Título: Convergente
Autora: Veronica Roth
Editora: Rocco
Ano: 2014
Páginas: 526
A sociedade baseada em facções, na qual Tris Prior acreditara um dia, desmoronou – destruída pela violência e por disputas de poder, marcada pela perda e pela traição. No poderoso desfecho da trilogia Divergente, de Veronica Roth, a jovem será posta diante de novos desafios e mais uma vez obrigada a fazer escolhas que exigem coragem, fidelidade, sacrifício e amor. Livro mais vendido pela Amazon no segmento infantojuvenil em 2013, Convergente chega ao Brasil em meio à expectativa pela estreia de Divergente nos cinemas, em abril. A série segue no topo na lista de bestsellers do The New York Times.
O que eu achei de Convergente?
O final dessa trilogia tem em Convergente o livro mais marcante de todos. Com bem menos ação do que os dois primeiros volumes, toda a emoção do livro é baseada nas decisões dos personagens muito mais do que nas guerras e ações rápidas que antes eram necessárias.
O sistema de facções ruiu completamente. Com o fim da sociedade a que estavam acostumados, os membros de antigas facções são desafiados a decidir se querem reconstruir sua antiga forma de viver ou se preferem uma sociedade sem papeis pré-estabelecidos. É nesse momento que as lealdades e alianças mudam. Dentro de cada pessoa, aquilo que realmente importa para cada um individualmente começa a aparecer e as verdadeiras habilidades e vontades de cada um começam a se destacar. Muitas vezes as pessoas agem de um modo que, no sistema antigo, seria totalmente impensável.
Convergente é bem mais voltado para esse aspecto interno dos personagens do que para uma ação, propriamente dita, apesar de contar com diversos momentos assim. Os personagens são apresentados aos verdadeiros motivos por trás das facções, à dimensão do mundo em que vivem e seu chão é removido debaixo de seus pés quando eles se dão conta de que sabiam muito pouco sobre si mesmos. É uma crise de identidade generalizada, que requer ações praticamente imediatas, mas que devem ser muito bem planejadas.
Em Convergente, conhecemos os bastidores da sociedade em que a cidade está inserida, as pessoas por trás do que acontece dentro da cerca e como tudo se estabeleceu daquela forma. É possível se colocar no lugar dos personagens e, em alguns momentos, parar pra pensar no que é que determina quem nós somos e como agimos. O desfecho da história é espetacular e valeu cada minuto da leitura. Recomendadíssimo!
Olá dona;
Gostei muito da indicação e após a leitura dos três, percebo que sou mais adepto da ação onde elejo o divergente como o melhor da série. Não sei se gostei de conhecer a verdade “os bastidores das facções”, a história poderia ter se desenvolvido mais no mundinho deles… hehehe!
Nós outros dois, em certos momentos me senti traído pela incoerência, pela burrice e pela insensatez da personagem. Mas ao mesmo tempo atraído e sugado para dentro dela, sua força e dinâmica fazem com que a leitura seja mais que real. As pontuações que elevaram o clímax em cada um dos livros para mim foi de longe o melhor, como a autora trabalhou para desvendar a trama e intensificar cada sena em seus atos. “Tris Prior” projetava seus medos, sua inocência de inteligência infantil que me dava a opção de perdoa-la pela sua irresponsabilidade e imaturidade. Porém este viés de estupidez peculiar, expressava muito sua vontade de viver intensamente e sempre mais. Literalmente estou de luto, não consigo ainda encarar o último livro com a mesma paixão que comi o primeiro. E para finalizar desabafo que “Tris Prior” é unica e que vai demorar muito tempo para me apegar a outra personagem. E ainda, a autora foi cirúrgica, como se tivesse amputado meu coração.
Ps. Estou lendo “Admirável mundo novo”. (meio esquisito mas estou gostando… hehehe) Parabéns pelo blog.
mFacine
Olá!
Obrigada pelo comentário! Acredito que você sentiu bastante o que o livro quis passar… o comentário vale uma resenha! rs Eu gostei bastante da série de um modo geral. Por mais que o mundo como eles conheceram parecesse bem mais interessante do que a versão real, que ficamos conhecendo no livro, achei interessante o questionamento levantado pela autora. Até que ponto somos capazes de ir, como seres humanos, em busca da sociedade perfeita, não é mesmo? Querendo ou não, os criadores do experimento estavam em busca de sanar os defeitos mais instrínsecos aos homens, como o egoísmo, vaidade etc. E dentro do sistema de facções, a busca era pela uniformização perfeita entre todas as características, usando-as em prol do bem comum (pelo menos na ideia inicial). Em diversos momentos ao longo da história eu também fiquei impressionada com a capacidade da Tris de fazer exatamente o oposto do que seria recomendável, mas depois de ler toda a trilogia, consigo entender o que a movia. Não consigo concordar, é claro, serei eternamente órfã de Tris Prior e incapaz de esquecê-la. Fiquei um bom tempo sem conseguir pegar outro livro, depois dessa série e, como consequência, embarquei de vez em uma onda de leitura fantástica, de distopia e mitologias. Aprendi a gostar do estilo e estou descobrindo livros interessantíssimos. Em breve vem resenha nova por aqui!