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[Resenha] As Luzes de Setembro – Carlos Ruiz Zafón

as luzes de setembro

Título: As Luzes de Setembro

Autor: Carlos Ruiz Zafón

Editora: Suma de Letras

Ano: 2013

Páginas: 232

Durante o verão de 1937, Simone Sauvelle fica de repente viúva e abandona Paris junto com os filhos, Irene e Dorian. Eles se mudam para uma cidadezinha no litoral da Normandia, e Simone começa a trabalhar como governanta para Lazarus Jann, um fabricante de brinquedos que mora na mansão Cravenmoore com a esposa doente.Tudo parece caminhar bem. Lazarus demonstra ser um homem agradável, trata com consideração Simone e os filhos, a quem mostra os estranhos seres mecânicos quecriou: objetos tão bem-feitos que parecem poder se mover por conta própria.

Irene fica encantada com a beleza do lugar – os despenhadeiros imensos, o mar e os portos – e por Ismael, o pescador primo de Hannah, cozinheira da casa. Ismael tem um barco, entende tudo sobre navegação e gosta de velejar sozinho, até conhecer Irene e vê-la de maiô… Os dois logo se apaixonam.

Entre Simone e Lazarus parece nascer uma amizade. Dorian gosta de ler e, muito curioso, quer entender como os bonecos de Lazarus funcionam. Todos estão animados com a nova vida quando acontecimentos macabros e estranhas aparições perturbam a harmonia de Cravenmoore: Hannah é encontrada morta, e uma sombra misteriosa toma conta da propriedade.

Irene e Ismael desvendam o segredo da espetacular mansão repleta de seres mecânicos e sombras do passado. Juntos enfrentam o medo e investigam estranhas luzes que brilham através da névoa em torno do farol de uma ilha. Os moradores do lugar falam sobre uma criatura de pesadelo que se esconde nas profundezas da floresta.

Em As luzes de setembro, aquele mágico verão na Baía Azul será para sempre a aventura mais emocionante de suas vidas, num labirinto de amor, luzes e sombras.

O que eu achei de As luzes de setembro?

As luzes de setembro foi, sem dúvida, o melhor livro da Trilogia da Névoa, que eu venho resenhando nos últimos dias. As Luzes de Setembro conta a história da família Sauvelle que, após a viuvez de Simone, se muda para a Baía Azul, para recomeçar.

Porém, o que eles não esperavam é que a cidadezinha era cheia de mistérios. Principalmente a mansão Cravenmoore, lar do fabricante de brinquedos Lazarus Jann, um homem cheio de manias e de segredos que, apesar de tudo, conquistou o carinho e a simpatia de todos da família.

Simone passaria a trabalhar na casa, enquanto seus filhos, Dorian e Irene acabaram se envolvendo e fazendo amizades com as pessoas mais próximas.

Irene é a que mais se animou com a possibilidade de uma nova vida, principalmente depois de fazer amizade com a animada Hannah, cozinheira de Cravenmoore e de conhecer seu primo, Ismael, um marinheiro que logo lhe chamou a atenção.

Com o tempo, sem querer, uma sombra de maldade é despertada e desencadeia uma série de eventos terríveis e misteriosos, envolvendo a mansão e, consequentemente,  família Sauvelle e os primos Hannah e Ismael. No meio de todo esse turbilhão que vem atormentar a vida deles de repente, nasce uma história de amor e de amizade das mais lindas que já se viu.

As luzes de setembro equilibra perfeitamente esses dois aspectos da vida dos personagens em um enredo envolvente e intrigante desde o princípio. Acredito que nesse livro Zafón fez isso muito melhor do que nos outros dois da trilogia. Essa leitura foi inesquecível.

Embora ele tenha sido escrito para um público mais jovem, o cuidado com as palavras e a perfeição do texto podem muito bem ser apreciados por leitores de qualquer idade. Recomendo muito As luzes de setembro!

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[Resenha] O Palácio da Meia-Noite – Carlos Ruiz Zafón

palácio da meia noite

Ben e Sheere são irmãos gêmeos cujos caminhos se separaram logo após o nascimento: ele passou a infância num orfanato, enquanto ela seguiu uma vida errante junto à avó, Aryami Bosé. Os dois se reencontram quando estão prestes a completar 16 anos.

Junto com o grupo Chowbar Society, formado por Ben e outros seis órfãos e que se reúnem no Palácio da Meia-Noite, Ben e Sheere embarcam numa arriscada investigação para solucionar o mistério de sua trágica história.

Uma idosa lhes fala do passado: um terrível acidente numa estação ferroviária, um pássaro de fogo e a maldição que ameaça destruí-los. Os meninos acabam chegando até as ruínas da velha estação ferroviária de Jheeters Gate, onde enfrentam o temível pássaro.

Cada um deles será marcado pela maior aventura de sua vida. Publicado originalmente em 1994, O Palácio da Meia-Noite segundo romance do fenômeno espanhol Carlos Ruiz Zafón traz uma narrativa repleta de fantasia e mistério sobre coragem e amizade.

O que eu achei de O Palácio da Meia-Noite?

