Publicado em Reflexões

Conhece-te a ti mesmo

Nas últimas semanas eu tenho me preocupado bastante em entender mais sobre mim, olhar para os sinais que o meu corpo dá e respeitar meu tempo, meus limites e as minhas vontades. Tudo começou com a vontade de mudar um aspecto da minha vida. Mas, no fim, descobri outras demandas bem mais urgentes e que precisavam da minha atenção.

É mais ou menos como começar a arrumar uma gaveta e terminar faxinando o armário inteiro. Ou tentar desfazer o nó de um novelo e descobrir que o emaranhado é bem mais complexo do que a gente pensava.

Quando eu comecei a olhar pra dentro de mim, achando que o “problema” estava em um lugar, fui seguindo o fio e descobri várias outras áreas da minha vida que precisavam de atenção. Talvez até mais do que a que me incomodou a ponto de buscar autoconhecimento.

E essa é uma das coisas que eu tenho mais curtido nessa história toda. No começo, claro, eu me incomodei. Doeu olhar pra coisas que eu achava que estavam resolvidas, mas a partir do momento que eu consegui finalmente ficar em paz com estes aspectos, esses espinhos pararam de me cutucar. E aí era hora de me voltar pra outra questão.

Se você acha que vai chegar em um dia e dizer que pronto, acabou, já está resolvida, desconstruída, com todas as feridas curadas etc., sinto informar, mas a gente se cura e se machuca ao longo da vida e o aprendizado sobre si continua sendo necessário até o fim. Quando você estiver dominando um tema, virá outro pra te desafiar e isso é um barato.

É impossível olhar intencionalmente pra si mesmo, perceber alguma falha e não trabalhar pra mudar. Se você está buscando se conhecer e se desenvolver como ser humano, vai se deparar com você mesmo e vai saber exatamente onde deve trabalhar (e pra isso você pode precisar de alguma ajuda profissional ou às vezes até consegue sozinho. Muita ficha minha caiu sem precisar nem falar com ninguém).

O que você aprendeu sobre si mesmo nos últimos meses?

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Leituras que Abandonei

Sempre digo que um livro merece ser lido até o fim, pois pode ser que a coisa mude. E sou obstinada demais pra simplesmente desistir e pular de livro em livro. Pois bem. Como eu sempre falo, cuspir pra cima é um convite inevitável.

Esse mês eu desisti de duas leituras. Não posso dizer que são livros ruins. Tem muita gente que amou, tem resenhas positivas e negativas, até aí tudo normal. Mas, depois de uma crise de laringite, uma crise de ansiedade, transição de carreira, planejamento de viagem… cheguei em um ponto onde eu não tive muita escolha.

Explico.

Com todo esse cansaço, eu não estava conseguindo me concentrar em praticamente nada. Quando finalmente consegui ler alguma coisa, foi um livro maravilhoso. Li, ri, chorei, conversei com outros leitores sobre ele, e tudo o que eu tinha direito.

Mas desde então, não consegui ler nada. Das duas tentativas, foram duas desistências. E nem posso dizer que eram livros ruins, porque não eram. Mas sabe quando você simplesmente não consegue se apegar, ou ter alguma vontade de voltar ao livro no dia seguinte? Eu estava assim.

Tinha vontade de fazer tudo: assistir Netflix, jogar Choices, fazer hidratação no cabelo, arrumar a casa… menos ler.

Fiquei uns dois dias sofrendo, mas depois de pensar muito, eu resolvi me concentrar no que eu estava fazendo e tomei algumas decisões.

Primeiro, decidi respeitar as minhas vontades e se não era o momento de ler, ok, eu ia fazer outra coisa. Assisti séries, filmes, redescobri as comédias românticas na Netflix e estou muito bem, obrigada.

Depois de um tempo eu estava com vontade de ler, mas não aqueles livros. Então eu não ia ler. Tinha feito uma escolha errada ao pegá-los na estante e me sentia obrigada a arcar com elas até a última página. Mas estava naquele dilema, como se o livro que eu não queria ler estivesse me culpando por pensar em fechá-lo e ir atrás de algo mais adequado.

Aí me lembrei de que:

  • não tenho parcerias com editoras no momento: então não preciso ler com prazo determinado e nem ter a obrigação de seguir um cronograma de leituras, resenhas, posts etc.
  • não estou lendo pra faculdade, então não preciso fazer uma prova sobre a leitura, ou lembrar de escrever a opinião do professor no lugar na minha.
  • Eu não vou jogar os livros fora, só devolver pra estante e pegar de novo quando der vontade.

Mas especialmente:

  • Eu estou de férias, comemorando uma super conquista profissional e quero/preciso/vou me agraciar com as leituras que me fazem bem e me encher de amor e me preencher de sonhos enquanto eu puder.
  • Ninguém paga as minhas contas e se eu quiser ler todos os romances de uma vez, antes de todos os thrillers, todos os policiais, todos os suspenses, todos os livros de teologia, tatu do bem!!

Diante disso, guardei os tais livros e agora estou aqui, prestes a voltar para a estante. E já sei exatamente qual deles eu vou pegar.

Pode ser que role uma resenha. Mas também pode ser que eu só fale um pouco sobre ele no podcast ou no instagram. Ou pode ser que eu só recomende pras minhas amigas. O que quer que eu tenha vontade de fazer. E vamos lá ser livres, certo?