem qualquer falsidade e vivendo a verdade unida em amor”, mas quando convivemos as coisas são bem diferentes. As pessoas às vezes não agem como deveriam nem se importam conosco. Nós também somos assim, se pensarmos bem sobre nossas ações.

Também existe a famosa fofoca, que faz suas vítimas no mundo inteiro e não tem o menor preconceito quanto ao local onde está se espalhando. As decepções que podemos ter com seres humanos dentro da igreja formam uma lista imensa que eu poderia passar horas escrevendo aqui. A ideia do texto não é essa.

A carta tem uma função que é nos mostrar que devemos estar atentos para o que criticamos nas outras pessoas. Devemos prestar muita atenção se não estamos exigindo delas uma perfeição que é impossível que tenha, ou as medindo com padrões que nem nós mesmos ainda alcançamos. É claro que isso não significa que estamos com o passe livre para julgar todos aqueles que cometem um pecado do qual conseguimos nos livrar ou que não é nosso tipo de tentação, certo?

É fato que normalmente ignoramos nossa própria hipocrisia quanto aos outros na igreja e esperamos que eles sejam e façam aquilo que nos agrada, mas sem nenhuma ação nossa em retorno. O problema que enxergamos nos outros está em nós também. Por que não começar a lidar com o nosso pecado antes de questionar o alheio?

Publicado em Livros, Reflexões, Resenha

Reflexões - Cartas de Um Diabo Ao Seu Aprendiz #1

O grupo de leitura do qual participo está começando a leitura de mais um livro. O escolhido da vez é Cartas de Um Diabo Ao Seu Aprendiz, de C. S. Lewis e publicado pela editora Thomas Nelson Brasil.

Irônica, astuta, irreverente. Assim pode ser descrita esta obra-prima de C.S. Lewis, dedicada a seu amigo J.R.R. Tolkien. Um clássico da literatura cristã, este retrato satírico da vida humana, feito pelo ponto de vista do diabo, tem divertido milhões de leitores desde sua primeira publicação, na década de 1940; agora com novo projeto gráfico, tradução atual e capa dura.

Cartas de um Diabo a seu Aprendiz é a correspondência ao mesmo tempo cômica, séria e original entre um diabo e seu sobrinho aprendiz. Revelando uma personalidade mais espirituosa, Lewis apresenta nesta obra a mais envolvente narrativa já escrita sobre tentações — e a superação delas.

Nosso grupo está se propondo a ler essa obra de maneira mais lenta e bastante criteriosa, para estudar os temas tratados por Lewis em cada uma delas. O material é simples e tem um certo humor. Apesar disso, é de grande relevância para refletirmos sobre nosso comportamento em relação a Deus, sua Palavra e as nossas relações interpessoais na família, no trabalho e na igreja.

Nossa primeira sessão abrangeu a primeira carta. Já pudemos ter um gostinho de como serão as próximas reuniões, pois ficamos por mais de uma hora conversando, sem esgotar os assuntos que poderíamos tratar.

Nesse primeiro texto Lewis nos apresenta aos personagens envolvidos nas correspondências que leremos ao longo das trinta e uma cartas do livro. Maldanado é um demônio sênior que escreve as cartas para orientar o trabalho de seu sobrinho Vermelindo, um demônio júnior, em afastar os seus pacientes do Inimigo.

Ao longo do livro vamos acompanhar o trabalho de Vermelindo quanto a um paciente específico. Cada carta trata de vários assuntos. Meu propósito para escrever uma série e não só a resenha do livro após a leitura foi registrar a reflexão sobre os temas que mais me chamaram a atenção em cada sessão dos nossos estudos.

O tema que saltou aos olhos no primeiro texto foi a estratégia usada por Maldanado e que ele sugere ao seu sobrinho. Essa ação consiste em desviar a atenção do paciente dos assuntos que realmente importam e fazê-lo se concentrar naquilo que é imediato, físico e banal.

