Desde quando a moda das blogueiras sem blog começou, eu primeiro fiquei incomodada, depois com preguiça de continuar escrevendo aqui. Agora, cheguei em uma fase na qual eu deixei de me importar com o que as redes sociais estão forçando seus usuários a fazer e estou me dedicando a construir as bases daquilo que eu considero importante.
Ter um blog em um domínio meu, registrado, em uma plataforma em que eu tenho muita liberdade para fazer as coisas do meu jeito sempre foi mais parecido comigo do que uma rede social que muda a forma de entregar o conteúdo todos os dias. Sem contar que aqui, na minha casa, como diz minha amiga Marga, eu não fico refém de estilos e práticas que não tem nada a ver comigo. Nesses poucos dias em que voltei a escrever aqui, encontrei meu público, as pessoas que me leem, mesmo em um tempo de conteúdos tão rapidamente descartados. Meus textos são um retrato de quem sou hoje, em janeiro de 2023, mas também são tijolinhos que vêm construindo, há quase dez anos, um monte de conteúdo legal. As estatísticas do blog me mostram que resenhas e reflexões escritas há um tempão continuam sendo encontradas pela busca do Google e atraindo a atenção de quem gosta das mesmas coisas que eu. É para essas pessoas que eu escrevo.
Fico extremamente feliz quando alguém cria um blog e começa a escrever seus pensamentos e até textos de ficção, inspirados em minha trajetória como blogueira (com blog) e escritora. Acho o máximo quando as minhas amigas me contam que estão lendo mais, porque se inspiraram no meu ritmo de leitura e nas coisas que eu publico sobre isso. Adoro conversar sobre livros e textos. As palavras fazem parte da minha vida e quando consigo tocar a vida de alguém com elas ou com as palavras que eu amei e foram escritas por alguém, sinto que a minha missão foi cumprida.
Não sou do tipo que faz do blog um catálogo, nem que vai fazer uma resenha só falando bem se o livro tem problemas. Houve um tempo no passado que me pediram para tirar do ar uma resenha sobre um livro que eu não gostei (e que eu critiquei com todo o respeito, é claro). Na parceria havia a cláusula de que eu não mentiria na resenha, mas ainda assim, acharam melhor não manter a publicação. Talvez por não ficar divulgando lançamentos nem propagandas sem qualquer contrato aqui no blog, as parcerias estejam meio paradas por enquanto. Quem sabe um dia elas voltam?
Mas o que eu gosto mesmo é de ir conversando com as pessoas sobre o que leio. Amo clubes de leitura por isso. Além de deixar as amigas com vontade de ler coisas novas, também saio de cada reunião com uma lista de livros que quero ler. Eu amo manter esse ciclo de recomendações e de influências e acho que é uma das formas de construir relacionamentos e conhecimento duradouros. Assim como o conteúdo que eu publico aqui.