Mesmo com a rotina apertada e a vida corrida.
Em 2022, uma das coisas que mais me deu orgulho, fora da área profissional, foi a quantidade de livros que li. Em um ano, foram 26 livros (27 se contar um que li no Kindle ontem, bem curtinho). É menos do que eu já cheguei a ler em tempos menos ocupados, mas é mais do que imaginei que conseguiria, considerando a vida que venho levando.
Em um ano em que trabalhei muito (e com perspectiva de trabalhar ainda mais no próximo, se Deus quiser, para atingir algumas metas que estabeleci), a leitura me ajudou a me situar em mim mesma e a preservar um momento que considero importante demais. O meu “momento de leitura”.
Algumas adaptações foram necessárias, é claro. A leitura bíblica foi postergada para um pouco mais tarde, depois de toda a rotina matinal do filho. Com ele na escolinha e o marido no trabalho, eu consigo os minutos sem interrupção que preciso para a minha porção diária das Escrituras. Nas férias, esse desafio é ainda maior, porque com todos em casa, não há a menor chance de ler um capítulo pequeno sem que eu seja interrompida pelo menos três vezes, pelo filho ou pelo marido. Mas, essa luta seguimos, pois não dá para ficar sem leitura bíblica.
Para as demais leituras, usei as estratégias básicas para aumentar o ritmo de leitura. Vou compartilhar aqui as que mais me ajudaram.
1 – Listas de Leituras:
Quando se trata de algum assunto ou gênero que eu sinto necessidade de ler mais, fazer uma lista de até 10 livros me ajuda a direcionar o que escolher a cada oportunidade. Um exemplo: este ano eu quis começar a estudar mais sobre o tema de Mulheres, Ministério, Feminilidade, Papel da Mulher etc. Já tinha alguns livros comprados, mas estavam todos espalhados pela casa e eu não lembrava de lê-los. Juntei tudo em uma prateleira, fiz a lista e comecei. Li dois, dos vários que estão lá. Pode ser pouco, mas é mais do que eu estava fazendo antes. E em 2023, pode ser que eu continue passeando por esse tema. Vamos ver.
2 – Clube de Leitura:
Adoro ler em grupo. Leio com um grupo de escritoras, com um grupo em uma livraria aqui da cidade, com as mulheres da igreja e agora vou ler com um grupo de cristãs da internet. Ter com quem conversar sobre os livros que amamos, xingar os que odiamos, mas principalmente compartilhar o amor em comum pela leitura é um grande estímulo para manter as metas de leituras semanais ou mensais (porque temos que terminar até o dia da discussão). Além disso, um clube de leitura normalmente tem escolhas de títulos que nem sempre escolheríamos se não fosse pelo grupo. E é uma delícia descobrir autores novos, gêneros diferentes dos que estamos acostumados e ampliar nosso repertório literário.
3 – Físico e Digital:
Ter um livro físico para ler, grifar, segurar, cheirar é uma delícia. Mas te limita quando você quer ler debaixo das cobertas e já com a luz apagada. O Kindle ajuda nesses momentos e naqueles em que não dá para levar o livro de papel. Fila de banco, espera de médico e outros momentos de ócio que podem ser preenchidos com uma boa leitura, adiantam sua meta e desviam sua atenção do Instagram. O livro físico fica para os momentos mais tranquilos e dedicados a sessões mais longas de leitura. E dá até para variar o tema entre o físico e o digital e arriscar ler mais do que um livro por vez.
4 – Começar Pequeno:
Eu sabia que 2022 ia ser desafiador, como autônoma, com filho pequeno e prospectando clientes. Então, ao invés de colocar uma meta de quantidade, escolhi os temas. Quero participar dos clubes de leitura X, Y e Z e quero ler sobre o tema W. As periodicidades diferentes dos clubes me permitiam ler poucas páginas por dia e acompanhar as discussões. E à noite ao invés de mexer no celular, eu lia pelo menos dez páginas de algum deles. Foi assim, de pouquinho, que eu li quase 5 mil páginas esse ano. Faça as contas, são quase 14 páginas por dia. Uma quantidade perfeitamente possível, se você quiser tentar também.
5 – Não Romantizar o Momento da Leitura:
Claro que queremos uma poltrona confortável, um café quentinho, um clima agradável e nenhuma interrupção. Mas se você é casada, mãe, dona de casa, profissional, tem cachorro e mora numa cidade quente como a minha, não vai ter todas as condições perfeitas sempre. Na verdade, quase nunca. Aí, nessas horas o que a gente faz é espremer os momentos de leitura entre as pausas que fazemos. Exemplos (que dariam um post só deles):
- Devocional: assim que deixa o filho na escola, aproveita um momento quieto e passa um café quentinho pra ouvir a voz de Deus.
- Depois de algumas horas de trabalho diante do computador (ou entre uma atualização e outra do sistema): cinco ou dez minutinhos lendo um livro físico, para descansar os olhos da tela e pensar em um tema diferente.
- Antes de dormir: ler com o Kindle agride menos o nosso olho do que ler no celular e ler um livro tem muito mais chance de nos ajudar a pegar no sono do que ficar rolando o feed do Instagram ou do Twitter.
- Fazendo companhia pro cônjuge na sala: sabe quando o marido está vendo aquele filme que você não quer ver, mas você ainda quer ficar ali na sala juntinho? Pega seu livro e embarca em uma história que te agrada. Pode ser que ele se anime, faça uma pipoca ou busque um copo de suco pra você (nada de café à noite, hein?).
- Como recompensa de algo que você não quer fazer: “se eu fizer tal coisa da minha lista de pendências, posso ler X páginas daquele livro”. Ajuda a sua produtividade e você ainda se diverte no processo.
- No banheiro: já experimentou levar um livro ao invés do celular?
2 comentários em “Como eu mantive a leitura em dia em 2022”