Segundo Maldanado, fazer os seres humanos pensarem é um risco enorme para o trabalho demoníaco. Ele declara que esse raciocínio promove o pensamento sobre temas sérios, que estão alojados em um âmbito do nosso ser ao qual os demônios não acessam, mas Deus sim.

O que nos ensinam ao longo da vida cristã, pelo menos para quem cresceu em contexto pentecostal e neopentecostal nos anos 90/2000, é o contrário disso. Alguns dizem que se somos cristãos, não precisamos nos envolver com a cultura ou com os temas da atualidade, mas apenas com os assuntos que importam à igreja. Por outro lado, há aqueles que dizem que estudar teologia demais pode nos afastar de Deus.

Para as mulheres a orientação é ainda mais perniciosa. Dizem alguns que se o nosso papel é servir no lar, não há necessidade de estudarmos para desenvolver atividades profissionais ou ter conhecimentos gerais. Outros dizem que se não podemos pregar na igreja, então o estudo teológico é dispensável para nós. Por isso é que vemos, de forma mais ostensiva, no caso de mulheres, um desestímulo quanto ao estudo, de forma bem disfarçada. Nossas programações eclesiásticas se resumem a planejar eventos, refeições e presentes para datas comemorativas. Nossas sociedades internas promovem encontros com comida e comunhão, trazem uma breve reflexão sobre temas do universo feminino e assim seguimos apartadas dos temas de interesse teológico comum.

Ao contrário do que somos normalmente ensinadas, o estudo e o raciocínio sobre o que cremos é o meio mais sólido para nos aproximarmos de Deus. Isso nos levará a uma fé robusta e que não vacila diante das dificuldades. Graças a Deus, estamos buscando mudar isso ao levantar esses temas para discussão entre mulheres, abordando a teologia de forma geral e não os temas especificamente “femininos”.

Maldanado traz alguns exemplos do que usa para distrair os seus pacientes destes assuntos sérios. Ele diz que para afastar as pessoas daquilo que realmente importa é só fazê-los se concentrar em suas necessidades físicas mais básicas e imediatas. É verdade que acabamos cedendo a elas em alguns momentos, como o sono, a preguiça e o que ele chama de “pressões do cotidiano”. Agora que estamos estudando o assunto a fundo, temos a oportunidade de trabalhar de maneira ativa para vencer essas investidas, priorizando as coisas certas. Nas próximas semanas, continuaremos acompanhando as cartas e os principais assuntos abordados. Você pode colaborar com esses textos, deixando as suas impressões nos comentários.

Publicado em Livros, Resenha

[Resenha] Álbum de Casamento – Nora Roberts

Blog da Ju - Álbum de Casamento

Título: Álbum de Casamento

Autora: Nora Roberts

Editora: Arqueiro

Ano: 2013

Páginas: 280

Quando crianças, as amigas Parker, Emma, Laurel e Mac adoravam fazer casamentos de mentirinha no jardim. E elas pensavam em todos os detalhes. Depois de anos dessa brincadeira, não é de surpreender que tenham fundado a Votos, uma empresa de organização de casamentos bem-sucedida. Mas, apesar de planejar e tornar real o dia perfeito para tantos casais, nenhuma delas teve no amor a mesma sorte que tem nos negócios. Até agora. Com várias capas de revistas de noivas no currículo, a fotógrafa Mac é especialista em captar os momentos de pura felicidade, mesmo que nunca os tenha experimentado em sua vida. Por causa da separação dos pais e de seu difícil relacionamento com eles, Mac não leva muita fé no amor. Por isso não entende o frio na barriga que sente ao reencontrar Carter Maguire, um colega de escola com o qual nunca falara direito. Carter definitivamente não é o seu tipo. Professor de inglês apaixonado pelo que faz, ele cita Shakespeare e usa paletó de tweed. Por causa de uma antiga quedinha por Mac, fica atrapalhado na frente dela, sem saber bem como agir e o que falar. E mesmo assim ela não consegue resistir ao seu charme. Agora Carter está disposto a ganhar o coração de Mac e convencê-la de que ela é capaz de criar suas próprias lembranças felizes.

