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[Resenha] Redimindo o Seu Tempo – Jordan Raynor

Título: Redimindo o seu tempo: Sete princípios bíblicos para ser intencional, presente e extremamente produtivo

Autor: Jordan Raynor

Editora: Pilgrim

Ano: 2022

Páginas: 299

Sinopse: Como administrar o meu tempo? Como ser mais produtivo? Como honrar e glorificar a Deus em meio a tantas atividades? Como ter equilíbrio entre os afazeres e o tempo? Todas essas questões perpassam a nossa mente ao longo da vida. Administrar os nossos recursos da melhor maneira possível para a honra e glória de Deus é um grande desafio. Mas devemos encará-lo! Em seu novo livro, o escritor e empreendedor norte-americano, Jordan Raynor, nos ensina como Jesus geriu o seu tempo na terra e como podemos segui-Lo em questões básicas dos nossos dias. Por meio de 7 princípios bíblicos, encontramos um manual para sermos intencionais, presentes e extremamente produtivos, para a honra e glória de Deus.

A última leitura de um dos meus clubes do livro foi o Redimindo o Seu Tempo, do Jordan Raynor. Inicialmente, pensei em fazer uma série de textos sobre cada um dos princípios que ele aborda. Mas ao longo da jornada de várias semanas e todas as reflexões que fizemos, entendi que o melhor caminho seria um post só, com a resenha, ainda que ficasse um pouco mais longa.

O livro é bem prático e traz uma série de ferramentas e práticas que podemos usar na gestão do nosso tempo. Para quem fala inglês, o site da obra traz vídeos, planilhas e PDF de tabelas que podemos usar para cada uma das atividades propostas. Entretanto, como o próprio autor faz questão de deixar claro, o livro não é uma mera ferramenta. Apesar de compilar conhecimentos de autores e métodos conhecidos, seu interesse é nos levar a refletir sobre porque nos organizar, porque queremos tempo livre e, sobretudo, a realinhar nosso coração e prioridades conforme a Palavra de Deus.

Quem me conhece sabe que, apesar de viver correndo com mil atividades e sempre lutando com a bagunça da casa, gosto muito de estudar produtividade e gestão do tempo, para usar tanto no escritório quanto em casa. Por ter muita clareza sobre o tanto que me falta, estou constantemente aprendendo métodos, testando formas de trabalhar melhor e mais rápido e identificando maneiras de não deixar as demandas domésticas caírem sobre a minha cabeça. E, por mais que eu não seja um desses gurus de gestão do tempo, já andei dando meus conselhos e ajudando alguns amigos por aí, quanto ao assunto.

Aprendi em minhas andanças pelo mundo corporativo que fazer certo da primeira vez leva menos tempo do que ter que ficar arrumando um serviço malfeito depois. Também aprendi que, dá para otimizar o tempo se criarmos processos e agruparmos as tarefas por tipo. Nem sempre dá para fazer assim quando estamos falando de serviço doméstico, mas conseguimos adaptar bastante.

Quando pude migrar de um trabalho operacional em uma empresa com processos e procedimentos padronizados mundialmente para uma atividade criativa em uma empresa que tinha horror a padrões, meu desafio foi colocar em prática o que aprendi. Apesar de não ter pressão da instituição, mesmo assim, criei rotinas para a minha atividade e, em menos de dois meses, tinha relatórios, dados para apresentar e uma excelente reputação quanto à minha organização dentro da equipe.

Agora sou autônoma, mas atendo um cliente com processos estabelecidos e fluxo de informação organizado, e aplico esse conhecimento para melhorar o trabalho que entrego. Ao mesmo tempo, desenvolvo rotinas para acelerar minha produção e dos colegas. Em um ano, hoje sou referência para alguns assuntos na equipe e é muito bom esse reconhecimento.

Mas, voltando ao livro, embora eu conhecesse várias práticas de gestão do tempo, nunca havia relacionado cada uma com aspectos importantes da vida espiritual e familiar, muito menos elencado prioridades sobre quais áreas atender primeiro. Então, a leitura foi uma ferramenta de alinhamento do coração e de entendimento dos meus motivos, para além de meras ferramentas para aprender e aplicar.

Dito isto, começar a olhar para o todo das minhas atribuições foi crucial, e melhor do que separar a minha vida entre tradução, casa, leituras. Sem contar que, ao ler um livro escrito por um homem empresário, a tentação de querer descartar o livro ou de querer forçar abordagens onde elas não se aplicam é grande.

A principal noção que temos ao ler o livro é de elencar prioridades. Então, estabelecer uma vida devocional deve ser nosso primeiro foco. Depois disso, eliminar as distrações e os excessos de informação e de ruídos. Isso vai nos abrir os olhos para tempo que estava desperdiçando e que podemos usar para algo útil. Depois disso, o descanso, desde noites bem dormidas, passando pelas pausas entre as atividades do dia e chegando ao descanso semanal.

Este é um dos meus desafios e uma das práticas que estou desenvolvendo ao longo das semanas, desde que terminei a leitura do livro. Ter um dia de descanso do trabalho é essencial e eu negligencio bastante.

Nas últimas semanas, estou colhendo bons frutos dessas pausas e da melhor reorganização do tempo entre atividades. Apesar de não estar com tudo rodando perfeitamente como a engrenagem de uma empresa, e de não estar fazendo várias coisas por minha conta, aprendi que posso me valer de ferramentas de gestão de tempo tanto quanto de ajudas externas. Isso tira um peso enorme das minhas costas.

Por exemplo, por mais que eu lave e seque roupas na máquina, há aquelas que é melhor secar no varal e há épocas em que faz mais sentido, com o clima de onde eu moro, secar tudo no varal. Há as que não passo, mas não abro mão de passar outras por isso, meu tempo para essa atividade precisa ser protegido. Além disso, por mais que eu lave boa parte da louça na máquina, tem peças que devem ser lavadas à mão, por mais que eu tenha uma diarista uma vez na semana, devo organizar a casa todos os dias, dar conta da roupa e da louça, fazer compras e por e tirar mesa para as refeições. Em resumo: por mais que as ferramentas ajudem e economizem um bocado de tempo, ainda nos sobra trabalho para exercer em cada área da nossa vida. De forma mais inteligente e otimizada, mas mesmo assim, trabalho. E, se sobra mais tempo para alguma atividade remunerada que possibilite ter acesso a mais ferramentas, ótimo. Se sobra tempo para lazer e descanso, com a família e sozinha, melhor.

O principal resumo que fica dessa leitura, é que quanto mais otimizado o tempo, melhor, não para que eu fique de perna para o ar, mas sim que eu trabalhe de forma inteligente, descanse sem culpa e as coisas caminhem em um mínimo de ordem. Quando o caos vier — quem tem criança pequena sabe bem o que é uma virose — que seja mais fácil saber por onde começar a colocar ordem no caos e, com isso, refletir a imagem de Deus para aqueles que estão ao nosso redor.

Espero que vocês leiam o livro e depois venham aqui me contar o que aprenderam com ele.

Skoob