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[Resenha] Descobrindo Penelope – James Lawless

descobrindo penelope

A escritora de romances Penelope Eames, de trinta e três anos, muda-se para a Espanha para evitar seu pai opressivo e o irmão viciado em drogas, Dermot. Quando ela conhece Ramón, um jovem professor espanhol, ela é imediatamente atraída por ele e sente que a felicidade que a escapara durante toda a sua vida pode enfim ser sua. Entretanto, ela recebe um pedido de socorro de Dermot, dizendo que ele está à mercê de Charlie Eliot, um cafetão e traficante de drogas na Costa. Ramón, cuja mãe foi morta por um viciado em drogas, diz a ela para manter distância de Charlie Eliot. Penelope tem que decidir: ela está preparada para se comprometer com Charlie Eliot e colocar em risco sua chance de felicidade com Ramón por causa de seu irmão viciado?

O que eu achei de Descobrindo Penelope?

O livro, que tive o privilégio de traduzir, é o meu primeiro trabalho no mercado literário. Fiquei muito feliz com a leitura, pois a história era boa, o que facilitava o trabalho de traduzi-lo para o português. A escrita de James Lawless é bastante elaborada e seu vocabulário rico deram um ar elegante e imponente à história de Penelope Eames, uma escritora, que resolve se mudar para a Espanha para tentar dar continuidade ao romance que precisava escrever, em razão do contrato com a sua editora.

Ela encontra na Costa del Sol um local onde pode ficar a sós com seus pensamentos, um apartamento com uma vista privilegiada e uma vizinhança pouco convencional. Apesar disso, ela acaba fazendo amizade com Gwen, uma mulher mais velha que também é estrangeira e vive de um modo que Penelope insiste em tentar compreender, mas dificilmente consegue.

Penelope tem um histórico familiar complicado, que é um dos motivos para seu exílio. A mãe, falecida em razão do alcoolismo, o irmão viciado em drogas, todos vítimas do abuso verbal e do comportamento desleal do pai, um professor universitário que não hesitava em humilhá-los. Ela tem que se livrar de seus fantasmas para conseguir escrever, mas nesse meio tempo, enquanto tenta se refazer de seu passado, conhece Ramón, um professor espanhol que atrai sua atenção e, a partir de uma amizade que se constrói lentamente, mas cheia de sinceridade, descobre que tem sim direito ao amor.

Entretanto, nada é tão simples para ela. Seu irmão resolve aparecer na Espanha e pedir-lhe abrigo, o que vai fazer seu castelo de cartas desmoronar rapidamente, pois ele logo se envolve com o misterioso Charlie Eliot, de quem Ramón insiste que ela mantenha distância. É nesse momento que Penelope, além de ter que encontrar dentro de si a história de seu livro, deve escolher qual caminho seguir, sendo que um deles a poderá afastar definitivamente do amor que havia finalmente encontrado.

Gostei muito da leitura, da forma como a história se desenvolve. A trama tem poucos diálogos, mas somos envolvidos na história de Penelope enquanto ela se perde em seus próprios pensamentos, ao observar, como verdadeira escritora, tudo o que acontece ao seu redor. O mistério que envolve Charlie Eliot e o dilema entre o que Penelope quer e o que precisa fazer amarram a atenção do leitor até a última página. Recomendado para quem gosta de romances com alto conteúdo psicológico.

O livro Descobrindo Penelope pode ser adquirido na Amazon.

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[Resenha] Saga Harry Potter – J. K. Rowling

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Depois de vários anos da publicação do último livro da Saga e de vários anos da publicação do último filme, eu resolvi começar a ler Harry Potter. Milhões de spoilers e centenas de trechos de filmes depois (nunca vi passar tanto Harry Potter na televisão paga quanto nos dias em que eu estava lendo os livros), finalmente cheguei ao fim.

O que eu achei da saga Harry Potter?

Gostei muito dos livros, mas como se trata de uma temática já exaustivamente explorada pelos demais blogs literários, resolvi fazer uma resenha só para a coleção inteira. Assim, evito spoilers para quem ainda não leu – o que acho difícil, mas como eu, podem haver outros na mesma situação.

A narrativa dos livros de Harry Potter tem uma estrutura básica que, em toda a saga, deixa a coisa meio previsível. Não em todos os momentos, nem em todos os livros, já que muitas revelações acontecem ao longo da história, principalmente nos últimos volumes. Porém, como se trata de livros escritos para adolescentes que foram crescendo junto com os personagens, é fácil identificar algumas pistas que a autora deixa sobre os mistérios que serão revelados mais para o final da história.

A estrutura, principalmente até o quarto livro, enfoca muito o ambiente de Hogwarts, a escola de magia e bruxaria onde Harry Potter e seus amigos estudam. Boa parte das aventuras acontece ali, mas também há uma excelente ambientação do leitor em um cenário acadêmico que é bastante parecido ao ensino tradicional.

Detenções, lições de casa, aulas, provas e a biblioteca, além da bibliografia e da grade de horário que são bem incutidas na mente de quem lê. Como disse outro dia, caso aquelas matérias existissem, seria bem provável que as perguntas da prova fossem as que a autora escreveu nos livros.

Porém, em vários livros, já é de se esperar que algo aconteça bem no começo da história, quando Harry Potter ainda estaria na casa dos tios. Mas depois que ele chega a Hogwarts, a trama passa por um momento de calmaria, com diversos temas paralelos, onde se explorava aquele ambiente acadêmico e a vida pessoal dos personagens, seus relacionamentos amorosos e de amizade, seus conflitos adolescentes e os questionamentos comuns até mesmo a quem não tem o dom da magia. É só no último quarto do livro que todos os acontecimentos convergem para um conflito, que é o clímax da história.

Confesso que boa parte dos livros eu lia o meio bem rápido, pra chegar logo na parte mais emocionante. Talvez esse seja o lado ruim de ler os livros fora da época certa, na idade para o qual foram escritos. Mas, de qualquer forma, a saga tem seus méritos.

Gostei muito da caracterização dos personagens, da ambientação tanto do mundo mágico como do mundo comum e também da forma como a autora apresentou toda a hierarquia daquele mundo, com sua política, seus integrantes, o Ministério com todas as suas leis, os livros que eram constantemente citados.

A construção do universo de Harry Potter é magnífica e nos faz crer que aquele mundo retratado ali, poderia existir daquela forma. Não é criado como se fosse algo inatingível, pelo contrário, é uma maneira fictícia, mas palpável, de criar um mundo que poderia ser. Entendo que seja nisso que a autora ganhou a confiança e a admiração de tantas pessoas ao redor do mundo. Inclusive a minha.

Acabei a leitura de todos os livros da série Harry Potter e descobri a casa a que pertenceria e, quando vi, estava dando uma de Chapéu Seletor e selecionando as pessoas ao meu redor nas casas de Hogwarts. Estou morrendo de vontade de tomar cerveja amanteigada e andar no Expresso de Hogwarts depois de fazer algumas comprinhas no Beco Diagonal. Recomendado para quem gosta de histórias fantásticas, que não se importa em ler um livro para crianças e que se deixa levar pela magia que não existe, mas com a qual é bom sonhar de vez em quando.