O livro Álbum de Casamento é o primeiro da série Quarteto de Noivas, da Nora Roberts. É o primeiro que leio desta autora também. Sei que ela tem uma infinidade de livros publicados, mas por alguma razão eu ainda não havia lido. Comprei a série numa promoção e só esse ano consegui ler. Foi uma leitura rápida e muito agradável, que certamente me levará a ler outros livros dela.

A série tem como foco a história das amigas Mac, Parker, Emma e Laurel. As quatro sempre gostaram de casamento e sempre brincaram disso, na infância, até que, quando cresceram, formaram uma empresa de organização de casamentos. O primeiro livro, Álbum de casamento, narra a história de Mackensie Elliot, uma mulher que cresceu acreditando que o casamento era, na verdade, fadado ao fracasso. Apesar de trabalhar coo fotógrafa para registrar os melhores momentos do dia mais feliz da vida de tantas pessoas, ela mesma não se via trilhando o mesmo caminho.

Porém, um antigo conhecido da escola aparece de forma inusitada e acaba mexendo com as emoções de Mac. Ele é um daqueles mocinhos inesquecíveis, românticos e tímidos. Carter me conquistou desde o começo com seu jeito inseguro e ao mesmo tempo engraçado. Professor de inglês, apaixonado pelo que faz e pelos alunos, quer fazer o possível para conquistar Mac, sua paixão de adolescente. Mas esbarra em uma série de obstáculos emocionais de Mac.

Além de ter que lidar com Carter e toda a bagunça que sua vida se torna por conta disso, a mãe de Mac, Linda, três vezes divorciada e totalmente abusiva, tanto emocional como financeiramente, volta a assombrá-la, perturbando-a nos momentos mais inoportunos. Ela confere um ar bastante dramático à história, pois acaba revelando aspectos da história de Mac que se complicam sempre que o assunto é Carter.

O livro é narrado em terceira pessoa, mas na maior parte do tempo o foco é em Mac, ainda que em diversos momentos há o foco nos demais personagens. A história é uma delícia de se ler, daquelas que não conseguimos largar até o final e que conseguem arrancar algumas lágrimas. Exatamente o meu tipo de livro. Recomendo muito!

Publicado em Livros, Resenha

[Resenha] 9 Marcas de Uma Igreja Saudável – Mark Dever

9 marcas de uma igreja saudável

Título: 9 Marcas de Uma Igreja Saudável

Autor: Mark Dever

Editora: Fiel

Ano: 2007

Páginas: 312

O que constitui uma igreja saudável?

Uma grande congregação?

Estacionamento suficiente? Música vibrante?

Talvez você já leu obras sobre este assunto – mas não como esta. Nove Marcas de uma Igreja Saudável não é um manual de instrução para o crescimento de igrejas. É a recomendação de um pastor a respeito de como avaliar a saúde de sua igreja, usando nove qualidades negligenciadas por muitas das igrejas contemporâneas. Quer você seja líder, quer seja um membro envolvido no ministério de sua igreja, você pode cultivar essas qualidades em sua igreja, trazendo-lhe vida e nova saúde, para a glória de Deus.

O livro, que conheci na Conferência Fiel 2016, é uma leitura relativamente rápida. O título, em forma de lista, provavelmente remete o leitor a uma ideia de que o livro seja mais um daqueles manuais de como conseguir determinado resultado rapidamente. Entretanto, longe de ser um manual de estratégias e dicas de como colocar em prática um determinado modelo de igreja, a obra tem um enfoque totalmente diferente.