O Palácio da Meia-Noite, diferente do primeiro livro da Trilogia da Névoa, se passa em Calcutá, Índia. A história é sobre um grupo de amigos que vive em um orfanato e que, ao completarem dezesseis anos serão obrigados a deixarem o local, por serem presumidamente adultos. Esse grupo de adolescentes viveu tanto tempo junto que acabou criando um forte vínculo de amizade e de cumplicidade, o que culminou na criação de uma espécie de fraternidade chamada Chowbar Society cuja promessa é a proteção mútua entre eles, acontecesse o que acontecesse. A partir dessa noite, eles não terão mais a sede onde faziam suas reuniões. Aparentemente, nenhum deles tem nem mesmo um lugar para ir ou sabe o que fazer de agora em diante. A única coisa que sabem com certeza é que é o fim do grupo. É nesse ambiente de despedidas que a história começa.

Ben, que foi criado nesse orfanato, foi separado de sua gêmea, Sheere, que continuou sendo criada pela avó, para que eles não fossem encontrados pelo terrível Jawahal. Só que em um determinado momento da história, que culmina justamente com a dissolução da Chowbar Society e com a saída de Ben do orfanato, Jawahal resolve aparecer.

Na minha opinião, a parte inicial da história de O Palácio da Meia-Noite, em que se destacam os dramas familiares e as questões entre os amigos me chamou mais a atenção e me prendeu muito mais do que a metade final do livro, onde são mostrados quase que na totalidade, elementos sobrenaturais. Posso estar enganada, mas creio que se o livro tivesse tomado um rumo mais dramático e que estivesse mais relacionado com os diversos relacionamentos que foram apresentados desde o começo da história, eu teria gostado mais de O Palácio da Meia-Noite. A impressão que ficou, ao final, foi que o autor estava sendo obrigado a incluir esses elementos sobrenaturais. Mais ou menos como se fosse assim: como é um livro do Zafón, tem que ter isso.

Apesar de não ser o melhor livro que li do autor, suas características peculiares estão muito presentes, como a descrição primorosa dos detalhes e a criação de uma aura de suspense e mistério que agrada a leitores de qualquer idade. Assim como em O Príncipe da Névoa, o autor consegue concluir, com O Palácio da Meia-Noite, o que era seu intento desde o início: escrever um livro que pudesse agradar aos leitores desde adolescentes até os mais velhos. Fica claro que Zafón está no seu início nesse livro, mas isso não tira a beleza da história nem a recomendação da leitura. Vale a pena ler e se emocionar com a vida desses garotos aparentemente sem nenhuma perspectiva de futuro e tentar entender os diversos caminhos que uma pessoa percorre para proteger sua família.

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[Resenha] O Príncipe da Névoa – Carlos Ruiz Zafón

o príncipe da névoa

Título: O Príncipe da Névoa

Autor: Carlos Ruiz Zafón

Editora: Suma de Letras

Ano: 2013

Páginas: 180

A nova casa dos Carver é cercada por mistério. Ela ainda respira o espírito de Jacob, filho dos ex-proprietários, que se afogou. As estranhas circunstâncias de sua morte só começam a se esclarecer com o aparecimento de um personagem do mal – o Príncipe da Névoa, capaz de conceder qualquer desejo de uma pessoa, a um alto preço.

O que eu achei de O Príncipe da Névoa?

O Príncipe da Névoa é um livro que conta a história de Max Carver, um garoto que se muda com a sua família par uma cidadezinha praiana, para fugir dos perigos da Guerra. De todos os integrantes, apenas o pai, Maximilian Carver, está animado com a nova vida. Os demais, a mãe, as duas filhas e o garoto, Max Carver, estão resignados, conformados em apenas apoiá-lo em seu desejo.

A cidade parece bastante comum, mas algumas coisas começam a acontecer sutilmente, o que Max consegue perceber rapidamente. O relógio da estação de trem parece girar ao contrário. O gato que a sua irmãzinha adotou nessa mesma estação, parece entender bem mais do que aquilo que um simples animal irracional conseguiria. Além disso, um jardim misterioso no fundo da casa e uma série de filmes caseiros descobertos pela família levam Max a lugares estranhos e sombrios, para resolver um mistério.

Nessa trajetória, ele faz um grande amigo, Roland, que vive com seu avô, o guardião do farol, e descobre em sua irmã mais velha uma pessoa bem diferente daquela que normalmente estaria acostumado a ver em casa.

O Príncipe da Névoa é o primeiro livro escrito por Carlos Ruiz Zafón, e desde este livro já conseguimos perceber a maestria que o levaria a ser o autor do fantástico livro A Sombra do Vento. As palavras são muito bem escolhidas e a construção da história é muito bem amarrada, o que nos leva a querer ler todos os demais livros do autor. Ele é um especialista em mistério e suspense, mas não tira do texto a leveza e a delicadeza do amor e das descobertas dos adolescentes dessa história, fazendo do texto algo que pode ser lido e que pode agradar pessoas de qualquer idade.

Amei a leitura e recomendo O Príncipe da Névoa a todos que gostem de uma leitura envolvente, bem escrita, com um vocabulário rico e descritivo, com um forte mistério e um toque de amor em cada página. Vale a pena!