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NaNoWriMo – Vem escrever um livro em novembro!

Era pra eu ter escrito outra coisa, mas nos últimos dias ando tão empolgada com o NaNoWriMo, que não consigo pensar em outro assunto pra falar aqui. Mas afinal de contas, o que é NaNoWriMo, pra que serve, e qual o motivo pra isso me deixar tão animada? Vou contar pra vocês um pouco mais sobre o que é o desafio, minha participação nos anos anteriores e algumas outras coisas que passam pela minha cabeça – e pela minha timeline – sempre que o desafio se aproxima.

nanowrimo

NaNoWriMo é o desafio que acontece em novembro, no qual os participantes escrevem um livro de 50.000 palavras ao longo dos trinta dias do mês. A premissa principal é a de permitir uma intensa experiência criativa com o prêmio final de ter uma história escrita por nós. A competição não é entre os participantes, mas de cada um consigo mesmo. Isso gera uma comunidade de pessoas que se ajudam, dão dicas, animam, motivam e tornam a experiência muito mais agradável, além de promover várias amizades.

Se você mora nos EUA ou Canadá, além de cadastrar seu perfil e criar a página de seu livro no site deles, ainda poderá participar de encontros presenciais, os chamados Write In, em que as pessoas se juntam pra escrever em algum café. Aliás, café é um dos principais combustíveis pra esse desafio, já que muita gente acaba escrevendo em horários alternativos, devido às suas atividades diárias e a necessidade de um ambiente tranquilo para conseguir ouvir as vozes dos personagens.

Mas mesmo se você mora aqui no Brasil, em algumas capitais pode ser que consiga um evento desses. Se não for o seu caso, você pode se conectar aos companheiros de desafio pelo Twitter ou Facebook, na comunidade de brasileiros no site e, assim, combinar de escrever em um mesmo horário, pela internet. O chat da comunidade brasileira é muito movimentado em novembro.

Você vai precisar de uma ideia básica, se quiser escrever conforme a inspiração surja ao longo do mês, ou então de um roteiro da sua história, uma ficha básica para os personagens e toda pesquisa que quiser fazer antes de começar a escrever a história, se você prefere um planejamento mais detalhado para ter no que se apoiar quando a inspiração resolver ir embora.

Se você não tiver ideia de nada para escrever, siga o conselho do organizador do NaNoWriMo e comece a pensar em um personagem. Segundo o que ele diz, se você tem um personagem, consequentemente tem uma história, pois toda pessoa tem um conflito, algo que deseja e faz alguma coisa para alcançar este objetivo. Pronto, aí está a sua história! Para mais informações leia o livro No Plot? No Problem!

Para os dias em que o bloqueio criativo aparece, seja pelo cansaço, seja porque você está sendo crítico demais com você mesmo e se deixando levar por pensamentos negativos do tipo que dizem que seu texto é ruim, que não vai dar em nada e que você não é capaz de escrever um livro, pode recorrer aos sprints, que são períodos em que os participantes marcam um tempo determinado no relógio e escrevem o máximo de palavras que conseguirem, com ideias sugeridas pelo próprio site ou então apenas uma escrita livre. Pode ser que ao fim dessas brincadeiras, uma ideia genial surja e você tenha material suficiente para escrever bem mais do que imagina.

A meta diária para conseguir as 50.000 palavras é 1.667. Dependendo da sua velocidade de escrita você precisará de mais ou menos tempo. E, claro, se quiser escrever mais do que isso, fique à vontade! Você vai estar mais próximo de alcançar a sua meta.

Eu acho esse desafio incrível. Primeiro porque, mesmo que eu sempre tenha pensado em escrever um livro, as atividades do dia a dia e as preocupações sempre colocavam isso de lado e por muito tempo eu esqueci. Hoje em dia eu sempre me lembro que há mais uma chance para fazer isso em novembro e finalmente tirar uma coisa da minha lista de coisas que quero fazer na vida. Além disso, conheci gente legal demais na internet, tive ideias interessantes e desenvolvi outras áreas além desta, a partir do momento em que me permiti sonhar com a possibilidade de ganhar o desafio. Aprendi coisas pra caramba, sobre escrita, sobre a vida e sobre mim mesma, ao participar das comunidades de escrita.

Eu passei por diversas experiências. Desde ter uma ideia genial a não ter ideia nenhuma, de ser afetada pelas histórias que eu inventei e lembrar de detalhes de coisas pessoais que eu coloquei nas minhas histórias, ainda que curtas e inacabadas. Em alguns dias eu tinha ideias e virava a madrugada escrevendo, enquanto em outros só conseguia bater a meta diária usando os sprints e as ideias dos colegas. Apesar de ser muito crítica comigo mesma, procurava não ler o que eu escrevia nos dias anteriores, pra não sair corrigindo tudo.

O que posso dizer no NaNoWriMo é que no meu caso é uma experiência quase terapêutica. Talvez você que lê isso pode achar que eu estou exagerando, mas a verdade é que cada um tem uma visão do desafio e do que ele proporciona a si. Mas garanto que você vai encontrar muita gente que conseguiu realizar o sonho de escrever um livro, ou então, se sente realizado por ter conseguido cumprir o desafio e além disso, que se diverte horrores com um projeto que une milhares de pessoas ao redor do mundo.

Mesmo eu tendo falhado nos anos anteriores, seja por uma má escolha da história, seja por eventos que me deixaram pra trás na meta diária e me desanimaram, eu não desisto de participar. A animação das pessoas envolvidas, a atmosfera de desafio em torno do mês e a vontade de vencer meus próprios bloqueios e terminar o mês com uma história no papel ao invés de na cabeça, é algo que me empolga. E, claro, falar de café, de personagens que mudam os rumos que você definiu (sim, isso acontece, não me pergunte o porquê), de bloqueios e de coisas aleatórias enquanto deveríamos estar escrevendo nosso livro é parte da festa. SIM, É UMA FESTA!

E eu já estou entrando no clima, com capa de facebook, listas no twitter e participando de tudo que é evento relacionado ao NaNoWriMo internet afora. Haja calendário pra colocar tudo isso em ordem! Mas vale a pena a diversão e eu garanto que, se você participar, vai querer voltar todo ano.

Vem comigo?