Mark Dever juntou, neste livro, reflexões e sermões pregados ao longo dos anos a respeito deste tema e, por isso, a leitura flui e se desenvolve como se estivéssemos ouvindo-o falar. Quem já assistiu alguma de suas palestras, ao vivo ou pelo YouTube, sabe que a clareza em expor suas ideias é uma marca de Mark Dever. Não é diferente com seu livro. Com frases curtas e objetivas, vocabulário simples e divisões dentro dos capítulos, chega-se diretamente ao ponto que se quer abordar e o leitor sente que seu tempo foi muito bem aproveitado.

Como bem destaca o autor em sua obra, o livro não busca esgotar o tema nas nove marcas, mas sim analisar estes nove aspectos que ele identificou como essenciais para que a saúde da igreja. Em cada um dos capítulos são exploradas estas características, demonstrando tanto a situação de uma igreja onde elas não estão presentes e fazendo o contraponto com exemplos em que podem ser reconhecidas. Além de exemplos práticos, o livro todo traz os fundamentos bíblicos para o que argumenta, descrevendo, várias vezes, o texto literal no corpo do livro, o que facilita bastante a leitura.

É um livro que serve muito bem tanto para quem está à frente de uma igreja quanto para quem quer, seja qual for a área de atuação, colaborar para sua melhora e crescimento, quanto para aqueles que pretendem identificar o nível de saúde do lugar onde estão. O livro traz alguns conselhos práticos sobre como atuar em algumas situações, mas o foco é em levar o leitor a refletir sobre cada um dos temas e buscar, dentro de seu contexto local, a melhor forma de colaborar com o corpo.

Foi o primeiro do Mark Dever que li e gostei muito. Em breve devo resenhar outro livro dele que estou lendo. Recomendo muito! Se você leu, vou gostar de saber o que você achou. Comente!

Publicado em Livros

NaNoWriMo – Vem escrever um livro em novembro!

Era pra eu ter escrito outra coisa, mas nos últimos dias ando tão empolgada com o NaNoWriMo, que não consigo pensar em outro assunto pra falar aqui. Mas afinal de contas, o que é NaNoWriMo, pra que serve, e qual o motivo pra isso me deixar tão animada? Vou contar pra vocês um pouco mais sobre o que é o desafio, minha participação nos anos anteriores e algumas outras coisas que passam pela minha cabeça – e pela minha timeline – sempre que o desafio se aproxima.

nanowrimo

NaNoWriMo é o desafio que acontece em novembro, no qual os participantes escrevem um livro de 50.000 palavras ao longo dos trinta dias do mês. A premissa principal é a de permitir uma intensa experiência criativa com o prêmio final de ter uma história escrita por nós. A competição não é entre os participantes, mas de cada um consigo mesmo. Isso gera uma comunidade de pessoas que se ajudam, dão dicas, animam, motivam e tornam a experiência muito mais agradável, além de promover várias amizades.

Se você mora nos EUA ou Canadá, além de cadastrar seu perfil e criar a página de seu livro no site deles, ainda poderá participar de encontros presenciais, os chamados Write In, em que as pessoas se juntam pra escrever em algum café. Aliás, café é um dos principais combustíveis pra esse desafio, já que muita gente acaba escrevendo em horários alternativos, devido às suas atividades diárias e a necessidade de um ambiente tranquilo para conseguir ouvir as vozes dos personagens.

Mas mesmo se você mora aqui no Brasil, em algumas capitais pode ser que consiga um evento desses. Se não for o seu caso, você pode se conectar aos companheiros de desafio pelo Twitter ou Facebook, na comunidade de brasileiros no site e, assim, combinar de escrever em um mesmo horário, pela internet. O chat da comunidade brasileira é muito movimentado em novembro.

Você vai precisar de uma ideia básica, se quiser escrever conforme a inspiração surja ao longo do mês, ou então de um roteiro da sua história, uma ficha básica para os personagens e toda pesquisa que quiser fazer antes de começar a escrever a história, se você prefere um planejamento mais detalhado para ter no que se apoiar quando a inspiração resolver ir embora.

Se você não tiver ideia de nada para escrever, siga o conselho do organizador do NaNoWriMo e comece a pensar em um personagem. Segundo o que ele diz, se você tem um personagem, consequentemente tem uma história, pois toda pessoa tem um conflito, algo que deseja e faz alguma coisa para alcançar este objetivo. Pronto, aí está a sua história! Para mais informações leia o livro No Plot? No Problem!

Para os dias em que o bloqueio criativo aparece, seja pelo cansaço, seja porque você está sendo crítico demais com você mesmo e se deixando levar por pensamentos negativos do tipo que dizem que seu texto é ruim, que não vai dar em nada e que você não é capaz de escrever um livro, pode recorrer aos sprints, que são períodos em que os participantes marcam um tempo determinado no relógio e escrevem o máximo de palavras que conseguirem, com ideias sugeridas pelo próprio site ou então apenas uma escrita livre. Pode ser que ao fim dessas brincadeiras, uma ideia genial surja e você tenha material suficiente para escrever bem mais do que imagina.

A meta diária para conseguir as 50.000 palavras é 1.667. Dependendo da sua velocidade de escrita você precisará de mais ou menos tempo. E, claro, se quiser escrever mais do que isso, fique à vontade! Você vai estar mais próximo de alcançar a sua meta.

Eu acho esse desafio incrível. Primeiro porque, mesmo que eu sempre tenha pensado em escrever um livro, as atividades do dia a dia e as preocupações sempre colocavam isso de lado e por muito tempo eu esqueci. Hoje em dia eu sempre me lembro que há mais uma chance para fazer isso em novembro e finalmente tirar uma coisa da minha lista de coisas que quero fazer na vida. Além disso, conheci gente legal demais na internet, tive ideias interessantes e desenvolvi outras áreas além desta, a partir do momento em que me permiti sonhar com a possibilidade de ganhar o desafio. Aprendi coisas pra caramba, sobre escrita, sobre a vida e sobre mim mesma, ao participar das comunidades de escrita.

Eu passei por diversas experiências. Desde ter uma ideia genial a não ter ideia nenhuma, de ser afetada pelas histórias que eu inventei e lembrar de detalhes de coisas pessoais que eu coloquei nas minhas histórias, ainda que curtas e inacabadas. Em alguns dias eu tinha ideias e virava a madrugada escrevendo, enquanto em outros só conseguia bater a meta diária usando os sprints e as ideias dos colegas. Apesar de ser muito crítica comigo mesma, procurava não ler o que eu escrevia nos dias anteriores, pra não sair corrigindo tudo.

O que posso dizer no NaNoWriMo é que no meu caso é uma experiência quase terapêutica. Talvez você que lê isso pode achar que eu estou exagerando, mas a verdade é que cada um tem uma visão do desafio e do que ele proporciona a si. Mas garanto que você vai encontrar muita gente que conseguiu realizar o sonho de escrever um livro, ou então, se sente realizado por ter conseguido cumprir o desafio e além disso, que se diverte horrores com um projeto que une milhares de pessoas ao redor do mundo.

Mesmo eu tendo falhado nos anos anteriores, seja por uma má escolha da história, seja por eventos que me deixaram pra trás na meta diária e me desanimaram, eu não desisto de participar. A animação das pessoas envolvidas, a atmosfera de desafio em torno do mês e a vontade de vencer meus próprios bloqueios e terminar o mês com uma história no papel ao invés de na cabeça, é algo que me empolga. E, claro, falar de café, de personagens que mudam os rumos que você definiu (sim, isso acontece, não me pergunte o porquê), de bloqueios e de coisas aleatórias enquanto deveríamos estar escrevendo nosso livro é parte da festa. SIM, É UMA FESTA!

E eu já estou entrando no clima, com capa de facebook, listas no twitter e participando de tudo que é evento relacionado ao NaNoWriMo internet afora. Haja calendário pra colocar tudo isso em ordem! Mas vale a pena a diversão e eu garanto que, se você participar, vai querer voltar todo ano.

Vem comigo?

Publicado em Livros

[Resenha] Deuses Falsos – Timothy Keller

Hoje quero indicar uma leitura que fiz recentemente. Como os dias andam corridos por aqui, com a maratona de exercícios na academia, a casa pra cuidar e os freelas que tem aparecido, a leitura infelizmente está ficando meio pra segundo plano. Mesmo que eu não esteja fazendo nada além de descansar à noite, não consegui me concentrar em nenhuma leitura nestes últimos dias, então ainda vai demorar um pouco pra eu conseguir trazer alguma resenha ou indicação de romances pra vocês.

Porém, na semana passada, eu concluí a leitura de um livro curtinho, mas bastante interessante, de um autor que eu só tinha ouvido falar até então, mas que gostei muito, tanto pelo tema relevante quanto pela escrita. Trata-se do Deuses Falsos, do Timothy Keller. O livro foi publicado pela Thomas Nelson Brasil. Como eu peguei o livro emprestado de um amigo, já o coloquei na minha lista de desejados, pois é do tipo que a gente deve reler de vez em quando.

Blog da Ju - Deuses Falsos - Timothy Keller

SINOPSE:

Em Deuses Falsos Timothy Keller pretende revelar porque depositamos nossa fé em falsas crenças que, mais tarde, se transformam em pequenos deuses a nos controlar, incapazes de nos dar aquilo de que realmente precisamos. Com esta obra, Keller se apresenta como um pensador crítico em uma época importante tanto para o cristão quanto para o cético; uma época em que nossa fé e nossos princípios precisam trilhar o mesmo caminho.

Saiba mais sobre o livro no site da Editora Thomas Nelson Brasil.

O livro trata da idolatria por uma abordagem um pouco diferente do que normalmente se fala em meios protestantes. Eu já cansei de ouvir sermões e palestras relacionadas a este assunto que ainda se prendem muito à divergência com os católicos e as imagens de sua devoção. Mas, de uns tempos pra cá, percebi que alguns pastores que eu acompanho começaram a tratar deste assunto sem entrar nessa questão e se aprofundando mais no conceito de idolatria, onde ela começa e em como ela afeta até mesmos os comportamentos de pessoas que se dizem totalmente contrárias ao comportamento de quem se curva diante de imagens de qualquer tipo.

Timothy Keller vem exatamente neste pensamento apresentar um conceito de idolatria bem mais abrangente. Ele nos ensina a identificar ídolos que podem se disfarçar de afeições ou preocupações legítimas, nos impedindo de enxergar nosso comportamento idólatra e o quanto Deus é posto de lado ou substituído em nosso coração. Trazendo exemplos de pessoas com quem ele teve contato em seu ministério pastoral, além de diversos exemplos bíblicos de pessoas que agiram conforme os ídolos de seu coração, Timothy Keller apresenta, além destes conceitos, as consequências deste estilo de vida e também os meios para desfazer os laços colocados por nossas paixões.

O livro é bem curto, mas a mensagem é poderosa e a leitura flui de forma bem rápida. Ainda assim, é do tipo de texto que se converte facilmente em um estudo para grupo, e principalmente em uma meditação devocional. Por isso mesmo, está na minha lista de futuras aquisições, e o nome do Timothy Keller na lista de autores que eu quero continuar a ler. Ele traz uma abordagem bastante atual do assunto, sem deixar de lado os princípios bíblicos e uma interpretação fiel das Escrituras. Assim como eu havia ouvido falar, é realmente um dos grandes autores cristãos atuais.

Você já conhecia esta obra, ou já leu algum livro do Timothy Keller que gostaria de me recomendar? O que achou?